23 C
Angola
Sexta-feira, Julho 4, 2025
Início Site Página 9

Carolina Cerqueira destaca papel da Inteligência Artificial na modernização dos parlamentos

Assembleia NacionalCarolina Cerqueira que falava no Simpósio sobre Inteligência Artificial, inserido na 57ª Sessão Plenária do Fórum Parlamentar da SADC, Carolina Cerqueira informou que, nos últimos anos, Angola tem impulsionado uma dinâmica constante e progressiva no investimento em tecnologias emergentes, consolidando o espaço digital como um pilar essencial no Plano Estratégico de Desenvolvimento Nacional.

Referiu que esta aposta se insere numa visão clara e decidida de modernizar o Estado, aumentar a eficiência e a qualidade dos serviços públicos, promover a inclusão digital e posicionar o país na rota do desenvolvimento sustentável e da competitividade global.

“Neste contexto, apelamos aos Estados-membros que sejam intensificados investimentos em infraestruturas tecnológicas, enquanto factor determinante para a redução do esforço individual de cada Estado, ao mesmo tempo que fortalece a capacidade institucional colectiva e permite a realização de investimentos conjuntos com custos reduzidos e maior impacto na sociedade”, asseverou.

De acordo com a líder do parlamento angolano, neste percurso, se conta com o envolvimento activo das instituições públicas, da sociedade civil, do sector privado e da juventude angolana, que é uma das maiores forças criativas e transformadoras da nossa nação.

“É nesse espírito de cooperação e mobilização colectiva que a Assembleia Nacional tem vindo a desempenhar um papel relevante”, frisou.

A nível parlamentar, adiantou que Angola também dispõe de infra-estruturas modernas, equipadas com tecnologia avançada que permite garantir maior eficácia ao processo legislativo, transparência institucional e proximidade com os cidadãos em toda a extensão do país, continuando a estar conectadas através de vídeo-conferência, tanto para as sessões plenárias como para as reuniões das Comissões de Trabalho Especializadas e outras sobre temáticas específicas.

Com efeito, segundo Carolina Cerqueira, o parlamento tem partilhado a experiência do processo de digitalização dos arquivos e de reconversão tecnológica, salientando as recentes visitas a Angola das administrações parlamentares da África do Sul e do Botswana.

No entanto, reconheceu que os desafios são inúmeros, desde a regulação adequada das novas tecnologias até à protecção da privacidade e soberania digital, mas o caminho é inevitável: “ou nos adaptamos e lideramos, ou ficamos para trás. Angola escolheu liderar, com responsabilidade, visão e ambição de não ficar para trás”.

Inteligência Artificial: Angola entre os 30 países africanos mais preparados

Segundo a presidente, foi com essa visão que se criou na Assembleia Nacional a Academia Parlamentar, com o objectivo de reforçar a capacitação institucional em matérias de interesse parlamentar, incluindo inteligência artificial e inovação tecnológica, investigação e protecção de dados.

Para Carolina Cerqueira, a inteligência artificial é um desses instrumentos relevantes, que associada ao processo de concretização e consolidação dos objectivos da SADC representa uma mais-valia inquestionável, na medida em que proporciona maior eficiência, transparência e celeridade aos processos dos parlamentos.

Sustentou que permite ainda o acesso mais rápido à informação, ao reforço da capacidade de análise legislativa e a aproximação entre os representantes e os cidadãos.

Angotic 2025: Maior evento tech de Angola começa a 12 junho

Organizado pelo Ministério das Telecomunicações, Tecnologias de Informação e Comunicação Social, o fórum reúne especialistas, decisores, empresas e startups de diversas partes do mundo para debater os caminhos da inovação digital e o futuro das TIC.

No início do ano, o Ministro das Telecomunicações, Tecnologias de Informação e Comunicação Social, Mário Oliveira, apelava à mobilização de empresas estrangeiras para participarem na edição do Angotic 2025, o maior fórum de tecnologia e inovação realizado em Angola.

Na ocasião, Mário Oliveira destacou a relevância da internacionalização do evento, enfatizou o seu papel estratégico na criação de parcerias, no estímulo ao investimento e na promoção do intercâmbio de experiências entre os principais agentes do sector, tanto nacionais quanto internacionais.

Este ano, o Angotic 2025 assume um simbolismo ainda maior, ao integrar-se nas comemorações dos 50 anos da independência de Angola. Com o tema central orientado para a transformação digital, o evento visa consolidar Angola como um polo tecnológico regional e uma plataforma de excelência para o intercâmbio de ideias, a promoção de negócios e o fortalecimento de parcerias estratégicas.

Durante três dias, o fórum vai contar com painéis temáticos, conferências, exposições tecnológicas, sessões de networking e apresentações de soluções inovadoras nas áreas de telecomunicações, inteligência artificial, cibersegurança, economia digital, educação tecnológica, entre outras.

De acordo com Mário Oliveira, a presença de empresas internacionais é fundamental para garantir a diversidade e a qualidade dos conteúdos apresentados, além de contribuir para consolidar Angola como um polo tecnológico de referência em África.

O portal MenosFios irá acompanhar de perto o ANGOTIC 2025, trazer todas as novidades, destaques e temas em debate ao longo do evento.

IA não vai eliminar a banca, mas redefini-la, diz Ottoniel dos Santos

Gmail mobile ganha recurso de resumos automáticos

Segundo anunciado pela Google através do seu blog de atualizações do Workspace, o Gemini passará a exibir automaticamente resumos no topo do conteúdo do e-mail sempre que detectar que tal pode ser útil. Isto é especialmente relevante para e-mails mais longos ou para aqueles threads intermináveis com várias respostas.

A inteligência artificial encarregar-se-á de sintetizar os pontos mais importantes da conversa, mantendo os resumos atualizados à medida que novas respostas surgem.  Esta funcionalidade visa simplificar a forma como analisamos e compreendemos mensagens extensas ou conversas com múltiplas respostas.

Esta abordagem difere da funcionalidade já existente nas aplicações móveis do Gmail, onde é necessário tocar no botão “Resumir este e-mail” para que um overlay do Gemini surja com o resumo solicitado. Com os novos cartões, o processo torna-se mais directo e menos interventivo.

Para já, esta funcionalidade só está disponível para e-mails em inglês, e apenas em contas pagas do Google Workspace, utilizadores com o plano Google One AI Premium e instituições com os pacotes Gemini Education.

Se não quiseres ver estes cartões com resumos no teu Gmail, a única forma de os evitar será desligar as funcionalidades inteligentes da app. Mas isso implica abdicar de várias outras ajudas automatizadas, por isso pensa duas vezes.

Google lança funcionalidade com IA no Gmail para priorizar e-mails

Microsoft transforma o Bloco de Notas com novas funções

Notepad window open showing formatted content.E agora é até capaz de gerar texto automaticamente com o uso da inteligência artificial. Por enquanto, não encontrará estas opções de formatação de texto no Bloco de Notas, uma vez que apenas estão disponíveis para utilizadores do Windows 11 nos canais Canary e Dev. Como referimos, está incluída uma barra de ferramentas de formatação completamente nova, localizada junto às opções clássicas Ficheiro, Editar e Ver.

Ou seja, com este acrescento, o Bloco de Notas permite agora utilizar texto a negrito, itálico, mas também hiperligações, listas e títulos. O surpreendente é que a Microsoft até incluiu o suporte para o Markdown, uma linguagem leve que muitos programadores utilizam para criar documentos estruturados.

De acordo com Dave Grochocki , gestor de produto de Aplicações Integradas do Windows: “A experiência suporta entradas e ficheiros do estilo Markdown para utilizadores que preferem trabalhar diretamente com a linguagem de marcação leve. Pode alternar entre as vistas Formatado em Markdown e Sintaxe de Markdown no menu de visualização ou selecionando o botão de alternância na barra de estado na parte inferior da janela.”

De qualquer forma, se não estiver convencido com esta adição porque acha que o texto simples deve ser sempre o foco do Bloco de Notas, tem a opção de remover toda a formatação da barra de ferramentas ou do menu de edição. É ainda possível desativar completamente esta nova barra de ferramentas nas definições da aplicação.

Com esta adição, o Bloco de Notas deixa de ser apenas um simples editor de texto. Passa a ser uma ferramenta poderosa e flexível, além de ser gratuito.

Ataques de phishing miram Microsoft no início de 2025

África avança para mercado digital único

Este é um dos principais resultados da 14.ª Cimeira da África Conectada (CAS), recentemente concluída no Quénia, quando os governos e os principais decisores em matéria de TIC assinaram a declaração “O futuro digital de África: Da Visão à Ação“.

A declaração foi adoptada por ministros, chefes de delegações, representantes dos Estados membros da União Africana e líderes da indústria.

Além disso, a Declaração promove a produção local africana de dispositivos inteligentes, semicondutores, electrónica ecológica e a aceleração inclui a Inteligência Artificial, a soberania dos dados e da nuvem.

No que diz respeito às infra-estruturas digitais e à conectividade, é colocada na aceleração da implantação da tecnologia 5G, nas auto-estradas de fibra óptica transfronteiriças e na mobilização de fundos do serviço universal para a conectividade de última milha.

Os participantes na conferência também se comprometeram a alinhar as leis dos seus países em matéria de cibersegurança, tarifas de telecomunicações, governação de dados e comércio digital.

A cimeira foi presidida pelo secretário do Governo do Quénia, William Kabogo Gitau, do Ministério da Informação, Comunicações e Economia Digital.

“O CAS 2025 deu-nos a oportunidade de refletir sobre os desafios que bloqueiam a jornada de África para a transformação digital e perceber as imensas oportunidades a aproveitar. Assumimos um compromisso renovado para criar mais parcerias e melhorar as transferências de dados transfronteiriças, entre outras áreas de colaboração”, afirmou William Kabogo Gitau.

Finanças digitais em África: Inovação, Escalabilidade e Desafios

WhatsApp testa função de logout temporário

O WhatsApp encontra-se a testar uma nova funcionalidade na mais recente versão beta para Android que dará aos utilizadores a capacidade de fazer ‘logout’ a partir das Definições da app.

Como conta o site Android Authority, a nova opção pode ser encontrada pelos utilizadores desta versão beta na área relactiva a Conta das Definições, logo abaixo de Apagar conta. A publicação conta que, ao pressionar a Logout, serão apresentadas as opções de apagar ou manter dados e preferências.

Se tomar a decisão de fazer ‘logout’ mantendo os dados e preferências será capaz de (naturalmente) ficar com todas as suas informações intocadas. No entanto, se decidir apagar os dados e preferências, será como desinstalar o WhatsApp do telemóvel e ter um pequeno intervalo da app de mensagens.

Não se sabe quando é que esta funcionalidade ficará disponível na versão final do WhatsApp mas, dado que já se encontra a ser testada na versão beta, é possível que não demore muito a chegar até nós.

Agora é Oficial: Já é possível usar o WhatsApp no iPad

Saiba como digitalizar documentos no iPhone

A maioria dos telemóveis Android permite aos utilizadores digitalizar documentos, basta  simplesmente abrir a aplicação da câmara fotográfica mas, no caso do iPhone, o processo é um pouco mais complexo.

Se quiser digitalizar um documento no iPhone terá de abrir uma de duas aplicações oficiais da Apple: a das Notas ou a dos Ficheiros. O processo de digitalizar documentos é semelhante nas duas aplicações e verá que o conseguirá completar com rapidez.

Nas Notas, comece por abrir a aplicação e por abrir uma nota existente ou criar uma nova. Selecione então o ícone com o ‘clip’ e escolha a opção digitalizar documentos. Ao captar o documento com a câmara o ficheiro é gravado na nota que tiver selecionado.

Apple lança CarPlay Ultra com integração total

Já nos Ficheiros, só tem de premir o ícone no canto superior direito e selecionar a opção Digitalizar documentos. Será então aberta a câmara que lhe permite digitalizar o documento em questão, o qual será gravado como um PDF dentro da aplicação.

Com estes passos rápidos conseguirá enviar rapidamente documentos através do telemóvel sem a necessidade que outrora tinha de adquirir um digitalizador ou uma impressora multifunções para o mesmo efeito.

IA não vai eliminar a banca, mas redefini-la, diz Ottoniel dos Santos

“Este é o tempo de pensar, com audácia, mas também com sentido de responsabilidade, o futuro que queremos construir”, disse o governante, quando intervinha na abertura da 3.ª edição da Angola Banking Conference, que debate ‘O Papel da Inteligência Artificial no futuro da banca’, numa iniciativa da revista Economia & Mercado e da consultora PwC.

A inovação, segundo o secretário de Estado para as Finanças e Tesouro, é bem-vinda, mas observou que “deve vir acompanhada de ética, de transparência e de uma visão clara de serviço ao bem comum”, afirmando que a banca, ao possuir “uma posição estratégica”, deve “liderar pelo exemplo”.

No discurso no fórum que debate a capacidade transformadora da IA na modernização do sistema bancário angolano, o governante colocou uma batéria de questionamentos e reflexões sobre os desafios que se abrem no sector com a evolução das tecnologias.

Inteligência Artificial: Angola entre os 30 países africanos mais preparados

“[Há] um desafio transversal: a destruição e substituição de capital humano. É claro que já se abriu a competição para adquirir novos talentos, como cientistas de dados, engenheiros de machine learning e especialistas em IA. Mas o sector bancário, historicamente intensivo em talento e relacionamento, vê-se, agora, confrontado com o risco de desumanização e desemprego tecnológico”, alertou.

Por isso, questionou: “Como garantir uma transição responsável? Esta é uma questão. Sabemos que um aumento da produtividade é bem-vindo, mas também levanta questões estruturais: Como financiar a segurança social num mundo em que os trabalhadores humanos continuam a diminuir? Que evolução da fiscalidade digital será necessária? E como ajustar os mecanismos de protecção social a este novo paradigma?”

Ottoniel dos Santos lançou outras reflexões: “Poderemos ou deveremos usar a Inteligência Artificial aliada à supervisão prudencial? Será possível desenhar mecanismos de alta performance alimentados por dados em tempo real e com modelos de machine learning para antecipar desvios significativos na solidez financeira das instituições bancárias?”.

O secretário de Estado para as Finanças e Tesouro sublinhou que, sem abdicar de intervenção humana, a IA pode ajudar a evoluir de uma supervisão reactiva para uma supervisão predictiva, considerando que o mesmo se aplica à dedicação e detecção de fraudes, à análise de risco sistémico e à resiliência cibernética do sistema financeiro

Kaspersky lança jogo educativo sobre Cibersegurança

Num novo relatório que abrange o 2.º trimestre de 2024 e o 1.º trimestre de 2025, a Kaspersky encontrou mais de 250 000 ciberataques disfarçados de anime popular, entre outros programas e plataformas de streaming preferidos por um público mais jovem.

Mais de 65% da Geração Z vê regularmente anime, o que faz deles a geração mais empenhada em anime da história. Os especialistas da Kaspersky selecionaram cinco títulos de anime populares entre a Geração Z: Naruto, One Piece, Demon Slayer, Attack on Titan e Jujutsu Kaisen. Os cibercriminosos estão a utilizar cada vez mais anime e outros favoritos da Geração Z como isco.

Foram feitas 251.931 tentativas para entregar malware ou ficheiros indesejados disfarçados com os nomes de títulos populares de anime. Os cibercriminosos estão a explorar a confiança e o amor que a Geração Z tem por estas séries, muitas vezes atraindo-os com promessas como “episódios exclusivos”, “cenas vazadas” ou “acesso premium”.

Naruto, uma série de anime, tem sido a mais visada pelos cibercriminosos devido à sua popularidade e momentos virais. Nas últimas duas décadas, foi utilizada como isco em 114 216 tentativas de ataque, seguida de Demon Slayer com 44 200. Attack on Titan, um favorito de longa data, ficou em terceiro lugar com 39 433 tentativas detectadas de distribuição de conteúdos maliciosos.

À medida que a vida quotidiana da Geração Z se torna inseparável das plataformas de streaming, dos espaços de fandom e das comunidades das redes sociais, as ciberameaças evoluem para refletir os seus interesses. Para enfrentar este desafio, a Kaspersky lançou um jogo interativo online, “Case 404”, concebido especificamente para a Geração Z.

Clique aqui para acessar o site do jogo e fazer seu cadastro. Lembre-se: o jogo está disponível também em português!

Para além da anime, a Kaspersky também analisou 5 filmes e séries icónicas que continuam a ter impacto na Geração Z: Shrek, Stranger Things, Twilight, Inside Out 2 e Deadpool & Wolverine. Só estes filmes e séries foram responsáveis por 43.302 tentativas de ataque, com um aumento acentuado da atenção dos cibercriminosos a estes títulos no início de 2025.

“À medida que o mundo do entretenimento continua a evoluir, o mesmo acontece com as tácticas utilizadas pelos cibercriminosos para explorar conteúdos populares, seja através de descarregamentos falsos ou de ofertas fraudulentas de produtos. Desde anime muito apreciado, como Naruto e Demon Slayer, até aos mais recentes sucessos de bilheteira, como Inside Out 2, os burlões encontraram novas formas de tirar partido da afinidade da Geração Z com a cultura digital e as plataformas de streaming.

Com o aumento destas ciberameaças, é mais importante do que nunca que os jovens utilizadores se mantenham vigilantes e saibam como se proteger online”, comenta Vasily Kolesnikov, especialista em segurança da Kaspersky.

