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Quarta-feira, Setembro 3, 2025
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Instagram impõe limite de seguidores para transmissões ao vivo

A Meta, empresa responsável pelo Instagram, confirmou a actualização da política, em vigor desde 1 de Agosto. A medida aplica-se a todas as contas públicas e tem como objectivo, segundo a companhia, garantir “uma experiência mais segura e significativa” nas transmissões em directo.

A alteração traduz-se numa limitação importante do acesso à funcionalidade de transmissões ao vivo, anteriormente disponível para qualquer perfil, independentemente do número de seguidores. A partir de agora, apenas as contas públicas com pelo menos 1.000 seguidores podem iniciar uma transmissão em directo.

Na prática, a restrição pode funcionar como uma triagem destinada a limitar transmissões de baixa qualidade, sem interacção ou objectivo claro. Outro factor que poderá estar na origem da medida, segundo o portal, é o custo de operação.

Desta forma, a Meta poderá procurar reduzir despesas com transmissões em directo dirigidas a públicos muito reduzidos, utilizadas sobretudo para interacções ocasionais entre amigos ou para testar formatos.

Na rede social, muitos criadores iniciantes encaram as transmissões em directo como uma forma de aprofundar a ligação com os seguidores e de experimentar conteúdos ao vivo antes de avançarem para publicações mais estruturadas. A alteração poderá reduzir o número de transmissões irrelevantes ou problemáticas, dando maior destaque a criadores com audiência já consolidada.

A medida do Instagram acompanha a política já aplicada pelo TikTok, que também exige um mínimo de 1.000 seguidores para permitir transmissões em directo. O YouTube, por sua vez, mostra-se mais flexível, ao disponibilizar o recurso para canais com pelo menos 50 subscritores.

Não é a primeira vez que o Instagram adopta ou testa funcionalidades semelhantes às do TikTok. Recentemente, a rede social iniciou testes de uma ferramenta oficial de republicação no feed, que possibilita a partilha directa de vídeos na aba de recomendações. No entanto, a funcionalidade ainda não foi incorporada à aplicação.

Passwords do Gmail sob ataque, Google alerta utilizadores

A Google confirmou que as palavras-passe do Gmail estão a ser ativamente exploradas por atacantes e a maioria dos utilizadores ainda não adotou proteções de login mais fortes. A recomendação agora é que os utilizadores alterem as suas passwords e que ativem mecanismos de segurança adicionais.

Após os ataques recentes, a Google recomenda agora que os titulares de contas alterem as suas palavras-passe do Gmail. Muitas intrusões bem-sucedidas resultaram de credenciais reutilizadas ou expostas. Uma grande violação terá envolvido a própria base de dados Salesforce da Google, o que gerou ainda mais alarme. Como as campanhas de phishing aumentam, mesmo os utilizadores com autenticação de dois fatores (2FA) continuam vulneráveis, especialmente se dependerem de códigos baseados em SMS.

A Google não está apenas a pedir aos utilizadores que redefinam as suas palavras-passe do Gmail. Quer que todos adotem chaves de acesso ou autenticação de dois fatores (2FA) baseada no dispositivo como método de início de sessão. Estas opções reduzem o risco de phishing, pois eliminam a necessidade de introduzir palavras-passe. Antes, a Google tornou as chaves de acesso o método de início de sessão predefinido. Mesmo assim, muitos continuam a depender de passwords e ferramentas de verificação desatualizadas.

Os cibercriminosos tornaram-se mais convincentes nos ataques ao Gmail. Fingindo ser o suporte da Google, enganam as pessoas e fazem-nas inserir os dados de login em sites clonados. Alguns esquemas incluem até chamadas telefónicas falsas ou e-mails gerados por IA para aumentar a urgência.

Os atacantes já não precisam de quebrar a criptografia. Só precisam de enganar o utilizador. Por isso, a Google recomenda que os utilizadores vão além dos logins simples baseados em palavras-passe. Ativar uma chave de acesso ou utilizar uma aplicação autenticadora é agora considerado essencial. Ao mesmo tempo, os utilizadores devem estar atentos a mensagens suspeitas que imitem avisos de segurança reais.

A recomendação é óbvia e até lógica. Quem ainda só usa uma palavra-passe e um código SMS para o Gmail, está na hora de mudar. A Google deixou clara a sua posição e revelou que as proteções mais fortes já não são opcionais.

