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Quinta-feira, Maio 1, 2025
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EUA acusam Google de monopolizar publicidade online

O Governo de Joe Biden processou a Google em janeiro de 2023 num tribunal federal na Virgínia (leste dos Estados Unidos), exigindo que o grupo fosse forçado a alienar os seus bens.

O julgamento foi concluído em novembro de 2024 com a apresentação dos argumentos finais pelo governo dos EUA e pela Google, após três semanas de audiências sem júri, em setembro.

“Os demandantes provaram que a Google se envolveu conscientemente numa série de ações anticoncorrenciais para alcançar e manter o poder de monopólio nos mercados de servidores de anúncios e de troca de anúncios na Internet”, concluiu a juíza numa decisão de 115 páginas divulgada hoje.

“Durante mais de uma década, a Google ligou o seu servidor de anúncios e as suas bolsas de anúncios através de cláusulas contratuais e integração tecnológica, o que permitiu à empresa estabelecer e proteger a sua posição monopolista em ambos os mercados”, continuou.

Segundo a magistrada, o grupo também “garantiu o seu monopólio impondo políticas anticoncorrenciais aos seus clientes e eliminando características favoráveis de determinados produtos”.

Concluiu que, ao fazê-lo, a Google causou “danos significativos” aos seus clientes e impediu que os rivais competissem com ela.

A juíza deu um prazo de sete dias para que as partes apresentem um cronograma para a continuação do procedimento, de forma a determinar as soluções para esta situação. Depois, pronunciará a sua sentença.

A gigante tecnológica já indicou que pretende recorrer da decisão, num comunicado enviado à agência France-Presse (AFP) pela vice-presidente, Lee-Anne Mulholland.

“Ganhámos metade deste caso e vamos recorrer da outra metade. Discordamos da decisão do tribunal em relação às nossas ferramentas de publicação”, acrescentou.

O desfecho do caso pode ser determinado pela nova administração e o presidente Donald Trump deu a entender, em outubro, que não era a favor da divisão da Google, sublinhando que penalizaria os Estados Unidos no panorama internacional.

Por volta das 17:15 (hora de Lisboa), as ações da Alphabet, empresa-mãe da Google, caíam 1,26% na bolsa de Nova Iorque.

O governo norte-americano acusou a Google de controlar o mercado de anúncios em banners em sites, incluindo os de muitos meios de comunicação, e de usar isso para cobrar preços artificialmente elevados e partilha injusta de receitas.

Segundo a acusação, o grupo apoiou-se em três softwares de gestão de publicidade considerados essenciais pela maioria dos sites.

A advogada da Google, Karen Dunn, denunciou a interpretação errónea da lei por parte do ministério.

A empresa alegou que o caso se baseava numa versão desatualizada da Internet, ignorando o contexto atual, onde os anúncios são também colocados nos resultados de pesquisa, aplicações móveis e redes sociais.

Noutro julgamento, um júri de um tribunal federal em Washington considerou o Google culpado de práticas anticoncorrenciais em pesquisas na Internet.

Aguarda ainda que o magistrado decida sobre as restrições que lhe serão impostas.

As autoridades, que processaram a Google em 2020, exigiram que a empresa se desfizesse do browser Chrome. Também querem proibi-lo de fazer acordos com fabricantes de smartphones para instalar o seu motor de busca por defeito.

Angola debate novas leis para combater fake news e reforçar cibersegurança

O Ministério das Telecomunicações, Tecnologias de Informação e Comunicação Social (MINTTICS) submeteu à consulta pública as propostas de lei sobre Disseminação de Notícias Falsas pela Internet e de Cibersegurança, que visam fortalecer o Estado democrático e a segurança nacional.

A proposta de lei sobre a disseminação de informações falsas na Internet tem como objectivo reforçar o processo democrático por meio do combate à desinformação e do fomento à diversidade de informações no espaço virtual em Angola.

