No entanto, outro factor crucial continua frequentemente a ser negligenciado: o funcionário. A tecnologia tem muitas capacidades, mas sem pessoal atento e bem informado, qualquer organização continua vulnerável. Os funcionários desempenham um papel importante na prevenção de uma crise cibernética e na limitação dos danos quando algo corre mal.
As pessoas quando bem treinadas são essenciais para a resiliência digital de uma empresa. Contudo, a formação, por si só, não garante resultados duradouros. Em tempos de crise, uma comunicação eficaz muitas vezes faz a diferença entre o controlo e a escalada.
A literacia digital é a espinha dorsal da resiliência na era digital – Pia Ahrenkilde Hansen, directora-geral da Comissão Europeia.
Os estudos mostram que erros humanos estão envolvidos em quase 60% de todas as fugas de dados. Muitas vezes, trata-se de funcionários bem-intencionados que, inconscientemente, causam uma crise ao clicar, por exemplo, num link malicioso. Investir em consciência cibernética, competências digitais e comportamento seguro online é, portanto, inevitável. Com isso, as organizações não apenas fecham a sua porta digital, mas também constroem uma firewall humana.
“Você pode agravar uma crise com uma comunicação ruim, mas evitar a escalada com uma boa comunicação. Sem comunicação? Então você realmente tem um problema”, Frank Hoen especialista em comunicação de crise.
Na prática, é difícil construir essa barreira humana da maneira tradicional. Treinamentos anuais e e-mails isolados geralmente têm pouco efeito. Uma formação cibernética eficaz requer um processo de aprendizagem contínuo que responda às últimas evoluções e mantenha os conhecimentos actualizados.
Para tal, é essencial recorrer ao poder da repetição: isto garante que a informação é realmente memorizada e permanece na mente. Esta abordagem não requer mais informação, mas sim uma comunicação mais inteligente. Comunicação que é visível em todos os lugares, apresentada de forma directa e relevante, sem atrapalhar o processo de trabalho. Só assim a mensagem fica gravada sem causar resistência ou reduzir a productividade.
Mesmo com funcionários bem treinados, pode ocorrer uma crise cibernética. Durante uma crise cibernética, a comunicação é vital. É essencial que todos saibam o que está a acontecer, o que devem e, principalmente, o que não devem fazer e através de que canal os funcionários podem obter actualizações fiáveis. Somente com uma comunicação clara e coordenada as organizações podem manter a calma e limitar danos adicionais.
Esperar não é uma opção.
Uma maior resiliência digital começa com as pessoas e a comunicação. Os números falam por si: 72% dos líderes cibernéticos prevêem um risco maior e, em 60% dos casos de violação de dados, a ação humana desempenha um papel importante. As organizações que desejam sobreviver digitalmente devem, portanto, investir em formação e em comunicação de crise. Durante uma crise, não há espaço para improvisação: os funcionários agem de acordo com o que aprenderam e com as informações que recebem, ou não.








