
O Governo angolano está a apostar forte na expansão do uso da Inteligência Artificial (IA) na administração pública, na modernização das infra-estruturas digitais e no reforço da cibersegurança. A informação foi avançada por André Pedro, director-geral do Instituto Nacional de Fomento da Sociedade da Informação (INFOSI), durante a segunda mesa-redonda da VIII Conferência E&M sobre Transformação Digital, realizada nesta quarta-feira, 19, em Luanda.
Ao intervir no painel, André Pedro comparou o crescimento da IA a uma “auto-estrada digital”, onde cada utilizador precisa escolher o “veículo” que melhor se adapta ao seu nível de preparação e às suas necessidades.
O dirigente recordou ainda um caso prático que ilustra o impacto da tecnologia: o processo de reorganização dos domínios nacionais, em 2023, quando o Governo decidiu efectuar um “apagão” geral para assumir o controlo do sector. Segundo explicou, a equipa conseguiu gerir a operação com eficácia graças a soluções de IA capazes de tratar grandes volumes de pedidos.
“Chegámos a receber perto de 6 mil e-mails por dia. A IA estava treinada para identificar questões repetidas, até 50 iguais e responder automaticamente, agilizando todo o atendimento”, disse.
André Pedro sublinhou que, desde 2021, o Executivo tem vindo a posicionar a IA como ferramenta estratégica tanto para o sector público como para as empresas privadas. Como exemplo, destacou o contrato assinado em dezembro de 2023, que deu início ao processo de construção do datacenter governamental de âmbito nacional, cuja entrada em funcionamento está prevista para os próximos meses.