O Presidente do Conselho de Administração da Administração Geral Tributária (AGT), José Leiria, defendeu que a transformação digital é essencial para garantir maior celeridade, eficiência e transparência nos processos aduaneiros e comerciais. A iniciativa reuniu especialistas e representantes do sector, sublinhando o papel estratégico da digitalização, da inteligência artificial e da automação na modernização das operações de importação e exportação em Angola.
José Leiria falava na abertura do I Fórum sobre Digitalização no Comércio Internacional, realizado pela Câmara dos Despachantes Oficiais de Angola (CDOA).
De acordo com o responsável, a nível dos despachantes, a perspectiva da AGT vai no sentido de, cada vez mais, abraçarem este segmento com a seriedade trazida pela modernidade.
“Ou adoptamos as ferramentas tecnológicas ou tornamo-nos disfuncionais”, alertou.
Para José Leiria, cada despachante, enquanto agente importante do comércio internacional, depende, cada vez mais, da utilização da ferramenta digital, tendo em conta o comércio digital.
Segundo José Leiria, só assim é possível ter actos praticados de forma imediata, simplificar e desburocratizar processos e, acima de tudo, dar respostas mais céleres aos utentes e aos beneficiários finais dos processos em que cada um é chamado a intervir.
Disse que este apelo não vai apenas no sentido da adopção profissional dos mecanismos tecnológicos. Vai no sentido de, enquanto profissionais e agentes activos no comércio externo, criarem-se facilidades para a adopção de qualquer mecanismo tecnológico que seja imprescindível ao nível das actividades.
“Os despachantes são chamados a serem os primeiros adoptantes da facturação electrónica nas suas interacções com os seus clientes”, destacou.
Em Angola, apontou, verifica-se um crescimento acentuado na utilização dos sistemas digitais, onde se estima que, em 2020, apenas dois milhões de angolanos utilizavam a internet e tinham algum mecanismo tecnológico, telefone ou computador. Este número aumentou cinco anos depois. Actualmente, a estimativa já vai em torno de 12 milhões de angolanos.
José Leiria disse que estudos revelam que os países que adoptaram mecanismos tecnológicos para a actividade, especialmente durante cenários de emergência, conseguiram, em curto prazo, aumentar o seu volume de negócios em cerca de 30 por cento, dados que reflectem a necessidade de se olhar para este tema com a seriedade necessária e, sobretudo, a necessidade de adaptação às novas tecnologias.
Disse que esta é uma aposta por parte do Executivo angolano, cada vez mais aposta nas tecnologias de informação”, disse a concluir.
O presidente da Câmara dos Despachantes de Angola, José Pacheco, avançou que a digitalização está a transformar a forma como as empresas operam em todo o mundo, especialmente no comércio internacional.
Essa revolução tecnológica, disse, não facilita apenas as transacções, mas também redefine as expectativas dos consumidores e a dinâmica das cadeias de suprimentos.
Neste contexto, avançou, entender como a digitalização impacta as operações de importação e exportação é essencial para empresas que desejam manter-se competitivas.
De acordo com José Pacheco, ferramentas digitais como plataformas de e-commerce, software de gestão de cadeia de suprimentos e sistemas de rastreamento em tempo real estão a tornar as operações mais eficientes e transparentes.
Sobre o fórum
Sob o lema “A Adopção Digital no Comércio Internacional em Angola”, o evento propôs uma reflexão profunda sobre o impacto da digitalização, no cadeia do comércio internacional, com enfoque na Inteligência Artificial e automação como ferramentas estratégicas para a modernização do sector.
Ao longo do evento, foram abordados temas como a digitalização e os desafios na cadeia do comércio internacional, o modelo processual e seu impacto nos negócios, infra-estruturas tecnológicas como base da inovação, e a digitalização e inteligência artificial como motores da transformação.