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Sábado, Outubro 25, 2025
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Cloudflare trava o maior ataque DDoS da história

HackersApesar de o ataque ter durado apenas 40 segundos, o volume de tráfego direcionado à vítima foi colossal. Para se ter uma ideia da magnitude, o tráfego foi equivalente à transmissão simultânea de um milhão de vídeos em resolução 4K. A taxa de pacotes, por sua vez, pode ser comparada a cada pessoa no planeta a atualizar uma página web 1.3 vezes por segundo.

Ataques recorde tornam-se cada vez mais frequentes

Este incidente marca um novo máximo histórico, mas a frequência de ataques desta dimensão está a aumentar de forma alarmante. Há apenas três semanas, a Cloudflare já tinha anunciado a mitigação de um ataque massivo de 11.5 Tbps e 5.1 Bpps, que na altura era o maior alguma vez divulgado publicamente. Dois meses antes, a empresa já tinha lidado com outro ataque recorde que atingiu um pico de 7.3 Tbps.

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Estes ataques volumétricos, com um elevado número de pacotes, são particularmente difíceis de gerir para equipamentos de rede como firewalls, routers e balanceadores de carga, que lutam para processar o volume de pedidos, mesmo que a largura de banda total seja controlável.

Botnet AISURU pode ser a origem do caos

Embora a Cloudflare não tenha partilhado muitos detalhes sobre os ataques mais recentes, a divisão de investigação XLab da empresa chinesa de cibersegurança Qi’anxin atribuiu o ataque anterior de 11.5 Tbps à botnet AISURU.

Segundo os investigadores, a AISURU infetou mais de 300.000 dispositivos em todo o mundo. O número de infeções disparou em abril de 2025, após o comprometimento de um servidor de atualização de firmware de routers da marca Totolink. A botnet explora também vulnerabilidades em câmaras IP, gravadores de vídeo digital (DVRs/NVRs), chips da Realtek e routers de marcas como T-Mobile, Zyxel, D-Link e Linksys.

Contact center em Angola adoptam soluções de IA para melhorar o atendimento ao público

As inteligências artificiais têm vindo a transformar, de forma progressiva, o mercado de trabalho e a relação entre empresas e consumidores. Durante o evento “Innovision”, promovido pela Ucall no dia 23 de Setembro, em Luanda, foram apresentadas diversas soluções inovadoras no domínio da inovação, tecnologia e inteligência artificial, com destaque para a transformação da experiência do cliente nos contact center.

O encontro, de carácter exclusivo, reuniu especialistas, parceiros, decisores e líderes corporativos para debater tendências, apresentar soluções disruptivas e partilhar as melhores práticas do sector.

Entre as experiências apresentadas, destacaram-se os chatbots, o atendimento automatizado e ferramentas de auto-serviço, que permitem responder de forma mais rápida, personalizada e eficiente às necessidades dos consumidores. Estas soluções contribuem não apenas para melhorar a experiência do cliente, mas também para aumentar a produtividade das equipas de atendimento e reduzir custos operacionais para as empresas.

Diversos oradores nacionais e internacionais abordaram temas ligados ao futuro dos contact center, a integração da inteligência artificial no atendimento, bem como o impacto destas tecnologias na fidelização dos clientes e na competitividade do mercado angolano.

De acordo com os organizadores, a adopção de IA nos contact center representa uma oportunidade estratégica para as empresas locais acompanharem as tendências globais e oferecerem serviços cada vez mais alinhados com as expectativas do consumidor moderno.

WhatsApp passa a permitir tradução de mensagens no iOS e Android

O WhatsApp anunciou, nesta terça-feira(23), a introdução de uma nova funcionalidade que permite aos utilizadores traduzirem mensagens para o idioma da sua preferência, tanto em dispositivos iOS como Android.

Com a novidade, sempre que uma mensagem for recebida num idioma diferente, o utilizador poderá manter a pressão sobre o texto e seleccionar a opção “Traduzir”. Em seguida, terá a possibilidade de escolher o idioma desejado e descarregá-lo para traduções futuras.

