A OpenAI, empresa responsável pelo ChatGPT, suspendeu a geração de vídeos com a imagem de Martin Luther King Jr. na plataforma Sora. A decisão foi tomada depois de alguns utilizadores criarem conteúdos considerados ofensivos e racistas contra o ícone dos direitos civis nos Estados Unidos.
O Sora é uma ferramenta de inteligência artificial capaz de transformar comandos de texto em vídeos. A plataforma tornou-se mais popular depois do lançamento da aplicação para Android e iPhone, no final de Setembro.
Segundo o jornal The Washington Post, alguns dos vídeos criados incluíam simulações do activista a emitir sons de macaco durante o seu famoso discurso “I Have a Dream”, e cenas onde aparece a provocar adversários num ringue de luta livre.
A suspensão do uso da imagem de King foi feita a pedido da filha do activista, Berenice A. King, em representação do espólio do líder histórico. Em comunicado divulgado, a OpenAI afirmou o seguinte:
“Embora haja fortes interesses ligados à liberdade de expressão na representação de figuras históricas, a OpenAI acredita que as figuras públicas e as suas famílias devem, em última instância, ter controlo sobre a forma como a sua imagem é utilizada.”
No início de Outubro, Berenice A. King já tinha manifestado apoio à filha do actor Robin Williams, que apelou aos fãs para deixarem de partilhar vídeos criados com IA usando a imagem do pai. “Concordo em relação ao meu pai. Por favor, parem”, escreveu na altura.
Para além de Martin Luther King, a ferramenta Sora também já foi usada para gerar vídeos com figuras como a cantora Whitney Houston e o ex-presidente John F. Kennedy, bem como personagens protegidas por direitos de autor, como Pokémon e Bob Esponja.