
Enquanto cresce o debate sobre os limites das redes sociais e a possível proibição do uso de telemóveis nas escolas, pais e educadores são chamados a ajudar as crianças a desenvolver uma relação mais equilibrada com o mundo digital.
Cada vez mais pais mostram-se preocupados com os efeitos negativos das redes sociais e do tempo excessivo em frente aos ecrãs. No entanto, muitos admitem ter dificuldade em definir regras que realmente promovam o bem-estar dos seus filhos.
Vários governos europeus, bem como especialistas em saúde, têm defendido a introdução de rótulos de advertência nas plataformas digitais, a imposição de idades mínimas para o uso das redes sociais e até a proibição total dos telemóveis nas escolas. A preocupação central é o impacto que o uso prolongado das tecnologias pode ter na saúde mental e emocional dos jovens.
De acordo com investigadores, a utilização “problemática” das redes sociais está a aumentar entre adolescentes em toda a Europa. Um relatório recente da Organização Mundial da Saúde (OMS) apontou o domínio do mundo digital sobre os jovens como um dos principais fatores que alimentam a solidão a nível global.
O uso excessivo de ecrãs tem sido associado a uma redução da actividade física, problemas de sono, ansiedade, depressão, stress e isolamento social.
A pediatra Janna-Lina Kerth, do Hospital Universitário de Düsseldorf, na Alemanha, alerta que as crianças podem ficar presas num “ciclo vicioso”, em que quanto mais tempo passam ligadas aos ecrãs, mais sentem necessidade de continuar online — um comportamento que tende a agravar os seus efeitos negativos.
Especialistas defendem que é urgente promover hábitos digitais saudáveis desde cedo, com mais diálogo em casa, tempo para actividades físicas e regras claras sobre o uso da internet.








