[Opinião] Os mortais e imortais das TICs em Angola

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A tempos usei este termo na faculdade que gerou uma polémica enorme, quando faço menção deste termo não quero ofender os professores muito menos os técnicos, mas quero tentar salientar a realidade do nosso país a fim de tomarmos uma decisão. Hoje em dia existem muitos técnicos entre eles: Programadores, Analistas, Administradores de Redes, DBAs, Analistas de Suportes, Arquitetos (CCNA, MCITP, CCIE,MCSA),  etc… mas onde andam estes profissionais? Porquê que muitas faculdades estão com professores [incompetentes]? 

Primeiro sabemos que a união faz a força, desta forma o nosso país só poderá evoluir com a união de todos, mas o que temos verificado é que muitos profissionais entendem que terminar a faculdade, conseguir um emprego ganhar dinheiro é o fim dos seus  sonhos… será este o papel de um profissional na era da informação? O que acontece é que os profissionais andam retidos nas empresas que trabalham e esquecem-se do princípio de partilha de conhecimento esquecendo-se que desta forma estaríamos a matar o crescimento da tecnologia no país.

Mistério das faculdades

O que acontece nas faculdades é que muitos professores têm conhecimento mas falta-lhes competência e metodologia para transmitir conhecimento, as pessoas têm confundido entre conhecimento e competência, acham que alguém que termina a licenciatura, no ano seguinte pode ser professor quando chegam na sala de aulas deparam-se com estudantes que trabalham na área de TI há anos e até com certificações quando o professor explica algo o estudante consegue notar a ingenuidade do professor levando a sentindo-se insatisfeito com a falta de conhecimento do professor. Outra problemática é a questão salarial, os bons profissionais andam nas empresas que pagam bem e preferem não dar aulas nem partilhar conhecimento dando margem aos incompetentes para lecionar mal os novos futuros quadros.

Está na hora de mudarmos de mentalidade está mais que comprovado que uma sociedade só cresce com a união de todos os seus talentos  e isso deve começar na partilha de conhecimentos, os profissionais devem deixar de se apegar apenas às empresas, procurem criar comunidades para partilhar as experiências e servir de mentor para os novos profissionais…para os que desejam lecionar nos cursos superiores de tecnologia procurem trabalhar na área assim que terminar a licenciatura, ter vivência com a tecnologia e depois então transmití-la pois o objectivo deve ser sempre criar um novo conhecimento e não fazer um copy/paste (copiar/colar) do que aprendeu durante o percurso formativo.

Portanto quando me referi em mortais e imortais da tecnologia em Angola quero dizer que os imortais são aqueles que partilham o conhecimento com outros, são conhecidos pela comunidade de diversas formas quer escrevendo alguns trechos de texto, dando suporte aos grupos de estudo da sua região ou ministrando palestras. Já os mortais são aqueles que apenas limitam-se na empresa em que estão, buscam certificações e monopolizam o conhecimento.

Sou de opinião que criemos uma comunidade para tratarmos de diversos temas  caso queremos ver este país a avançar porque só poderemos alcançar este mérito com união, trabalho e dedicação.

Deixe a sua opinião para a massificação da tecnologia em Angola e em África em geral.

8 COMENTÁRIOS

  1. Comecei lendo o artigo com um certo ceticismo. Sem me cansar ou banalizar, li até o fim e confesso GOSTEI. foi interessante degustar o seu artigo, ele traz uma questão que é pouco debatida: A qualidade dos professores e do ensino nas universidades, sobretudo nas de tecnologia. Mais do que nunca concordo com o seu ponto de vista Amadeu. É hora de crescermos juntos, valorizar iniciativas que visam o crescimento da tecnologia no país.

    • Obviamente Sousa, é o momento de mudarmos de atitude juntarmos sinergias para juntos alcançarmos resultados satisfatórios para a qualidade do ensino e do crescimento da nossa tecnologia no país, seria bom se o nosso crescimento tecnológico tivesse o mesmo ritmo do crescimento económico.
      Mas temos que acreditar e trabalhar árduo para que isso aconteça

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