Japão apoia televisão terrestre em Angola com USD 10 milhões

O governo japonês está a investir cerca de 10 milhões de dólares no projecto de televisão terrestre (TDT) de Angola, permitindo que o país da África Austral faça a transição da radiodifusão televisiva analógica, ao mesmo tempo que moderniza a infraestrutura e o equipamento de transmissão terrestre em locais chave.

O embaixador do Japão em Angola, Hiroaki Sano, e o director da Direção de Cooperação Internacional do Ministério das Relações Exteriores, José da Silva, assinaram no início da semana passada um acordo para o lançamento do Projecto de Desenvolvimento da Rede de Radiodifusão TDT.

Isto acontece numa altura em que muitos países africanos lutam para fazer a transição da tecnologia analógica para a TDT; embora alguns tenham feito progressos, muitos outros enfrentam desafios significativos para cumprir os prazos e assegurar uma transição harmoniosa de acordo com os calendários acordados pela União Internacional das Telecomunicações.

Angola e Japão fortalecem parceria estratégica em telecomunicações

A transição é fundamental para as autoridades japonesas porque Angola é vulnerável a catástrofes naturais, necessita da implementação de radiodifusão de alerta de emergência para permitir uma comunicação mais eficaz e eficiente de informação meteorológica e de prevenção de catástrofes, tornando urgente a transição para sistemas digitais terrestres, segundo a embaixada.

O projecto inclui a instalação e modernização de infra-estruturas e equipamentos de transmissão digital terrestre nas estações transmissoras de Viana e do Palácio da Justiça, na Cidade, província de Luanda, bem como na estação do Sombreiro, na cidade de Benguela.

A Agência Japonesa de Cooperação Internacional levará a cabo o projecto em colaboração com o Ministério das Telecomunicações, Tecnologias da Informação e Comunicações de Angola.

“Actualmente, a transmissão televisiva no país é feita em formato analógico, predominantemente em português. No entanto, cerca de 70% da população fala várias línguas nacionais (étnicas), o que gera uma elevada procura de legenda e de radiodifusão multilingue – caraterísticas das normas japonesas de radiodifusão digital terrestre”, salientou a Embaixada do Japão.

Crimes Cibernéticos: Interpol detém mais de 1.200 pessoas em África

De acordo com a agência espanhola de notícias, Efe, a Organização Internacional de Polícia Criminal (Interpol) deteve 1.209 pessoas que alegadamente terão feito cerca de 88 mil vítimas, recuperando 97,4 milhões de dólares, quase 84 milhões de euros, e desmantelaram 11.432 “infra-estruturas maliciosas”.

A agência policial internacional destacou que a chamada operação Serengeti 2.0 recebeu o apoio do sector privado, com informações, orientação e formação que ajudaram os investigadores a identificar mais eficazmente os supostos criminosos.

Em Angola, foi possível desmantelar 25 centros de mineração de criptomoedas onde operavam 60 cidadãos chineses responsáveis pela validação ilegal de transacções ‘blockchain’ para gerar essas moedas virtuais, exemplifica a Interpol, acrescentando que na Zâmbia foi descoberta uma fraude de investimento online em grande escala, que se estima ter feito cerca de 65 mil vítimas, que perderam cerca de 300 milhões de dólares, o equivalente a 258,6 milhões de euros.

Satélites sob ataque, o espaço tornou-se o novo campo de batalha

Os burlões atraíam as vítimas através de campanhas publicitárias em que lhes prometiam altos rendimentos se investissem em criptomoedas, para o que tinham de descarregar várias aplicações.

Graças a essa descoberta, 15 pessoas foram detidas e várias provas foram confiscadas, como domínios, números de telemóveis e contas bancárias, anunciou a Interpol, apontando que as investigações continuam para tentar localizar colaboradores no estrangeiro.

Bolsonaro: criptografia do WhatsApp é um fiasco?

A divulgação de diálogos privados entre Jair Bolsonaro e o filho Eduardo Bolsonaro pela Polícia Federal levantou uma questão delicada: afinal, se o WhatsApp garante criptografia de ponta a ponta, como foi possível recuperar as conversas?

O episódio expõe as limitações práticas dessa camada de proteção quando o dispositivo físico é apreendido.

No relatório oficial, identificado como Relatório Final N.º 3305694/2025, a Policia Federal afirma que as mensagens foram recuperadas directamente do telemóvel do ex-presidente.

Muitos conteúdos tinham sido apagados, mas foram restaurados através de softwares de extração de dados. Os peritos conseguiram reconstruir diálogos e cruzá-los com outros elementos da investigação.