A ferramenta está disponível em conversas individuais, grupos e também em actualizações de canais. No caso do Android, os utilizadores poderão activar a tradução automática para um tópico específico de conversa, garantindo que todas as mensagens recebidas nessa discussão sejam traduzidas de imediato.

Segundo a Meta, empresa proprietária do WhatsApp, todo o processo de tradução ocorre directamente no dispositivo do utilizador, assegurando que as mensagens permaneçam encriptadas e fora do alcance da própria plataforma.

A funcionalidade chega alguns meses depois de a Apple ter lançado a tradução em tempo real no seu aplicativo Mensagens.

Para já, os utilizadores de Android podem traduzir mensagens em seis idiomas: inglês, espanhol, hindi, português, russo e árabe. Já no iPhone, a lista é mais ampla, incluindo árabe, holandês, inglês, francês, alemão, hindi, indonésio, italiano, japonês, coreano, mandarim, polaco, português, russo, espanhol, tailandês, turco, ucraniano e vietnamita.

Ainda não há informações sobre quando a opção de tradução estará disponível na versão web do WhatsApp ou nas aplicações para Windows e Mac.

TAAG apresenta chatbot para atendimento ao cliente via WhatsApp

Durante o evento “Innovision by Ucall”, realizado ontem, 23 de Setembro no Hotel Centro de Convenções de Talatona (HCTA), em Luanda, a TAAG – Linhas Aéreas de Angola anunciou o lançamento do “TAAG BOT”, uma ferramenta digital de atendimento ao cliente integrada no WhatsApp.

O chatbot permitirá aos utilizadores agendar viagens, emitir facturas e aceder a outros serviços sem a necessidade de contacto presencial ou chamadas telefónicas.

A iniciativa surge no contexto da crescente digitalização de serviços no setor da aviação, onde várias companhias aéreas têm apostado em soluções baseadas em inteligência artificial e automação para melhorar a experiência do cliente.

Vice-governadora do BNA defende digitalização da banca para inclusão financeira

As declarações foram feitas durante a cerimónia comemorativa do Dia da Banca Nacional, subordinada ao tema “Reflexão sobre 50 anos de história e os desafios do futuro”.

Perante os presentes, Maria Fontes Pereira sublinhou que o factor determinante não foi apenas a digitalização, mas sobretudo a capacidade do sector bancário de se reinventar. Destacou como pilares dessa transformação a inclusão financeira, a transparência e a acessibilidade.

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Referiu também que a expansão de produtos específicos, nomeadamente as contas simplificadas, desempenhou um papel crucial para permitir que mais vendedores ambulantes passassem a integrar o sistema financeiro formal. Segundo a vice-governadora, esta evolução tem reforçado a economia e melhorado as condições de vida de muitos cidadãos.

Acrescentou ainda que a transformação digital tem sido uma das principais impulsionadoras da evolução do setor, ao revolucionar processos e serviços bancários e torná-los mais rápidos, eficientes e acessíveis, especialmente para as populações de regiões remotas que antes enfrentavam dificuldades de acesso

União Europeia prepara-se para excluir Apple, Google e Meta do novo sistema de dados financeiros

Com o forte respaldo da Alemanha, esta medida representa um revés expressivo para as tentativas de influência das Big Tech em Bruxelas e assinala um avanço decidido rumo à denominada soberania digital europeia.

No cerne desta iniciativa encontra-se o novo Regulamento de Acesso a Dados Financeiros (FiDA), concebido para transformar profundamente o setor financeiro. O regulamento visa criar um ecossistema de finanças abertas, no qual os consumidores possam autorizar terceiros, como as fintechs, a aceder às suas informações junto de bancos e seguradoras. A meta é impulsionar a inovação e estimular o surgimento de produtos e serviços financeiros digitais, que vão desde ferramentas de aconselhamento financeiro até soluções de poupança personalizadas.

