Operadores concluem acordo para a interligação das redes

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A Africell concluiu, a semana passada, as negociações para a interligação de rede com a Unitel, viabilizando o arranque das operações previsto para Abril, depois de ter sido adiado em Dezembro e em Fevereiro, quando noções de concorrência impediram avanços na partilha de recursos que rege o mercado angolano das telecomunicações.

Segundo fontes do Jornal de Angola, a companhia de capitais norte-americanos licenciada como quarto operador do mercado angolano em Abril de 2019, concluiu negociações com a Unitel para a interligação de redes, negociação que se prolongou ao longo de seis meses, superando largamente os prazos com que foram obtidos acordos com outros operadores, como a Movicel.

Esta componente das negociações teve de ser mediada pelo Instituto Angolano de Comunicações (Inacom, o regulador do sector das Telecomunicações) que, nesse processo, determinou a tarifa da interligação para permitir ao novo operador prover o serviço acessível proposto no concurso público para obter a licença de operação.

De acordo com a fonte, o prolongamento das negociações é revelador do ambiente de crispação observado nos contactos com a Unitel, um processo que acabou por deixar de fora um outro acordo, o de partilha da infraestrutura, a que se obrigam os operadores das telecomunicações à luz das leis que regem o sector.

Os preços de partilha de infraestrutura propostos pela Unitel à Africell, indicou a fonte, eram manifestamente superiores aos cobrados por outros parceiros, como a Movicel ou as empresas Pública de Águas (EPAL) e Nacional de Distribuição de Electricidade (ENDE), operadores com construções altas, com os quais foram negociadas colocations para alojar a tecnologia de companhia.

Nas negociações de partilha de infraestrutura, a Africell solicitou à Unitel “uma centena de sites”, mas, o que a fonte considerou serem “expedientes dilatórios” da companhia que lidera o mercado, levou o novo operador a decidir-se pela construção de infraestrutura e um subjacente reforço de capital.

Em Abril, quando começar as operações, a Africell conta com cerca de 600 sites (entre alugadas e construídas), mercê de um incremento de capital decidido depois do impasse que a companhia atribui à concorrente Unitel e que pode ter efeitos marginais sobre a redução de tarifas que o novo operador se propõe introduzir no mercado.

Com esse lote de antenas, a Africell cobre a região de Luanda, mas, no segundo semestre, caso Unitel adopte uma postura de compromisso, pode haver a partilha de infraestrutura necessária para a expansão do sinal para o resto do país, também possível através da celebração de acordos de roaming doméstico.

 Oferta de serviços

A companhia, procura abrangência na disponibilização de serviço universal, privilegia tecnologia 4G, oferta até aqui mais selectiva em algumas localizações, por considerar que há a significância necessária de clientes a servir, estabelecendo também uma cobertura de 5G em áreas seleccionadas, incidindo sobre empresas e clientes de alto rendimento.

A empresa disse apostar numa estratégia de implantação baseada na relação cliente-operador, determinada pelo perfil de consumo do público, o que, além de serviços de voz e dados, inclui a oferta de conteúdos nos canais de televisão AFRITV, detidos pela companhia, possuindo também licença do BNA para operar uma plataforma de “mobile money”, onde dispõe de know how e quadros inovadores.

O aparecimento da Africell, prevê-se na empresa, “vai obrigar os outros operadores a inovar e a esforçarem-se mais”, com os benefícios que isso representa para os consumidores.

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