Perante um ecossistema de ameaças cada vez mais sofisticado, a indústria está a virar-se para métodos capazes de verificar a identidade do utilizador combinando vários fatores e, quando possível, a impressão física única de cada pessoa.
O relatório Cibersegurança no Edge: Inovação, riscos e ameaças, elaborado pela consultora espanhola knowmad mood, detalha a evolução. A autenticação multifator e a biometria estão a tornar-se o padrão de facto para proteger acessos críticos nas organizações. Na prática, isso significa adicionar ao clássico par chave-utilizador uma segunda prova (um código temporário, um token físico ou um elemento biométrico), dificultando consideravelmente a falsificação de identidade.
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Os dispositivos móveis, a banca eletrónica e as plataformas corporativas já integram reconhecimento facial, leitura de impressões digitais ou digitalização da íris. Além de reforçar a segurança, esses métodos agilizam o início da sessão, reduzindo o atrito para o funcionário ou cliente final.
A abordagem Zero Trust, baseada na verificação de cada pedido de acesso sem exceção, ganha terreno impulsionada pelo trabalho remoto e pelas infraestruturas distribuídas. O modelo exige a verificação da identidade, do dispositivo e do contexto antes de permitir a conexão a recursos sensíveis, e encontra um aliado natural na autenticação multifator e na segmentação de redes.
A automação, por sua vez, reforça essa estratégia. A automação da resposta a incidentes permite reduzir drasticamente os tempos de deteção e mitigação, descarregando as equipas de segurança de tarefas repetitivas e concentrando-as em ameaças complexas. Ferramentas capazes de recolher telemetria, lançar alertas e executar ações corretivas iniciais adicionam uma camada essencial de resiliência contra ataques em grande escala.
A proteção de dados biométricos e a integração dessas soluções em ambientes legados estão entre os principais desafios para os responsáveis de TI. O Regulamento Geral sobre a Proteção de Dados (RGPD) impõe salvaguardas rigorosas sobre a gestão de informações pessoais, enquanto a coexistência com sistemas existentes obriga a planear investimentos e garantir a compatibilidade sem comprometer a experiência do utilizador.
A estas dificuldades acresce o crescimento dos dispositivos IoT (indústria, saúde, casa conectada), que ampliam a superfície de ataque. O relatório aconselha a combinar autenticação robusta, encriptação e uma gestão de identidades adaptada ao ritmo de incorporação de novos dispositivos.
A Knowmad mood conclui que a cibersegurança moderna requer uma visão integral em que a governança de dados, a resiliência operacional e a formação contínua dos funcionários reforcem as camadas tecnológicas. Ao abandonar a dependência exclusiva da senha, as organizações ganham em proteção sem abrir mão da agilidade necessária para operar num mercado cada vez mais digitalizado.