Denunciante do Facebook fala hoje no Parlamento Europeu

1854

A antiga funcionária do Facebook Frances Haugen, que denunciou a empresa tecnológica por colocar os benefícios económicos à frente da segurança dos utilizadores e mesmo do sistema democrático, apresentará as suas revelações ao Parlamento Europeu (PE) no dia de hoje(08), reporta o jornal português CMTV.

Essa apresentação de Haugen coincide com a negociação de duas leis que estão a ser finalizadas pelos parlamentares europeus no sentido de limitar o poder de mercado das grandes empresas tecnológicas mundiais, e exigir que as mesmas tenham mais controlo sobre os conteúdos  ilegais que aparecem nas suas plataformas.

Estou particularmente interessado em saber se Frances Haugen tem sugestões específicas para o nosso trabalho sobre a lei dos serviços digitais, em relação à responsabilidade das plataformas“, disse à EFE a relatora desta legislação, a eurodeputada social-democrata Christel Schaldemose.

O testemunho de Haugen irá provavelmente revelar o papel problemático que plataformas como o Facebook desempenham na sociedade moderna“, disse também à EFE Andreas Schwab, eurodeputado do Partido Popular Europeu, relator do segundo regulamento, referente a lei do mercado digital.

MAIS: Zuckerberg está cada vez mais isolado no Facebook, revela documentos internos da empresa

De informar que nos últimos tempos a União Europeia tem perdido várias batalhas contra Silicon Valley,  no sentido de promover o aparecimento de grandes empresas na Internet, pelo que agora aspira liderar o seu controlo através de leis que protejam melhor os utilizadores e promovam a livre concorrência num mundo digital onde o Facebook, Google e Amazon têm um papel indiscutível na vida quotidiana dos cidadãos.

A lei dos serviços digitais da UE tem como plano de fundo obrigar as plataformas a fornecer informações às autoridades sobre a forma como funcionam os algoritmos que regulam os conteúdos que cada utilizador vê, bem como estas terão de se submeter a auditorias independentes que analisarão, por exemplo, a forma como as empresas removem informações ilegais.

Precisamos de abrir a caixa negra que são os algoritmos e pedir às plataformas para rever o risco que qualquer algoritmo (…) implica para os utilizadores”, disse Schaldemose, que espera que a intervenção de Haugen “sublinhe a necessidade” de agir nesta área.

O Facebook ganha dinheiro ao recolher dados de utilizadores e ao proliferar conteúdo político através de anúncios publicitários. (…) Quanto mais extremos, mais cliques recebem“, afirma Schwab.

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui