Segundo o IEEE, a forma como os programadores trabalham está a mudar drasticamente. Em vez de recorrerem a fóruns públicos como o Stack Exchange ou a pesquisas no Google para resolver problemas, estão cada vez mais a ter conversas privadas com Modelos de Linguagem de Grande Escala (LLMs) como o Claude e o ChatGPT. Esta nova tendência, apelidada de “vibe coding”, está a ter um impacto direto nas métricas de popularidade, que se baseiam em sinais públicos.
O impacto da Inteligência Artificial e do “vibe coding”
A prova desta mudança é a queda abrupta na actividade dos fóruns. O número de questões semanais no Stack Exchange para as principais linguagens de programação caiu para apenas 22% do que era em 2024. Com assistentes de IA como o Cursor e o Windsurf a integrarem-se no dia a dia, a necessidade de pedir ajuda publicamente diminuiu, afectou desproporcionalmente a visibilidade de linguagens como o JavaScript.
O IEEE especula que, à medida que a IA se torna mais competente na geração de código em várias linguagens, a escolha de uma linguagem específica pode tornar-se menos crucial. O foco dos programadores poderá passar da escrita de código-fonte para a otimização de “prompts” para obter o resultado desejado. Esta nova realidade pode ter um efeito secundário curioso: a estagnação. Novas linguagens podem ter dificuldade em emergir, uma vez que as IAs são treinadas com vastos conjuntos de dados de linguagens já estabelecidas, criando um efeito de “congelamento no tempo”.
Nem tudo o que a IA gera é perfeito
Apesar de a programação assistida por IA tornar a área mais acessível, a qualidade do código gerado nem sempre é a ideal. Muitas vezes, o código produzido não é tão “limpo” como o escrito por um humano e pode conter vulnerabilidades que o programador não consegue identificar. Curiosamente, esta tendência já está a levar algumas empresas a contratar novamente humanos para corrigir o trabalho menos cuidado gerado por sistemas de IA. O futuro poderá valorizar mais as licenciaturas em ciências da computação, focadas nos fundamentos, em detrimento dos bootcamps de programação.
Os rankings de 2025 em detalhe
No que toca ao ranking principal, o “Spectrum”, o pódio é liderado pelo Python, seguido por Java, C++, SQL e C#. Na categoria “Trending”, que mede o crescimento, a tendência é semelhante, com o Python a liderar, acompanhado por Java, C++, C e C#. Já no que diz respeito ao mercado de trabalho, o Python continua a ser o mais procurado, com SQL, Java, JavaScript e TypeScript a completarem os cinco primeiros lugares.
