Musk anuncia ligação directa do Starlink aos telemóveis

Elon Musk lançou um desafio à indústria global de telecomunicações com um anúncio arrojado que promete transformar a conectividade móvel.

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Durante a cimeira ALL-IN, Musk revelou que as suas empresas SpaceX e Starlink estão a desenvolver novos telemóveis equipados com chipsets capazes de se ligar directamente aos satélites. Segundo ele, estes telemóveis “provavelmente começarão a ser enviados dentro de dois anos”, o que permitirá conectividade global de alta largura de banda sem necessidade de operadoras nacionais.

“Isto vai permitir à SpaceX fornecer conectividade de alta largura de banda directamente dos satélites para os telemóveis. O chipset precisa de ser modificado para acomodar estas frequências, o que deverá levar cerca de dois anos. No final, poderá ver vídeos em qualquer lugar no seu telemóvel”, afirmou Musk.

A introdução prevista do telemóvel de Musk surge um ano após a Starlink ter lançado o serviço de ligação direta ao telemóvel. Esse lançamento impulsionou o setor das telecomunicações a novos patamares e colocou as operadoras móveis sob pressão para repensarem os seus planos ou arriscarem-se a ficar irrelevantes.

A mais recente perspetiva de os telemóveis contornarem as redes móveis tradicionais coloca as operadoras sob pressão adicional, sobretudo em África, onde o sector das telecomunicações continua a ser a espinha dorsal da conectividade e dos serviços financeiros. Até ao momento, 25 países africanos já licenciaram a Starlink para operar, incluindo a Nigéria, o Gana, o Quénia e a República Democrática do Congo.

A iniciativa de Musk deverá acelerar a concorrência, obrigar as operadoras a inovar para se manterem relevantes neste mercado cada vez mais compectitivo.

A Nigéria, a maior economia africana, já deu passos nesse sentido. Em junho, a Agência Nacional de Investigação e Desenvolvimento Espacial (NASRDA) assinou um acordo com a empresa chinesa Galaxy Space para implementar comunicação por satélite direta para dispositivos em todo o país. O director-geral da NASRDA, Dr. Matthew Adepoju, classificou a parceria como “uma nova era no panorama das comunicações na Nigéria”, destacou que vai permitir ligar as regiões rurais e comunidades pouco servidas.

Os satélites de órbita terrestre baixa (LEO), como a Starlink, oferecem a África uma alternativa viável onde a instalação de infraestrutura terrestre é dispendiosa ou tecnicamente difícil. No entanto, especialistas do sector alertam que colmatar a divisão digital do continente vai exigir uma combinação de soluções via satélite, fibra e redes terrestres.

Musk reconheceu que operadoras regionais como a AT\&T e, no caso africano, a MTN, Airtel e Vodacom, não vão desaparecer de imediato. “Elas continuam a ter espectro, mas sim, será possível ter a Starlink como ter a AT\&T ou a Verizon”, afirmou.

Para África, a Starlink já não é uma ideia abstrata. O serviço encontra-se licenciado em quase metade dos países do continente e, no primeiro semestre de 2025, já está activo em pelo menos 20 países africanos. O fornecedor de serviços traçou ainda planos para alcançar mais de 45 países até ao final de 2026.

Assista a mais detalhes do anúncio de Musk no vídeo partilhado no X pelo comentador tecnológico DogeDesigner, que gerou um intenso debate global sobre o futuro da conectividade móvel.

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