O diploma visa responsabilizar as plataformas digitais por suas políticas de desinformação e elevar os índices de transparência sobre conteúdos pagos disponibilizados para o usuário, desencorajar a utilização de contas inautênticas, assim como a utilização de contas inautênticas para disseminar desinformação nas aplicações da web.

MAIS: Angola vai investir Kz 50 mil milhões para expansão de internet

Já o projecto de lei da cibersegurança tem como objectivo assegurar a criação da capacidade do Estado angolano em matéria de cibersegurança, por intermédio da implementação de um plano operacional de ciberdefesa e dotá-lo dos meios orçamentais indispensáveis à sua implementação, bem como através da estruturação das unidades operacionais de ciberdefesa, capacitando os efectivos das mesmas e da melhoria do suporte tecnológico, adequando-o aos desafios e ameaças que enfrentamos.

Com a presente proposta de alteração da Lei de Protecção das Redes e Sistemas Informáticos pretende-se tornar Angola numa Nação segura do ponto de vista cibernético, sem prejuízo da preservação dos dados pessoais dos cidadãos.

A proposta propõe-se criar e desenvolver uma capacidade legal, institucional e operacional que garanta um ambiente seguro e atractivo no ciberespaço nacional, garantindo um espaço cibernético seguro, que fomenta uma cultura de cibersegurança responsável entre os cidadãos e as instituições públicas e privadas.

Criar um quadro jurídico-legal e técnico-operacional alinhado aos desafios actuais da segurança cibernética, aumentar a resiliência institucional, operacional e juridicolegal do Estado angolano face à ciberameaças, ciberataques e cibercriminalidade constam também dos objectivos do diploma.

No Pacote Legislativo de Telecomunicações, Tecnologias de Informação e Comunicação Social consta o Projecto de Decreto Presidencial que aprova a Estratégia Nacional de Cibersegurança, que visa maximizar a resiliência de Angola no combate à cibercriminalidade, promover a inovação tecnológica, assim como gerar e garantir recursos para o Estado.

O processo de consulta pública teve início em Março deste ano e vai decorrer até ao dia 30 deste mês, através do site https://consultapublica.minttics.gov.ao.

Agência Espacial Africana inaugura sede no Cairo

A sede foi inaugurada pelo ministro dos Negócios Estrangeiros egípcio, Badr Abdelaty, numa cerimónia em que participaram numerosos representantes da União Africana (UA) e embaixadores estrangeiros, segundo um comunicado do departamento do chefe da diplomacia egípcia.

“Este passo representa um marco crucial no caminho do trabalho conjunto africano e um salto qualitativo para possuir as ferramentas do futuro, especialmente nos domínios da tecnologia e das políticas espaciais”, disse o ministro no seu discurso de abertura, no qual se congratulou com o facto de a sede estar localizada no seu país.

Abdelaty defendeu também que o facto de a sede ter sido estabelecida no Cairo se deve à “profunda convicção do papel pioneiro do Egito” no continente, explicando ainda que o Governo fez esforços para estabelecer a agência e encarnar a visão “África que Queremos” da Agenda de Desenvolvimento 2063.

O governante afirmou que a agência servirá como “uma plataforma para reforçar a cooperação entre os países africanos na utilização pacífica do espaço, trocar experiências, desenvolver capacidades e unificar as posições africanas nos fóruns internacionais, especialmente no âmbito da ONU”.

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Além disso, a AfSA procura abordar os desafios que o continente africano enfrenta através da recolha e análise de informações, bem como de programas aplicados em domínios como a segurança alimentar, a produção e distribuição de culturas, os ecossistemas e a biodiversidade.

A inauguração da sede representa o culminar da Política e Estratégia Espacial Africana adotada em janeiro de 2016 pela Assembleia da UA.

A AfSA será a principal entidade a coordenar a cooperação espacial de África com a Europa e outras agências internacionais, com o objetivo de melhorar as missões espaciais em todo o continente e garantir um acesso otimizado a dados, informações, serviços e produtos espaciais.

