Angola ganha Data center neutro Tier III a partir deste mês

O primeiro centro de dados de colocation e 100% neutro em termos tecnológicos, vai arrancar com 100 racks (prateleiras para servidores) inicialmente, juntando-se, assim, aos outros concorrentes já no mercado. Tem certificação Tier III, que garante redundância nos componentes essenciais.

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Depois da Costa de Marfim, República Democrática do Congo, Etiópia, Moçambique, Tanzânia e Uganda, está a nascer, em Angola, o primeiro Data Center de colocation e totalmente neutro da multinacional britânica Raxio. A inauguração da infraestrutura construída em Cacuaco, numa área bruta de 18.817 metros quadrados, vai ser feita hoje.

A construção da primeira fase da obra foi lançada há dois anos e resulta de um investimento de 30 milhões USD. Na fase 1, o projecto conhecido por Raxio AO1 vai arrancar com 100 racks (estruturas semelhantes a prateleiras que acomodam servidores físicos) construídas em 9.684 metros quadrados. Cada rack pode abrigar, geralmente, de 20 a 40 servidores, dependendo dos equipamentos e da configuração da infraestrutura.

Os data centers de colocation distinguem-se por disponibilizar espaço físico para hospedar equipamentos de rede e outros hardwares de TI dos clientes. É um modelo cada vez mais popular no sector tecnológico, por reduzir custos e simplificar a gestão de infraestruturas próprias.

Nesse modelo de negócio, cabe ao operador do data center assegurar serviços essenciais, como segurança avançada, refrigeração, fornecimento de energia, conectividade e escalabilidade. Já a neutralidade significa que o cliente pode escolher livremente o provedor de internet que deseja contratar, sem imposições. Essa flexibilidade garante múltiplas opções de conectividade, redundância e a possibilidade de migrar serviços sem necessidade de substituir os equipamentos físicos. Ou seja, a combinação do modelo colocation com a neutralidade garante robustez de infraestrutura, flexibilidade de conectividade bem como a redundância na conexão.

No caso da Raxio AO1, que se junta a outros data centers já em operação no mercado, trata-se de um centro de dados com certificação Tier III, com redundância de componentes como energia e refrigeração, o que possibilita manutenções sem interrupções no serviço e funcionamento ininterrupto durante todo o ano.

Na era da Indústria 4.0, os investimentos em infraestruturas tecnológicas costumam ser cruciais para as empresas, já que os dados são a nova mina de ouro das organizações. Isso, muitas vezes, exige a construção de centros de dados próprios, o que envolve custos financeiros elevados. No entanto, a ideia de manter um data center dentro da empresa, ocupando espaço físico e aumentando despesas, começa a ficar no passado, já que existem centros especializados.

“O nosso modelo de negócio é neutro em termos tecnológicos: acolhemos todos os clientes. A escolha do modelo tem a ver com organizações que já possuem infraestrutura tecnológica e precisam expandir ou implementar soluções de disaster recovery (recuperação de desastres)”, explica Maria Pinto, diretora-geral da Raxio em Angola, em entrevista ao Expansão. E acrescenta: “Se cada banco construísse o seu próprio data center, teríamos uma cidade estrangulada de estruturas.”

Actualmente, já há dezenas de empresas que estão a migrar as suas infraestruturas para a infraestrutura do grupo Raxio. Esse processo tem sido relativamente simples, desde que bem planeado, com um cronograma realista e alinhado com os clientes. Sendo que a expansão para a segunda fase vai depender do sucesso da primeira.

“Manter um data center dentro da empresa pode transmitir uma falsa sensação de segurança. O foco das instituições deve ser o seu negócio, e não a gestão de servidores, que muitas vezes é relegada para segundo plano e só recebe atenção quando surge um problema. O nosso centro de dados existe justamente para que o cliente se concentre no seu negócio, enquanto nós cuidamos da infraestrutura”, explica.

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