Embora o potencial inovador seja evidente, bancos e reguladores europeus manifestaram preocupação com a entrada de gigantes como a Google e a Apple neste novo mercado. O receio predominante, partilhado por várias instituições financeiras, é que estas empresas utilizem dados sensíveis dos consumidores europeus para consolidar ainda mais a sua posição dominante.

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Segundo um documento divulgado pelo Financial Times (FT), a Alemanha defendeu esta exclusão para incentivar o desenvolvimento de um ecossistema financeiro digital europeu, assegurar condições de concorrência justas e salvaguardar a soberania digital dos consumidores. Com as negociações do FiDA a aproximarem-se do fim, espera-se que o acordo seja alcançado em breve.

Por outro lado, os representantes das grandes tecnológicas defendem que esta exclusão acabará por penalizar os consumidores. Daniel Friedlaender, da Associação da Indústria de Computadores e Comunicações, considerou que a decisão da UE reduzirá a liberdade de escolha dos consumidores e favorecerá os operadores tradicionais, podendo assim limitar a concorrência no novo ecossistema.

Esta decisão surge num ambiente de tensão regulatória crescente entre a Europa e os Estados Unidos. O antigo presidente norte-americano, Donald Trump, chegou a ameaçar com tarifas retaliatórias contra leis que, no seu entender, discriminavam as empresas tecnológicas americanas. Ao tomar esta posição, a União Europeia envia um sinal inequívoco de que pretende dar prioridade à sua autonomia estratégica, mesmo que isso implique afastar alguns dos maiores nomes da tecnologia mundial.

ONU celebra o primeiro Dia da Cooperação Digital com foco em África

Organizado pelo Gabinete das Nações Unidas para Tecnologias Digitais e Emergentes (ODET sigla em inglês), o evento representa uma oportunidade para colmatar divisões e capacitar a economia africana impulsionada pelos jovens.

Ocorre exactamente um ano após a adoção do Pacto Digital Global, um marco histórico para a construção de um futuro digital inclusivo e seguro.

O programa, com duração de um dia, contará com a participação de líderes globais do governo, empresas, academia e sociedade civil, com foco em temas como governança da IA, infra-estrutura pública digital e economias digitais inclusivas.

Amandeep Singh Gill, enviado do secretário-geral da ONU para a tecnologia, enfatizou que, para a África, onde a rápida digitalização está a remodelar as sociedades, o evento reconhece que o continente é fundamental para a agenda digital global.

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Painéis e mesas redondas explorarão economias digitais inclusivas, a localização da cooperação digital por meio de esforços liderados por cidades e países e o desenvolvimento de infra-estruturas públicas digitais como base para um futuro digital aberto, seguro e responsável, afirmou.

De forma central, a ODET salientou ainda que as sessões de alto nível também abordarão a privacidade e os direitos humanos na governança de dados, o papel da IA nas artes e na inovação e o uso de ferramentas digitais para promover o desenvolvimento sustentável e a ação climática.

Ao combinar reflexões sobre o progresso com iniciativas voltadas para o futuro, o Dia da Cooperação Digital 2025 oferece uma plataforma para que as partes interessadas examinem como as tecnologias digitais podem ser utilizadas de forma responsável para promover a inclusão, a equidade e a prosperidade compartilhada em todo o mundo, afirmou a ODET.

As nações africanas estão cada vez mais na liderança da política digital e da inovação do continente. Nigéria, Quénia, África do Sul e Ruanda estão entre os pioneiros, a investir em identidades digitais, tecnologia financeira e investigação em inteligência artificial.

Abisoye Coker-Odusote, da Nigéria, director-geral da Comissão Nacional de Gestão de Identidade foi orador ontem, destacou a crescente influência de África na definição das normas globais.

O Dr. Bitange Ndemo, embaixador do Quénia na Bélgica e especialista em políticas digitais, outro orador importante, já salientou no passado que os riscos são elevados para África.

