O ataque visou a barragem de Bremanger e consistiu numa demonstração de força, culminando na abertura remota das comportas de escoamento de água.Este ato de sabotagem é visto pelas autoridades não como uma tentativa de causar destruição massiva, mas sim como uma exibição das capacidades dos atacantes para gerar instabilidade e medo.
Ataque foi uma demonstração de força
Durante o fórum nacional Arendalsuka, a chefe do PST, Beate Gangås, abordou o incidente, explicando a intenção por detrás da operação. “Eles não pretendem necessariamente causar destruição, mas sim mostrar do que são capazes”, afirmou Gangås. “O objetivo deste tipo de ações é exercer influência e criar medo ou agitação na população”, acrescentou, sublinhando que a Rússia se tornou mais perigosa.
O ciberataque comprometeu um sistema digital que controla o fluxo de água, permitindo que os hackers abrissem as válvulas de saída. Este tipo de ações tem sido associado a grupos patrocinados por estados, como o Sandworm (APT44), que procuram exagerar o impacto das suas operações para criar incerteza e humilhar publicamente as organizações comprometidas.
Milhões de litros de água libertados
De acordo com o meio de comunicação norueguês VG, os operadores da barragem demoraram cerca de quatro horas a detetar e reverter a configuração maliciosa das válvulas. Nesse período, mais de 7,2 milhões de litros de água foram libertados.
O Serviço Nacional de Investigação Criminal da Noruega (Kripos) chegou à mesma conclusão em junho, após analisar vídeos que os próprios hacktivistas publicaram na plataforma Telegram para provar a sua intrusão. O vídeo, com a duração de três minutos, mostrava o painel de controlo da barragem e incluía uma marca de água associada a um conhecido grupo de cibercriminosos pró-russos.
Rússia é a maior ameaça para a Noruega
Este incidente marca a segunda vez que a Rússia é associada a ataques contra entidades norueguesas, sendo o anterior um ataque de negação de serviço distribuído (DDoS) contra os serviços estatais do país.
O chefe dos serviços de informações da Noruega, Nils Andreas Stensønes, afirmou que, embora a Noruega não esteja em guerra com a Rússia, o presidente Putin mantém a tensão através de ataques híbridos contra todo o Ocidente. Stensønes descreveu a Rússia como um vizinho imprevisível e a maior ameaça que a Noruega enfrenta atualmente, reforçando a necessidade de uma vigilância constante em matéria de segurança.