Cibersegurança em choque com possível fim do CVE e MITRE

Comunidade de cibersegurança em alerta sobre possível fim do financiamento do MITREAs incertezas sobre o financiamento norte-americano podem levar à interrupção do programa Common Vulnerabilities and Exposures (CVE) e do Common Weakness Enumeration (CWE) do MITRE.

Yosry Barsoum, vice-presidente da organização sem fins lucrativos, alertou para o facto de o contrato de gestão com o governo dos EUA terminar esta quarta-feira, dia 16 de abril, sem que haja, no entanto, informações sobre um financiamento futuro.

Entretanto, a CISA anunciou que “executou o período de opção no contrato” para manter o catálogo de vulnerabilidades operacional. “O programa CVE é de um valor incalculável para a comunidade de cibersegurança e uma prioridade para a CISA”, indica a entidade num breve comunicado.

O CVE, o programa mais crítico dos dois, recebe financiamento da Divisão Nacional de Cibersegurança do Departamento de Segurança Interna dos EUA.

O fim do contrato pode significar uma interrupção no serviço, incluindo “vários impactos no CVE, deterioração de bancos de dados e avisos nacionais de vulnerabilidade, reações lentas de fabricantes, operações de resposta limitadas e todos os tipos de infraestrutura crítica”, alerta Yosry Barsoum.

“Esta quarta-feira, 16 de abril de 2025, o atual caminho de contratação para o MITRE desenvolver, operar e modernizar o CVE e vários outros programas relacionados, como o CWE, expirará. O governo continua a fazer esforços consideráveis para continuar o papel do MITRE no apoio ao programa”, explicou Barsoum.

O programa CVE, responsável por catalogar vulnerabilidades de cibersegurança divulgadas publicamente, é financiado por vários canais, parcerias com a indústria, organizações internacionais, incluindo o próprio governo norte-americano.

O início deste mês ficou marcado por demissões no MITRE que afetaram mais de 400 funcionários dos escritórios da Virgínia. Os cortes surgiram depois da administração Trump ter anunciado o cancelamento de contratos para a empresa na ordem dos 28 milhões de dólares.

Ataques cibernéticos? O DNS pode ser a sua maior defesa 

À medida que o cenário de ameaças se torna mais sofisticado, os CISOs (Chief Information Security Officers) estão continuamente à procura de formas inovadoras de proteger as suas organizações. No entanto, uma das ferramentas mais potentes do seu arsenal continua a ser subutilizada – o DNS (sistemas de nomes de domínio).

Mas, primeiro, vamos falar sobre o importante papel que o DNS desempenha em todas as redes. Os domínios são a primeira coisa que os utilizadores, dispositivos e cargas de trabalho consultam para comunicar com recursos na Internet. O DNS é a lista telefónica da Internet, resolvendo domínios como www.*anydomainname*.com para endereços IP que os computadores e servidores podem compreender.

Embora muitas vezes relegado para um papel meramente funcional, o DNS oferece oportunidades inigualáveis de defesa preventiva contra ciberataques. Quando utilizado correctamente, o DNS é a primeira linha de defesa. Pode impedir os ataques antes de serem bem sucedidos, interromper as comunicações de comando e controlo (C2) e a exfiltração de dados e fornecer informações valiosas aos centros de operações de segurança (SOC) durante a resposta a incidentes. De facto, o DNS também pode estender-se para proteger todas as partes da sua rede, desde terminais a cargas de trabalho na nuvem e IoT/OT.

De facto, em 2020, a NSA iniciou um projecto-piloto sobre DNS de proteção (na altura, utilizaram o termo “DNS seguro”) e concluiu que conseguiram reduzir a capacidade de 92% dos ataques de malware para implantar com êxito malware numa determinada rede.

