África pressionada a desenvolver quadro de resiliência da Internet

À medida que África continua a enfrentar interrupções na Internet, líderes do sector das telecomunicações apelaram aos governos e reguladores para que adoptem e implementem um quadro-modelo para construção da resiliência regional da Internet.

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A União Africana das Telecomunicações (ATU sigla em inglês), a Internet Society e o Centro Africano de Informação de Redes (AFRINIC) já aprovaram o quadro.

Segundo um comunicado conjunto das organizações, o quadro estrutura o desafio da resiliência da Internet em África em três áreas de enfoque interdependentes: redes e fornecedores de serviços de Internet (ISPs), infra-estruturas críticas como redes eléctricas e cabos, e condições de mercado que influenciam a acessibilidade e a procura.

Após a implementação, as entidades ou operadores responsáveis por uma parte importante do ecossistema de Internet de um país, como empresas de energia eléctrica, operadores de redes móveis, ISPs, pontos de troca de tráfego de Internet ou registos de domínios de topo com código de país, devem elaborar um plano de resiliência no prazo de um ano após a adopção oficial do quadro.

O comunicado menciona também várias interrupções passadas que prejudicaram as comunicações, como a avaria do Sistema de Cabos da África Ocidental, em Março de 2024, que deixou 13 países sem ligação durante vários dias.

As organizações explicaram que o plano deve ser avaliado e actualizado anualmente, devendo ser compatível com os planos de continuidade e recuperação da entidade ou operador.

O quadro deve igualmente especificar como a organização pretende integrar nas suas operações as características de resiliência, como redundância, capacidade de adaptação e recuperação rápida, que são componentes essenciais para garantir robustez.

A ATU alertou que cada apagão representa um sinal de aviso urgente e que o quadro funcionaria como um seguro contra falhas.

“A conectividade continua a ser o sistema nervoso de África e, quando falha, as escolas, os hospitais e os mercados também falham. Este quadro é a nossa apólice de seguro contra a escuridão”, afirmou John Omo, secretário-geral da ATU.

Arthur Carindal, responsável pelo envolvimento com as partes interessadas no AFRINIC, elogiou as instituições pelo esforço coordenado.

“É uma grande honra para o AFRINIC colaborar com a ATU e a ISOC nesta iniciativa transformadora, que permite a todos os intervenientes participar no desenvolvimento do quadro-modelo de resiliência da Internet em África, o qual destaca recomendações políticas essenciais e boas práticas para reforçar a infra-estrutura da Internet no continente,” disse John Omo.

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