Alguns ficheiros multimídia, como áudios, permaneceram inacessíveis, um reflexo dos limites da técnica.

Ou seja, não houve cedência de dados pela Meta, dona do WhatsApp, nem quebra direta da criptografia de ponta a ponta. A análise incidiu no dispositivo apreendido.

A Policia não revelou que softwares utilizou, mas no mercado internacional são conhecidas soluções como o Cellebrite Premium, ferramenta de origem israelita usada em investigações forenses.

Este tipo de software é capaz de aceder ao sistema de ficheiros do telemóvel, desbloquear dispositivos protegidos e reconstruir dados apagados.

Apesar de a criptografia proteger comunicações em trânsito, entre remetente e destinatário, as mensagens ficam armazenadas localmente em bases de dados do próprio WhatsApp no telemóvel. É nesse ponto que softwares forenses exploram vulnerabilidades ou recorrem a técnicas de recuperação.

Casos semelhantes já ocorreram no Brasil, como no processo do homicídio de Henry Borel. Ainda assim, os detalhes técnicos permanecem sigilosos: as vulnerabilidades exploradas pelas ferramentas de perícia são mantidas em segredo comercial.

Este episódio evidencia uma realidade incómoda: a criptografia de ponta a ponta protege a transmissão de mensagens, mas não garante inviolabilidade absoluta quando o dispositivo é comprometido. Na prática, o elo mais frágil continua a ser o telemóvel do utilizador.

A dúvida que fica é se a percepção pública de “segurança absoluta” no WhatsApp não será, afinal, uma promessa maior do que a tecnologia realmente consegue oferecer.

A era dos telemóveis está a chegar ao fim, garante Bill Gates

Os smartphones são uma parte indispensável da vida quotidiana há mais de uma década. Desde a verificação de e-mails à navegação nas redes sociais e acesso a informação, estes dispositivos moldaram a forma como se interage com o mundo. Mas Bill Gates acredita que esta era está a chegar ao fim e prevê um futuro em que as tatuagens electrónicas se tornarão a nova norma.

De acordo com a Medium, Gates identifica as tatuagens electrónicas, desenvolvidas pela Chaotic Moon e posteriormente adquiridas pela Accenture, como o próximo grande salto na tecnologia pessoal. Em vez de segurar um telefone nas mãos, estas tatuagens podem permitir comunicar, aceder à internet e até monitorizar a saúde, tudo sem um ecrã à vista.

A principal vantagem? Estão incorporadas na pele, permitindo interagir com o mundo através de gestos simples ou do toque. As tatuagens serão discretas, mais intuitivas e alimentadas por minúsculos nano condensadores, que não requerem baterias ou ecrãs volumosos, o que as torna uma alternativa mais subtil aos dispositivos móveis actuais.

Como funcionam? Pense nelas como aplicações temporárias na pele que utilizam tinta inteligente preenchida com nano condensadores. Estas tatuagens podem comunicar com os dispositivos circundantes, permitindo-lhe fazer coisas como enviar mensagens, navegar na web ou até mesmo desbloquear portas — tudo com um simples deslizar ou gesto.

Além da comunicação, também podem monitorizar sinais vitais como o ritmo cardíaco, a temperatura corporal e até detectar potenciais problemas de saúde antes que se tornem graves. São, na sua essência, um rastreador de saúde e uma ferramenta de comunicação combinados. E como são invisíveis significa que já não é preciso estar a segurar um telemóvel. É uma experiência fluida, onde a tecnologia se torna parte de si, e não algo que transporta.

Por mais entusiasmante que possa parecer, levanta questões sobre privacidade. Estas tatuagens recolheriam uma quantidade imensa de dados pessoais, desde a sua localização até às suas métricas de saúde. Quem é o proprietário desses dados? Como garantir a sua protecção?

Ainda assim, há vantagens inegáveis. As tatuagens podem substituir a necessidade de palavras-passe, cartões de crédito ou até chaves físicas. Em teoria, podem proporcionar um nível de segurança muito mais robusto do que tudo o que existe hoje, graças à sua singularidade biométrica.

Há também o impacto social. Se estas tatuagens se tornarem populares, isso poderá significar o fim do vício dos ecrãs. Sem a distracção constante de olhar para o ecrã de um smartphone, é possível experimentar uma interacção mais focada e menos fragmentada com a tecnologia. Esta mudança pode alterar os comportamentos sociais e até a forma como as pessoas se relacionam.