Evolução das ciberameaças com IA

Actualmente, a maior parte das soluções de segurança estão certas do “Boom” – reagindo apenas após a ocorrência de um ataque. Quando ocorre uma infeção inicial (paciente zero), as equipas de segurança analisam o malware, o domínio ou a exploração e geram uma assinatura ou um indicador de comprometimento (IOC) com base no ataque. Esta assinatura ou IOC é distribuída a ferramentas de deteção de terminais, soluções antivírus ou sistemas de deteção de intrusões, e aparece no VirusTotal e nas ferramentas OSINT (open source intelligence). O resto da indústria pode agora bloquear este ataque, devido a esta primeira vítima ou infeção.

O aumento da IA nas mãos dos cibercriminosos reformulou drasticamente o cenário de ameaças. Os actores das ameaças utilizam agora a IA para:

  • Gerar malware polimórfico: O malware orientado por IA evolui continuamente o seu código para evitar a deteção baseada em assinaturas, tornando as ferramentas de segurança tradicionais ineficazes contra ameaças que se transformam rapidamente.
  • Automatizar campanhas de phishing: A IA cria e-mails de phishing altamente personalizados e gera sites falsos que imitam os legítimos com uma precisão alarmante, aumentando a taxa de sucesso dos ataques.
  • Escalar infra-estruturas maliciosas: As ferramentas com tecnologia de IA permitem que os cibercriminosos criem rapidamente novos domínios, endereços IP e serviços de alojamento, tornando os esforços de deteção e remoção muito mais difíceis.
  • Os algoritmos de geração de domínios registados (RDGAs) são um mecanismo programático que permite aos agentes de ameaças criar muitos nomes de domínio de uma só vez ou ao longo do tempo e registá-los para utilização na sua infraestrutura.

Como resultado, cada ameaça e variante de malware pode ser única e altamente direcionada, obrigando as equipas de segurança a combater centenas de milhares – ou mesmo milhões – de pacientes zeros. As soluções existentes simplesmente não conseguem acompanhar – seria como jogar um jogo de cibersegurança de whack-a-mole. Esta mudança exige uma abordagem diferente à cibersegurança.

O DNS como arma preventiva de cibersegurança

O DNS é o primeiro ponto de deteção e prevenção de todas as ciberameaças porque começa quase sempre com uma consulta de DNS a um domínio malicioso. O DNS de proteção, com a sua capacidade de monitorizar, analisar e bloquear preventivamente essa primeira consulta, oferece uma poderosa abordagem à esquerda do “Boom” para impedir as ciberameaças.

Vamos analisar uma cadeia de destruição típica de ransomware e como o DNS de proteção pode ajudar:

  • Phishing – Um ataque inicial pode começar com e-mails de phishing e anúncios maliciosos. O DNS de proteção pode bloquear o acesso a estes domínios maliciosos que estão associados a phishing, downloads drive-by e kits de exploração. Ao bloquear proativamente o acesso a esses domínios, as organizações podem reduzir a possibilidade de comprometimento inicial, garantindo que nenhum ponto de extremidade se torne paciente zero
  • Comunicações C2 – Embora o compromisso inicial possa ter sido travado através do bloqueio do acesso a domínios maliciosos (como descrito acima), pode haver malware que já esteja na rede. Para receber chaves de encriptação, payloads adicionais e instruções de ataque, o malware chega a um servidor externo conhecido como comando e controlo (C2). O DNS de proteção interrompe as comunicações C2 bloqueando o acesso a domínios utilizados para comando e controlo.
  • Exfiltração de dados – Finalmente, durante a última fase da cadeia de destruição, os agentes de ameaças utilizam frequentemente o tunelamento do DNS para exfiltrar dados sensíveis. Ao codificar dados em consultas de DNS, os atacantes contornam as medidas de segurança tradicionais. As ferramentas de proteção do DNS podem analisar padrões de consulta e detetar anomalias, impedir as tentativas de exfiltração de dados.

