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África precisa modernizar e integrar tecnologia na agricultura

A diplomata abordava a temática sobre a Agenda 2063 da União Africana (UA) e o alcance dos Objectivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) (Agenda 2030 das Nações Unidas), no âmbito do 12º Fórum Nacional da Mulher Rural, realizado na província do Huambo.

Disse que esta agenda africana enquadra os propósitos das Nações Unidas (ONU) que propõe a dinamização dos mecanismos, para o aumento da produtividade com a implementação da agricultura mecanizada, focada na sustentabilidade dos projectos sobre a segurança alimentar. Referiu que se regista um fluxo significativo da urbanização da população do continente africano e a demanda económica aumenta cada vez mais, daí que o mercado de alimentos deverá atingir um bilião dólares de norte-americanos até 2030.

Esta situação, acrescentou, precisa da activação das políticas públicas no domínio da agricultura, através do envolvimento directo da mulher rural apoiada na inclusão tecnológica. Disse que, em média, são gastos um valor aproximado de 110 biliões de dólares norte-americanos/ano, para a exportação de produtos para o continente africano, num contexto de diversas crises globais, marcadas com catástrofes naturais e conflitos armados em várias regiões do planeta.

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Sinalizou que o continente africano necessita da soberania alimentar e este conceito está longe de ser uma retórica, mas prioridade que deve ser associada aos distintos programas de combate à pobreza, com a viabilização da agricultura sustentável, numa altura em que são registados perto de 60 por cento de terras aráveis que permanecem ainda sem exploração e com enormes potencialidades.

Esclareceu que África é um dos continentes do planeta com 60 por cento da população com menos de 35 anos ou seja, 420 milhões de pessoas tem 15 a 35 anos de idade e ela deverá dobrar até dois 2040, daí a razão da definição de políticas públicas exequíveis para atender a esta demanda alimentar em fase de crescimento.

Afirmou que 75 por cento da população tem acesso às ferramentas digitais, sobretudo, a nível da inovação e tecnologia, mas é fundamental a capitalização destas valências para a modernização da agricultura e adoptar mecanismos de reinvenção nos momentos de crises, num processo que passa pela canalização dos conhecimentos neste domínio. Disse que as alterações climáticas têm, também, contribuído no alcance deficiente da sustentabilidade económica.

Considerou que para a promoção da agricultura sustentável no continente africano são precisos a incorporação das novas tecnologias nas comunidades rurais, a capacitação digital das mulheres envolvidas na productividade, a disponibilização de infra-estruturas adequadas nestas zonas e a afinação da força de trabalho, sobretudo, aquela mais voltada para o campo, para elevar as opções de segurança alimentar.

Recomendou o reforço do acesso à terra para as mulheres rurais, dos recursos produtivos, da integração na cadeia de valor agrícola e a garantia da participação económica e liderança, com a multiplicação da produtividade apoiada na mecanização dos sistemas agrários, no melhoramento dos serviços de saúde, no saneamento, na redução da desigualdade estrutural e na ampliação da oportunidade na educação.

Disse ser importante a construção de infra-estruturas apropriadas para a preservação dos produtos agrícolas, para evitar os desperdícios e elevar a segurança alimentar no continente africano, que perde perto de 30 por cento dos resultados produtivos por falta de capacidade de escoamento e conservação dos alimentos produzidos.

O fórum abordou, entre outros, assuntos sobre o empoderamento social e económico da mulher no meio rural, a mecanização e a inovação para o desenvolvimento sustentável da agricultura.

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