Cabo Verde e Japão vão reforçar cooperação em IA

Cabo Verde e Japão vão reforçar a cooperação em áreas como inteligência artificial, mobilização de água e economia azul, anunciou hoje o primeiro-ministro cabo-verdiano, após um encontro em Yokohama com o homólogo japonês.

“Convergimos quanto à prioridades na qualificação técnica dos recursos humanos, nomeadamente na inteligência artificial, em infraestruturas de mobilização da água e no desenvolvimento da economia azul”, afirmou Ulisses Correia e Silva, na sua página oficial do Facebook.

No encontro, realizado à margem da 9.ª Conferência Internacional de Tóquio sobre o Desenvolvimento de África (TICAD), o chefe do Governo adiantou que o projeto de abastecimento de água em Santiago, financiado em 150 milhões de dólares (128 milhões de euros) pela agência japonesa de cooperação JICA, “depois de vários contratempos e ajustes, vai arrancar”, estando já na fase de aprovação para que a construtora japonesa inicie as obras.

Segundo Correia e Silva, o primeiro-ministro japonês, Shigeru Ishiba, “encorajou” Cabo Verde a abrir uma embaixada em Tóquio, na sequência da decisão já tomada pelo executivo cabo-verdiano.

“Colocámos à consideração do Governo japonês a celebração de um acordo de isenção de vistos para passaportes cabo-verdianos diplomáticos e de serviço”, acrescentou.

Na reunião, Cabo Verde defendeu ainda o reconhecimento das suas especificidades como pequeno Estado insular em desenvolvimento (SIDS), sobretudo no acesso a financiamento concessional e a donativos no quadro da cooperação com o Japão.

À margem da conferência, Ulisses Correia e Silva também foi recebido em visita de cortesia pelo presidente da Câmara Municipal de Yokohama, com quem abordou oportunidades de cooperação em áreas como gestão da água, tratamento de resíduos, administração portuária e formação profissional.

O autarca destacou as relações já existentes com cidades africanas, como Abidjan e Cotonou, e manifestou interesse em estabelecer parcerias também com cidades cabo-verdianas.

A TICAD decorre até sexta-feira em Yokohama, no Japão, com o tema ‘Fortalecimento das parcerias para o desenvolvimento sustentável do continente africano’, tendo entre os participantes o Presidente de Moçambique, Daniel Chapo, o presidente em exercício da União Africana e chefe de Estado angolano, João Lourenço, e o primeiro-ministro são-tomense, Américo Ramos.

Na intervenção feita na TICAD, Ulisses Correia e Silva defendeu que “a abordagem da criação de valor através dos recursos naturais é tão válida para o sol, o vento e o mar, como para os minerais e as terras raras”, depois de apresentar as principais iniciativas que o arquipélago está a executar para capitalizar as suas especificidades geográficas.

“A questão é a mesma, para a África: como criar valor que dinamiza a economia e beneficia as pessoas através da aplicação dos recursos para reduzir a pobreza, criar empregos decentes e aumentar a qualidade de vida dos cidadãos”, continuou o primeiro-ministro, concluindo que “o Japão tem boa experiência na gestão, investigação científica, conhecimento, tecnologia e quadro institucional para a criação de valor a partir de recursos naturais escassos, que deve inspirar África”.

UNITEL reforça presença em Cabinda com serviço 5G

Desde o dia 6 de julho de 2025, Cabinda passou a contar com cobertura da rede 5G da UNITEL. A chegada desta tecnologia reforça a estratégia da operadora em impulsionar a inovação e garantir maior inclusão digital em todo o país.

Com a nova infraestrutura, os clientes da província podem aderir ao serviço NETCASA 5G, uma solução que disponibiliza internet fixa com velocidades que variam entre 25 e 200 Mbps, e utiliza a tecnologia FWA (Fixed Wireless Access). Esta tecnologia assegura ligações mais estáveis, com menor latência e uma relação custo-benefício mais vantajosa.

MAIS: UNITEL promove conectividade e inovação na Expo-Huíla 2025

Além da internet fixa, a expansão do 5G traz ainda mais velocidade e fiabilidade às comunicações móveis. A UNITEL disponibiliza planos adaptados às diferentes necessidades das famílias, garantindo maior qualidade no acesso digital.

Com esta implementação, Cabinda junta-se às demais províncias já abrangidas pela rede 5G, consolidando a posição da UNITEL como líder na transformação digital em Angola.