Com os avanços na aprendizagem automática e na inteligência artificial (IA), a tecnologia de proteção do DNS continua a evoluir. Os CISOs e os líderes de segurança devem procurar soluções que combinem o DNS de proteção com inteligência contra ameaças centrada no DNS e IA para descobrir sistemas de distribuição de tráfego (TDS) utilizados por agentes de ameaças, perturbando a sua infraestrutura à escala em vez de derrubar um domínio de cada vez.

As soluções inovadoras também podem identificar ameaças de dia zero ao DNS – em que os domínios recém-registados são activados poucos minutos após o registo – e algoritmos de geração de domínios (DGA e DGA registado), em que o malware percorre vários domínios pseudo-aleatórios.

Próxima etapa: Avaliação do DNS de proteção

Estamos numa era em que as ciberameaças alimentadas por IA e a guerra assimétrica proporcionam aos agentes de ameaças uma velocidade, escala e adaptabilidade sem precedentes. O DNS, muitas vezes tratado como uma função de rede mundana, é de facto uma arma extremamente poderosa que pode defender proactivamente contra phishing, malware e exfiltração de dados. Para os CISOs, o valor é claro: é hora de elevar o DNS de uma função secundária para uma arma preventiva de linha de frente contra ataques cibernéticos.  Realize avaliações para determinar as melhores soluções e a melhor plataforma para implantar.

Angola participa com destaque na Conferência Espacial Africana 2025

O ministro das Telecomunicações, Tecnologias de Informação e Comunicação Social, Mário Oliveira, será um dos oradores da “New Space Africa Conference -2025”, a decorrer de 21 a 24 de Abril deste ano, no Cairo, Egipto.

Esta edição da “New Space Africa Conference”, principal tribuna espacial de África, decorrerá sob o lema: “Fortalecer a economia de África por meio da inovação impulsionada pelo espaço”.
De acordo com o programa, durante os três dias os participantes vão debater temas como “O futuro e as perspectivas do Programa Espacial Africano”, “Actualizações de status sobre as actividades das agências espaciais africanas”, Parcerias espaciais União Europeia-União Africana: desenvolvimento e diplomacia”, entre outros assuntos.

Além de juntar os principais especialistas do sector espacial, o certame contará com a presença de instituições governamentais, comerciais, academias, fundações, associações, entre outros convidados.

A “New Space Africa Conference” foi realizada o ano passado, em Luanda, em parceria com a Comissão da União Africana e o Gabinete de Gestão do Programa Espacial Nacional, sob os auspícios do Ministério das Telecomunicações, Tecnologias de Informação e Comunicação Social (MINTTICS) com a presença de 54 países.

Angola vai investir Kz 50 mil milhões para expansão de internet

Com o acesso aos sistemas 3, 4 e 5G, o governo angolano está empenhado em fazer chegar a Internet a todos cidadãos do país, por intermédio de um investimento de 50 mil milhões de kwanzas, que visa permitir a cobertura e expansão da rede nas zonas mais recônditas.

Os programas Conecta Angola, Angola On-line, Ilumina Angola, Ngola Digital, Rede Banda Larga, Modernização do Inamet, Digital.AO, Banda Larga e o Programa Espacial Nacional configuram os principais pilares para melhorar os serviços de Internet e de telefonia do país, garantiu na terça-feira, 15, o secretário de Estado para as Telecomunicações e Tecnologias de Informação, Ângelo Miguel Buta João.

MAIS: Angola intensifica aposta no empreendedorismo digital

O programa de desenvolvimento das Telecomunicações, Tecnologias de Informação, disse, está inserido no Plano de Desenvolvimento Nacional (PDN 2023-2027), concretamente na Política de Comunicação e Aceleração Digital, que tem como temas transversais o aumento da receita fiscal.

O Estado para as Telecomunicações e Tecnologias de Informação, Ângelo Miguel Buta João, revelou estas informações durante a Sessão Temática Número 36, organizada pelo Ministério das Telecomunicações, Tecnologias de Informação e Comunicação Social, no Centro de Imprensa Aníbal de Melo.

