BNA estuda normas éticas para aplicação de IA na banca

O Banco Nacional de Angola (BNA) está a avaliar a necessidade de emissão de orientações específicas sobre a utilização “responsável e ética” da Inteligência Artificial (IA) pelas instituições financeiras por si supervisionadas, avançou o governador do órgão regulador do sistema bancário angolano. 

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Ao discursar no encerramento da 3.ª edição da Angola Banking Conference, que decorreu nesta quarta-feira, 28, em Luanda, Manuel Tiago Dias referiu que essas medidas visam garantir que o progresso tecnológico contribua para a estabilidade e a integridade do mercado financeiro, em alinhamento com as melhores práticas internacionais.

“Contamos com o envolvimento de todos: autoridades governamentais e reguladoras, instituições financeiras, empresas de tecnologia, assim como da academia, para construirmos juntos um sistema bancário moderno, resiliente e preparado para responder às exigências do século XXI”, apelou.

Disse que a  adopção da Inteligência Artificial no sector financeiro representa uma oportunidade estratégica para o reforço da eficiência operacional, da segurança, da personalização dos serviços e, acima de tudo, da inclusão financeira.

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O governador do BNA alertou, no entanto, para os desafios que a IA impõe aos sistema financeiro como um todo, como a exigência de robustos mecanismos de governação, regulamentação adequada, capacitação técnica e um forte compromisso com a ética e a protecção de dados dos cidadãos.

“Reconhecemos o impacto da Inteligência Artificial e de outras tecnologias emergentes no sistema financeiro e estamos empenhados em promover um ambiente regulatório que seja simultaneamente seguro, competitivo e favorável à inovação”, realçou, durante o discurso de encerramento do fórum que discutiu ‘O Papel da Inteligência Artificial no futuro da banca’.

Nesse sentido, ressaltou, o BNA tem participado nos grupos de trabalho do Comité de Governadores dos Bancos Centrais da SADC (Comunidade de Desenvolvimento da África Austral), onde partilha experiências e contribui para o desenvolvimento de directrizes regionais sobre o uso da IA nos serviços financeiros.

Manuel Tiago Dias sublinhou que, internamente, a instituição que dirige tem vindo a implementar iniciativas para a modernização do sistema financeiro, nomeadamente através do reforço dos sistemas de supervisão digital, automatização de processos de monitorização e desenvolvimento de ferramentas baseadas na IA para apoiar as funções de supervisão e de estabilidade financeira.

No âmbito do seu Plano Estratégico Libongo 2023-2028, citou, o Banco Nacional de Angola está a aperfeiçoar os seus instrumentos e processos para melhorar a gestão das estatísticas e a comunicação com os diferentes stakeholders do sector, reforçando a transparência e a confiança no sistema financeiro angolano.

Segundo o governador do BNA, essas medidas visam garantir que o progresso tecnológico contribua para a estabilidade e a integridade do mercado financeiro, alinhado às melhores práticas internacionais.

O líder da instituição que regula a actividade bancária no País observou que, paralelamente, o Banco Central tem envidado esforços para promover a literacia digital e assegurar que a adopção de novas tecnologias seja feita de forma sustentável e segura.

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