De acordo com a União Internacional de Telecomunicações, mais de 300 milhões de africanos passaram a ter acesso à Internet nos últimos cinco anos, mas o continente ainda está atrasado em termos de acesso a preços acessíveis e infra-estrutura digital.

As iniciativas no âmbito do Pacto Digital Global, como a conectividade universal à Internet e o desenvolvimento de capacidades em IA, poderiam reduzir essas disparidades.

“Esta é uma oportunidade para colocar as prioridades de África, a acessibilidade, o empoderamento dos jovens e o crescimento inclusivo no centro da governação digital global”, afirmou Ndemo.

A ONU enfatiza que o Pacto visa traduzir princípios em ações. Com a sua população jovem e os seus prósperos centros tecnológicos, África está preparada não só para beneficiar, mas também para liderar a construção de um futuro digital aberto, seguro e inovador.

Os trabalhos serão transmitidos ao vivo a partir de Nova Iorque, e oferecem aos africanos um lugar na primeira fila de um diálogo global que poderá definir a próxima década de cooperação digital.

Adriano Caldevilla assume direção de tecnologia da Angola Cables

A Angola Cables, fornecedora de serviços digitais e soluções de telecomunicações, anunciou a nomeação de Adriano Caldevilla como seu novo Director de Tecnologia (CTO). Na sua nova função, Caldevilla irá liderar a estratégia global de tecnologia e interligação da empresa em toda a Angola Cables e na sua subsidiária, a TelCables.

Uma parte fundamental do seu mandato será fortalecer a presença do grupo no Brasil, expandir as oportunidades de negócios e a conectividade na região. As suas prioridades incluem a expansão da infra-estrutura de cabos submarinos, a optimização da rede existente e o desenvolvimento de parcerias estratégicas em mercados estabelecidos e emergentes.

Com mais de 20 anos de experiência internacional em redes, cabos submarinos, computação em nuvem e segurança digital, Caldevilla desempenhou um papel significativo em projectos de interconexão, trânsito e peering de IP e soluções avançadas de cibersegurança. Ele também contribuiu para o planeamento de sistemas de cabos submarinos intercontinentais e a expansão de redes globais de IP e MPLS. A sua carreira inclui cargos de liderança na Zoom Video Communications, Globenet/Oi, Akamai Technologies, Global Crossing (Level 3), Verizon e Orange.

“É uma honra juntar-me à Angola Cables neste momento crucial da evolução global. Como operador de rede reconhecido internacionalmente e com um crescimento significativo nos últimos anos, estou entusiasmado por ajudar a moldar o próximo capítulo, fornecer conteúdo, conectividade e soluções digitais a mais países e clientes em todo o mundo”.

–Adriano Caldevilla, Director de Tecnologia (CTO), Angola Cables

A nomeação destaca o compromisso contínuo da Angola Cables em fortalecer a sua presença global e melhorar a infraestrutura digital nos principais mercados.

65% da África Subsaariana ainda permanece offline

Segundo o último relatório da GSMA, em 2024 cerca de 65% da população da África Subsaariana, aproximadamente 790 milhões de pessoas, não utilizava a Internet móvel apesar de estar dentro da cobertura de banda larga. Em suma, milhões estão cobertos mas permanecem desconectados.

Esta única estatística conta uma história paradoxal: a cobertura cresceu, mas a utilização estagnou. A exclusão digital já não se refere principalmente ao acesso físico às redes. Trata-se do motivo pelo qual as pessoas, mesmo quando têm cobertura, permanecem desconectadas.

Isso levanta uma questão crítica: se a infra-estrutura está disponível, por que tantas pessoas ainda estão excluídas da economia digital? 

“Então, quando olhamos para a oportunidade actual de conectar milhões de pessoas na África Subsaariana que estão próximas a um sinal 3G ou 4G, mas nunca usaram a internet móvel, nos perguntamos: qual é o desafio? Qual é a principal barreira por trás disso? Por que elas não estão online? A questão não é mais sobre cobertura, mas porquê tantas pessoas permanecem offline.”

