Organizado pelo Gabinete das Nações Unidas para Tecnologias Digitais e Emergentes (ODET sigla em inglês), o evento representa uma oportunidade para colmatar divisões e capacitar a economia africana impulsionada pelos jovens.
Ocorre exactamente um ano após a adoção do Pacto Digital Global, um marco histórico para a construção de um futuro digital inclusivo e seguro.
O programa, com duração de um dia, contará com a participação de líderes globais do governo, empresas, academia e sociedade civil, com foco em temas como governança da IA, infra-estrutura pública digital e economias digitais inclusivas.
Amandeep Singh Gill, enviado do secretário-geral da ONU para a tecnologia, enfatizou que, para a África, onde a rápida digitalização está a remodelar as sociedades, o evento reconhece que o continente é fundamental para a agenda digital global.
65% da África Subsaariana ainda permanece offline
Painéis e mesas redondas explorarão economias digitais inclusivas, a localização da cooperação digital por meio de esforços liderados por cidades e países e o desenvolvimento de infra-estruturas públicas digitais como base para um futuro digital aberto, seguro e responsável, afirmou.
De forma central, a ODET salientou ainda que as sessões de alto nível também abordarão a privacidade e os direitos humanos na governança de dados, o papel da IA nas artes e na inovação e o uso de ferramentas digitais para promover o desenvolvimento sustentável e a ação climática.
Ao combinar reflexões sobre o progresso com iniciativas voltadas para o futuro, o Dia da Cooperação Digital 2025 oferece uma plataforma para que as partes interessadas examinem como as tecnologias digitais podem ser utilizadas de forma responsável para promover a inclusão, a equidade e a prosperidade compartilhada em todo o mundo, afirmou a ODET.
As nações africanas estão cada vez mais na liderança da política digital e da inovação do continente. Nigéria, Quénia, África do Sul e Ruanda estão entre os pioneiros, a investir em identidades digitais, tecnologia financeira e investigação em inteligência artificial.
Abisoye Coker-Odusote, da Nigéria, director-geral da Comissão Nacional de Gestão de Identidade foi orador ontem, destacou a crescente influência de África na definição das normas globais.
O Dr. Bitange Ndemo, embaixador do Quénia na Bélgica e especialista em políticas digitais, outro orador importante, já salientou no passado que os riscos são elevados para África.
De acordo com a União Internacional de Telecomunicações, mais de 300 milhões de africanos passaram a ter acesso à Internet nos últimos cinco anos, mas o continente ainda está atrasado em termos de acesso a preços acessíveis e infra-estrutura digital.
As iniciativas no âmbito do Pacto Digital Global, como a conectividade universal à Internet e o desenvolvimento de capacidades em IA, poderiam reduzir essas disparidades.
“Esta é uma oportunidade para colocar as prioridades de África, a acessibilidade, o empoderamento dos jovens e o crescimento inclusivo no centro da governação digital global”, afirmou Ndemo.
A ONU enfatiza que o Pacto visa traduzir princípios em ações. Com a sua população jovem e os seus prósperos centros tecnológicos, África está preparada não só para beneficiar, mas também para liderar a construção de um futuro digital aberto, seguro e inovador.
Os trabalhos serão transmitidos ao vivo a partir de Nova Iorque, e oferecem aos africanos um lugar na primeira fila de um diálogo global que poderá definir a próxima década de cooperação digital.