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ANGOSAT-2 marca nova etapa no desenvolvimento tecnológico de Angola

 

Lançado a 12 de Outubro de 2022, a partir do Cosmódromo de Baikonur (Cazaquistão), o satélite também está composto pelas bandas KU e KA, sendo a Banda C a de menor capacidade, mas com maior cobertura, segundo o coordenador para o Programa Nacional de Educação Espacial do Ministério das Telecomunicações, Tecnologias de Informação e Comunicação Social, Lumonansoni André.

Em entrevista à ANGOP, a propósito dos três anos do ANGOSAT-2, que se assinala este domingo (12), e da Semana Mundial do Espaço, celebrada de 4 a 10 deste mês, Lumonansoni André explicou que, Angola ainda tem muitas capacidades por explorar e vender, com realce para a Banda KU.

Nesta última estão a ser explorados 36% da sua capacidade, facto que permitirá ter o retorno do investimento nos próximos anos. Segundo Lumonansoni André, a Banda KA, uma tecnologia usada para testes em órbita e para oferecer conectividade de alta velocidade em áreas remotas, ainda não está ocupada.

Lumonansoni André, coordenador do Programa Nacional de Educação Espacial, explicou que 90% dos serviços da Banda C do satélite angolano ANGOSAT-2 já foram vendidos, e 36% da Banda KU também estão praticamente ocupados. No entanto, o retorno económico ainda é reduzido, cerca de 30 milhões de dólares, muito abaixo dos 320 milhões investidos no projeto.

O satélite opera com três bandas — KU, C e KA —, sendo que a Banda KA ainda não está em uso. A Banda C tem menor capacidade, mas maior cobertura, enquanto a Banda KU possui maior capacidade e cobertura mais limitada.

Os principais clientes são empresas grossistas como a Angola Telecom, MSTelecom, Infrasat, ITA e Grupo Paratus, que compram a capacidade do satélite e revendem os serviços a operadoras como a Unitel e a Movicel, responsáveis por disponibilizá-los ao consumidor final.

Lumonansoni André afirmou que o GGPEN (Gabinete de Gestão do Programa Espacial Nacional) apenas vende as capacidades do satélite e não interfere na forma como as empresas distribuem os serviços. O foco está no acompanhamento técnico e na construção de infraestruturas espaciais alinhadas com as estratégias do setor. Além disso, destacou a importância da capacitação de quadros e da criação de uma cadeia de valor entre as empresas de telecomunicações e os parceiros, de modo a melhorar a eficiência do sistema.

Sobre a Semana Mundial do Espaço, realizada de 4 a 10 de outubro, André explicou que o evento serve como uma grande plataforma para Angola apresentar os avanços do seu Programa Espacial Nacional, mostrando os serviços e produtos desenvolvidos que contribuem para a diversificação económica e geração de receitas.

A participação de Angola neste evento, pelo oitavo ano consecutivo, reforça a presença do país no cenário internacional. A Semana é coordenada pela World Space Week, uma organização reconhecida pela ONU e que reúne os principais intervenientes da indústria espacial mundial, incluindo NASA, ESA, Roscosmos e agências espaciais do Canadá e da China. Angola participa com apresentações científicas e tecnológicas, marcando presença ativa no palco global do setor espacial.

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