-Angela Wamola, Directora da GSMA para a África.

O que mudou entre 2023 e 2024: um panorama de dois anos

Em 2023, cerca de 27% da população da região utilizava a Internet móvel, aproximadamente 320 milhões de pessoas. A diferença de utilização era de 60%, enquanto a diferença de cobertura era de 13%. As mulheres ainda eram 32% menos propensas do que os homens a usar a Internet móvel, embora isso representasse uma ligeira melhoria em relação ao ano anterior. Quase dois terços dos assinantes usavam telemóveis 3G ou telemóveis básicos, dispositivos que limitavam o que eles podiam realmente fazer online.

Em 2024, as coisas mudaram, mas não inteiramente para melhor.

Em 2024, apesar da redução da diferença de cobertura para 10% devido à expansão das redes rurais, três em cada quatro pessoas na África Subsaariana continuaram sem acesso à Internet. A utilização caiu para 25%, enquanto a diferença de utilização subiu para 65%. O principal desafio deixou de ser a construção de infraestrutura e passou a ser a adopção significativa da conectividade.

“A diferença no uso é uma grande preocupação. É fundamental aumentar a consciencialização, oferecer educação e formação para que as pessoas compreendam verdadeiramente o valor e os benefícios de estarem conectadas. Sem essa compreensão, elas não irão abraçar ou utilizar plenamente a conectividade disponível”.

-Dr. Oscar Ondo, CEO, GITGE.

Além da cobertura: por que milhões permanecem offline?

A diferença de uso na África Subsaariana revela que a conectividade depende de factores além da infraestrutura. Barreiras económicas, falta de competências, baixa consciencialização e desconfiança dificultam o acesso. Em 2024, um telemóvel básico com Internet custava aos 20% mais pobres o equivalente a 87% do rendimento mensal. Embora o preço dos dados tenha melhorado, um pacote de 20 GB ainda representava, em média, 15% da renda mensal, tornando a Internet um luxo para muitas famílias com dificuldades financeiras.

“A acessibilidade é uma questão multifacetada. Não se trata apenas da incapacidade de pagar, mas também da percepção do valor do serviço em comparação com o seu custo.”

-Max Cuvellier Giacomelli, Diretor de Mobile for Development, GSMA

Na África Subsaariana, a exclusão digital rural mantém-se acentuada. Adultos em áreas rurais são quase 50% menos propensos a usar internet móvel do que os habitantes urbanos, devido a infraestruturas frágeis, oportunidades educativas limitadas e fraca motivação económica. As desigualdades de género persistem: as mulheres continuam 29% menos propensas a utilizar a internet móvel, resultado de rendimentos baixos, acesso desigual à educação e normas sociais restritivas.

Mesmo entre os conectados, seis em cada dez usam smartphones 3G ou feature phones, o que restringe o acesso a serviços avançados como e-learning, streaming ou banca móvel. Em algumas regiões, até 40% da população nunca ouviu falar de internet móvel. Baixa literacia digital, falta de competências e receios de golpes ou fraudes agravam a exclusão.

A expansão da cobertura não basta; os obstáculos sociais, económicos e culturais são agora o maior desafio para a inclusão digital.

“A ligação à Internet traz benefícios socioeconómicos enormes e inegáveis para os indivíduos e as sociedades. Serviços essenciais, como cuidados de saúde, educação, comércio eletrónico e serviços bancários, são agora mais frequentemente acedidos online e, para milhares de milhões de pessoas, isso significa principalmente através de dispositivos móveis”.

–Vivek Badrinath, Director-geral, GSMA

Eliminar a disparidade no uso da internet é crucial. Segundo a GSMA, isso poderia acrescentar 3,5 biliões de dólares ao PIB mundial entre 2023 e 2030, com mais de 90% dos benefícios a favor das regiões em desenvolvimento, incluindo uma fatia significativa para a África Subsaariana.