Angola e Japão fortalecem parceria estratégica em telecomunicações

O ministro das Telecomunicações, Tecnologias de Informação e Comunicação Social, Mário Oliveira, reuniu-se esta quinta-feira (21), em Yokohama, com o ministro dos Assuntos Internos e Comunicação do Japão, Seiichiro Murakami, à margem da 9ª Conferência Internacional de Tóquio sobre o Desenvolvimento de África (TICAD9).

O encontro serviu para o reforço da cooperação entre Angola e o Japão no sector das telecomunicações, com enfoque na partilha de estratégias para o aprimoramento da infra-estrutura tecnológica e garantia de um crescimento inclusivo e sustentável.

MAIS: África precisa modernizar e integrar tecnologia na agricultura

Na ocasião, o governante angolano destacou a necessidade de maior colaboração no domínio dos sistemas de satélites, do arranque da televisão digital terrestre e da possibilidade de fabrico de equipamentos para a operadora pública Angola Telecom.

Angola e Japão desenvolvem relações de cooperação em diversos sectores, sendo as telecomunicações e as tecnologias de informação apontadas como áreas estratégicas para a diversificação económica e a inovação digital.

África precisa modernizar e integrar tecnologia na agricultura

A diplomata abordava a temática sobre a Agenda 2063 da União Africana (UA) e o alcance dos Objectivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) (Agenda 2030 das Nações Unidas), no âmbito do 12º Fórum Nacional da Mulher Rural, realizado na província do Huambo.

Disse que esta agenda africana enquadra os propósitos das Nações Unidas (ONU) que propõe a dinamização dos mecanismos, para o aumento da produtividade com a implementação da agricultura mecanizada, focada na sustentabilidade dos projectos sobre a segurança alimentar. Referiu que se regista um fluxo significativo da urbanização da população do continente africano e a demanda económica aumenta cada vez mais, daí que o mercado de alimentos deverá atingir um bilião dólares de norte-americanos até 2030.

Esta situação, acrescentou, precisa da activação das políticas públicas no domínio da agricultura, através do envolvimento directo da mulher rural apoiada na inclusão tecnológica. Disse que, em média, são gastos um valor aproximado de 110 biliões de dólares norte-americanos/ano, para a exportação de produtos para o continente africano, num contexto de diversas crises globais, marcadas com catástrofes naturais e conflitos armados em várias regiões do planeta.

África pressionada a desenvolver quadro de resiliência da Internet

Sinalizou que o continente africano necessita da soberania alimentar e este conceito está longe de ser uma retórica, mas prioridade que deve ser associada aos distintos programas de combate à pobreza, com a viabilização da agricultura sustentável, numa altura em que são registados perto de 60 por cento de terras aráveis que permanecem ainda sem exploração e com enormes potencialidades.

Esclareceu que África é um dos continentes do planeta com 60 por cento da população com menos de 35 anos ou seja, 420 milhões de pessoas tem 15 a 35 anos de idade e ela deverá dobrar até dois 2040, daí a razão da definição de políticas públicas exequíveis para atender a esta demanda alimentar em fase de crescimento.

Afirmou que 75 por cento da população tem acesso às ferramentas digitais, sobretudo, a nível da inovação e tecnologia, mas é fundamental a capitalização destas valências para a modernização da agricultura e adoptar mecanismos de reinvenção nos momentos de crises, num processo que passa pela canalização dos conhecimentos neste domínio. Disse que as alterações climáticas têm, também, contribuído no alcance deficiente da sustentabilidade económica.

Considerou que para a promoção da agricultura sustentável no continente africano são precisos a incorporação das novas tecnologias nas comunidades rurais, a capacitação digital das mulheres envolvidas na productividade, a disponibilização de infra-estruturas adequadas nestas zonas e a afinação da força de trabalho, sobretudo, aquela mais voltada para o campo, para elevar as opções de segurança alimentar.

Recomendou o reforço do acesso à terra para as mulheres rurais, dos recursos produtivos, da integração na cadeia de valor agrícola e a garantia da participação económica e liderança, com a multiplicação da produtividade apoiada na mecanização dos sistemas agrários, no melhoramento dos serviços de saúde, no saneamento, na redução da desigualdade estrutural e na ampliação da oportunidade na educação.

Disse ser importante a construção de infra-estruturas apropriadas para a preservação dos produtos agrícolas, para evitar os desperdícios e elevar a segurança alimentar no continente africano, que perde perto de 30 por cento dos resultados produtivos por falta de capacidade de escoamento e conservação dos alimentos produzidos.

O fórum abordou, entre outros, assuntos sobre o empoderamento social e económico da mulher no meio rural, a mecanização e a inovação para o desenvolvimento sustentável da agricultura.