Os riscos para os cabos submarinos num mundo cada vez mais conectado

Existem centenas de sistemas de cabos em operação no fundo do oceano. Preocupações crescentes recaem sobre dois principais actores: China e Rússia

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Cerca de 99% das comunicações intercontinentais de internet, assim como transações financeiras, comunicações governamentais e militares, provêm de cabos submarinos de fibra óptica instalados no fundo do oceano. No entanto, estes sistemas são cada vez mais um alvo apetecível de sabotagem, espionagem ameaças.

Actualmente, e com cerca de 529 sistemas de cabos em operação, a tendência é que a sua capacidade aumente em consonância com o crescente número de utilizadores e dispositivos ligados à internet.

De acordo com o relatório da Recorded Future, citado pela SecurityWeek. Os grupos patrocinados pelos Estados devem ser considerados como a maior ameaça aos cabos submarinos. Entre os principais players encontra-se um número crescente de empresas chinesas a operar cabos e a Rússia interessada no mapeamento dos sistemas.

O mesmo documento destaca a invasão russa da Ucrânia, a potencial unificação forçada da China com Taiwan e o agravamento da divisão entre Pequim e Washington como os principais factores de risco.

“Embora muito menos frequentes, os danos intencionais ou de sabotagem representam um vetor de ameaça único, uma vez que o momento de um ataque e alvo pode afetar desproporcionalmente os países e as empresas que dependem desse sistema de cabo”, recorda a Recorded Future.

O posicionamento de empresas como a Google, a Amazon e a Microsoft no desenvolvimento e propriedade da rede global de cabo fazem antever preocupações ao nível dos monopólios e soberania digital.

As estações de desembarque são também um alvo para a recolha de dados e uma alternativa aos países que não são tão capazes de recolher informações nos cabos submarinos localizados em águas profundas.

“Os atores estatais que procuram uma vantagem ao nível de espionagem quase certamente terão como alvo todo o ecossistema de cabos submarinos para recolha de informação: a infraestrutura da estação de desembarque, os próprios cabos submarinos, provedores terceirizados, o hardware e o software que unem tudo”, conclui a Recorded Future.

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