Os ganhos vão além da economia. A internet móvel apoia educação, saúde, inclusão financeira e resiliência em crises. Permite que agricultores acedam a previsões meteorológicas, estudantes aprendam online e empreendedores alcancem novos mercados. Com três quartos da população offline, a região arrisca perder não apenas crescimento económico, mas também o acesso aos sistemas que moldam a participação no mundo moderno.

“Um dispositivo a 30 dólares poderia tornar os telemóveis acessíveis a até 1,6 mil milhões de pessoas que atualmente não têm condições financeiras para se conectar à cobertura de internet móvel disponível. Para produzir isso, será necessário um esforço conjunto e colaborativo entre a indústria móvel, fabricantes de dispositivos, decisores políticos, instituições financeiras e outros, mas é uma responsabilidade que todos devemos assumir”

-Vivek Badrinath, Director Geral, GSMA

A prioridade deve evoluir da simples cobertura para a conectividade significativa, garantindo acessibilidade, alfabetização digital, segurança e relevância para um uso produtivo e seguro. Os governos precisam adotar políticas que reduzam impostos sobre dispositivos e dados, tornando a internet mais acessível. Subsídios dirigidos aos grupos mais vulneráveis podem acelerar a redução das desigualdades. Além disso, é essencial criar ambientes regulatórios que incentivem investimentos em redes tradicionais e tecnologias alternativas capazes de alcançar comunidades de difícil acesso.

“Os desafios que enfrentamos, desde colmatar a lacuna de utilização até melhorar as competências digitais e garantir a acessibilidade, são significativos, mas não são insuperáveis”.

-Max Cuvellier Giacomelli, Director de desenvolvimento mobile do GSMA

A África Subsaariana tem demonstrado capacidade para superar barreiras tecnológicas, como comprovou o sucesso do dinheiro móvel. O mesmo impulso deve ser aplicado ao desafio da conectividade. A infraestrutura representa apenas o primeiro passo; o futuro digital da região depende de milhões de pessoas passarem de cobertas a conectadas e de conectadas a incluídas de forma plena. Apesar dos números preocupantes do relatório da GSMA, existe uma oportunidade clara. É fundamental garantir que a conectividade deixe de ser apenas um ponto no mapa e se torne uma realidade concreta na vida das pessoas.

Casa Branca diz que acordo com TikTok prevê controle americano do algoritmo, dos dados e do conselho

As negociações em curso entre os Estados Unidos e o TikTok avançam rumo a um acordo que transferiria para entidades americanas o controle sobre o tratamento de dados, a administração do algoritmo e a composição do conselho que supervisiona a operação da app no país.

Fontes da Casa Branca afirmaram que, segundo o entendimento em negociação, os dados de utilizadores norte-americanos seriam armazenados nos EUA em uma plataforma de nuvem gerida pela Oracle. O algoritmo responsável pelas recomendações e ranking de conteúdos também seria reestruturado e operado dentro do território americano, fora do alcance direto da proprietária chinesa, ByteDance informou a Reuters.

Em entrevista à Fox News no sábado (20), a secretária de imprensa Karoline Leavitt disse que o conselho do TikTok nos Estados Unidos teria sete membros, dos quais seis seriam representantes americanos. A Oracle, acrescentou Leavitt, desempenharia papel central na gestão da privacidade e na salvaguarda dos dados.

Segundo a Casa Branca, as conversas incluíram figuras como o secretário do Tesouro dos EUA, Scott Bessent, e o vice-primeiro-ministro chinês He Lifeng, em encontro realizado em Madrid. O acordo delineado funcionaria como um “acordo-quadro” que exigiria da ByteDance uma redução substancial de sua participação na operação norte-americana limitada a no máximo 20%.

O governo chinês, porém, ainda não deu aval ao plano. Em nota oficial, Pequim confirmou que o tema foi abordado durante a reunião entre os presidentes Donald Trump e Xi Jinping, mas não fez menção a qualquer aprovação formal do acordo.