Novas táticas do cibercrime: evasão e criptomineração

WatchGuard publicou as conclusões do seu mais recente Relatório de Segurança na Internet, referente ao quarto trimestre de 2024, onde se destacam aumentos significativos nas ameaças detetadas nas redes, endpoints e gateways. Segundo os dados, as deteções de malware nas redes cresceram 94% em comparação com o trimestre anterior, evidenciando uma escalada contínua no volume e na sofisticação dos ataques cibernéticos.

Entre os dados mais expressivos está o aumento de 315% nas deteções realizadas através do IntelligentAV, uma ferramenta baseada em aprendizagem de máquina que identifica malware sofisticado, nomeadamente de dia zero, em canais encriptados. “Os atacantes estão a apostar mais na ofuscação e na encriptação, desafiando as defesas tradicionais”, indicam os analistas do Laboratório de Ameaças da WatchGuard.

A análise trimestral destaca ainda uma subida de 141% na deteção de mineradores de criptomoedas, prática maliciosa que se intensifica com o crescimento do valor e da procura por moedas digitais. Estes mineiros são muitas vezes instalados sem o conhecimento do utilizador, representando uma ameaça silenciosa, mas eficaz, ao desempenho e à segurança dos sistemas.

Segundo Corey Nachreiner, Diretor de Segurança da WatchGuard, os resultados mostram que os invasores continuam a explorar vulnerabilidades conhecidas, combinando-as com métodos evasivos. “Os dados ilustram a importância de o utilizador se manter vigilante e optar pelas medidas básicas”, sublinhou, destacando a necessidade de defesas em camadas e monitorização constante.

O relatório revela também que o malware de dia zero aumentou para 53%, um salto acentuado face aos 20% do trimestre anterior. Embora o número de ameaças de malware únicas tenha caído 91%, os especialistas alertam que essa redução não implica um risco menor, mas sim uma mudança para ataques mais genéricos e potencialmente mais difíceis de identificar.

Apesar da descida de 27% nos ataques de rede, os investigadores da WatchGuard notam a continuidade de explorações conhecidas e eficazes. Os domínios de phishing mantiveram-se praticamente inalterados, com destaque para falsos portais de SharePoint usados para recolher credenciais de acesso. Técnicas como os ataques “living off-the-land”, que exploram ferramentas legítimas como o PowerShell, continuam a dominar os vetores de ataque a endpoints, representando quase 83% dos casos analisados.

A WatchGuard reforça que os dados deste relatório provêm de inteligência anónima e agregada, recolhida de dispositivos ativos de rede e endpoint com a opção de partilha ativada.

Angola intensifica aposta no empreendedorismo digital

O dirigente fez esse compromisso durante a sessão 5emática número 36, promovida pelo Ministério das Telecomunicações, Tecnologias de Informação e Comunicação Social, referindo que essa aposta consta do Plano de Desenvolvimento Nacional (PDN) 2023-2027, mais especificamente na Política de Comunicações e Aceleração Digital.

Para tal, disse que as startups têm sido acompanhadas ao sair das incubadoras, de modo a alinhá-las às disponibilidades do mercado em termos de investimentos, ao mesmo tempo que trabalham com câmaras de comércio de vários países que declararam intenção de investir neste segmento.

MAIS: UCAN promove debate sobre proposta da nova Lei de Proteção de Dados

“Vamos continuar a identificar na cadeia de valor de operacionalização e incorporação das startups oportunidades para assegurar que este tecido da economia de facto tenha espaço para florescer e ter o seu devido espaço no ecossistema económico nacional”, vincou.

Falou do projecto Conecta Angola, lançado em 2023 para tornar mais acessível aos angolanos, contando, neste momento, com 23 sites instalados. Acrescentou que a iniciativa beneficia, até ao momento, 356 mil habitantes.

Quanto ao projecto ”Ilumina Angola”, lembrou que vai implementar o “roaming” nacional e a Rede Nacional Banda Larga.

Por outro lado, Ângelo Miguel João deu a conhecer que o projecto Rede Nacional de Banda Larga, também constante no PDN, prevê recuperar 1 970 km, estando a taxa de execução situada em aproximadamente 10%.

A sessão temática, inserida no programa do Executivo de reforço da relação com os cidadãos, centrou-se na abordagem do Programa de Desenvolvimento das Telecomunicações e Tecnologias de Informação.

UCAN promove debate sobre proposta da nova Lei de Proteção de Dados

Um Webinário que se propõe a discutir as principais alterações que constam da Proposta de Lei da Protecção de Dados Pessoais em Angola, será realizado na próxima quinta-feira, dia 17, às 16h, numa iniciativa do Centro de Investigação do Direito da Universidade Católica de Angola.

O evento, que conta com dois painéis, traz juristas e engenheiros que deverão apontar as melhores práticas para a implementação e fiscalização, dando assim um ponto de partida à discussão pública da proposta de lei.
‎Com a moderação do jurista e investigador Gaspar Micolo, o primeiro painel será dedicado às principais alterações da proposta de lei e contará com prelectores como o jurista e director da Agência de Protecção de Dados (APD), António Njunjulo, o advogado português, especialista em questões de protecção de dados, Tiago Cabanas Alves; a Auditora em Segurança e especialista em protecção de dados, Marina Bavykina, e a caboverdiana Katy Fernandes, especialista em Direito Digital, que é co-autora da obra “Guia Prático da Protecção de Dados Pessoais em Angola”. Recorrendo às experiências de Portugal, de Cabo Verde e da Europa, estes especialistas convidados vão abordar as mudanças que se deram com a implementação dos respectivos regimes jurídicos.
‎Com a moderação do jurista, professor e investigador Pedro Kinanga dos Santos, o segundo painel centrar-se-á na cibersegurança, elemento essencial para a protecção de dados. Os engenheiros Nédio Caetano e Jean Paul Ngome vão abordar a protecção de dados à luz da também proposta de Estratégia Nacional de Cibersegurança.
‎De acordo com o Centro de Investigação do Direito da UCAN, que promove o evento em formato online, é imperioso que os académicos, Instituições, as organizações e a sociedade civil participem na discussão destas propostas de lei que terão impacto na segurança de informação e na garantia da nossa privacidade.
‎Recorde-se que está em consulta pública o “Projecto de Revisão da Lei de Protecção de Dados Pessoais”, que deverá substituir a Lei n.º 22/11, de 17 de Junho, ainda em vigor.
‎A proposta traz, entre outras mudanças, a clarificação da aplicação extraterritorial da lei e o reforço de mecanismos de protecção de dados sensíveis com a pseudonimização e anonimização para aumentar a segurança dos dados pessoais.
‎Além disso, a proposta proíbe o uso de Inteligência Artificial para práticas discriminatórias ou que explorem as vulnerabilidades dos titulares dos dados, traz novas regras para transferência internacional de dados, torna obrigatória a contratação de um Encarregado de Protecção de Dados (EPD) para determinadas entidades e, finalmente, eleva a APD a entidade administrativa independente, exigência que já resulta da Convenção Africana sobre Cibersegurança e Protecção de Dados, a que Angola é Estado Parte e encontra-se vinculada.

‎Posicionando-se como um verdadeiro Observatório para a Protecção de Dados Pessoais, o CID promove a primeira discussão pública sobre a proposta de lei, depois de já ter realizado, em Fevereiro último, um webinar sobre a Relevância da Protecção de Dados Pessoais nas Organizações, que contou com a moderação do Jurista, Advogado e Investigador Doutor João Francisco e dos Prelectores Gaspar Micolo e José Luquinda.