Finanças digitais em África: Inovação, Escalabilidade e Desafios

A população jovem e experiente em tecnologia de África está a liderar a reformulação do futuro do continente. Sendo a população com o crescimento demográfico mais rápido do mundo, os jovens africanos não só influenciam a sociedade de amanhã, como também estão no centro da inovação nos serviços financeiros, particularmente através da adoção da tecnologia móvel.

A colaboração do sector é cada vez mais vital para garantir que os benefícios dos serviços financeiros móveis sejam amplamente acessíveis, com diversas partes interessadas a trabalharem em conjunto para abrir novas portas para a inclusão financeira. Embora a inclusão financeira tenha sido limitada por sistemas bancários antigos, está agora a ganhar força graças à utilização generalizada de dispositivos móveis.

A escala e a urgência da inclusão financeira

A urgência do avanço da inclusão financeira em África não pode ser exagerada. De acordo com o Global Findex de 2021 do Banco Mundial, cerca de 30% dos adultos nas economias em desenvolvimento continuam sem conta bancária, não tendo acesso nem mesmo aos serviços financeiros mais básicos. Esta exclusão afecta de forma desproporcionada as mulheres, as populações rurais e os proprietários de pequenas empresas, limitando a sua capacidade de poupar, investir e resistir a choques financeiros.

À medida que a população de África continua a crescer e a urbanizar-se, colmatar esta lacuna não é apenas um imperativo social, mas também uma oportunidade de negócio significativa para instituições financeiras, FinTechs e outras partes interessadas que procuram um crescimento sustentável.

A revolução do dinheiro móvel

Os telemóveis tornaram-se mais do que simples ferramentas de comunicação; tornaram-se facilitadores financeiros. De acordo com o relatório “The State of the Industry Report on Mobile Money 2025” da GSMA, quase 1,7 mil milhões de dólares passaram pelas contas de dinheiro móvel a nível mundial no ano passado, o que equivale a 3,2 milhões de dólares em transacções por minuto.

A África Subsariana continua a ser o epicentro do dinheiro móvel, com mais de 1,1 mil milhões de contas registadas. A banca móvel, as soluções FinTech e as carteiras digitais estão a capacitar as pessoas, proporcionar o acesso a serviços bancários, pagamentos e crédito sem a necessidade de agências físicas.

As plataformas de dinheiro móvel, como a Unitel Money em Angola, a M-Pesa no Quénia, a MTN Mobile Money na África Ocidental e Austral e a Orange Money nos países francófonos, levaram os serviços financeiros formais a milhões de pessoas que anteriormente estavam excluídas.

A rápida adoção de smartphones em África está a fomentar a inovação nos serviços financeiros. A população jovem e empreendedora do continente está a utilizar plataformas móveis para transacções comerciais, investimentos e empréstimos peer-to-peer. A comodidade dos serviços bancários móveis permite aos consumidores enviar e receber dinheiro, pagar facturas e obter microempréstimos, tudo a partir dos seus dispositivos. As empresas também estão a tirar partido desta tendência, digitalizando as cadeias de abastecimento, os salários e os sistemas de pagamento.

Desigualdade digital atinge mais as mulheres africanas

Variações entre mercados e modelos de negócio

É importante reconhecer que África não é um monólito. As variações regionais abundam tanto no ritmo de adoção como nos tipos de modelos que florescem. A África Oriental, liderada pelo Quénia e pela Tanzânia, é frequentemente citada como líder mundial na adoção do dinheiro móvel, enquanto a África Ocidental tem registado um forte crescimento através de parcerias entre empresas de telecomunicações e bancos.

Na África Austral, a abertura regulamentar permitiu uma gama mais vasta de produtos bancários digitais.

Barreiras persistentes: Infra-estruturas e literacia

Apesar destes progressos impressionantes, existem obstáculos fundamentais que continuam a limitar a adoção generalizada em África. A cobertura da rede continua a ser desigual, sobretudo nas zonas rurais e remotas, onde a conetividade móvel pode não ser fiável ou estar totalmente ausente. O acesso à electricidade é outro desafio crítico; de acordo com a Agência Internacional de Energia, quase 600 milhões de pessoas na África Subsariana ainda não dispõem de energia fiável, o que dificulta o carregamento de dispositivos e a manutenção de uma conetividade consistente.

Além disso, as lacunas na literacia digital significam que muitos potenciais utilizadores não têm as competências necessárias para navegar nas plataformas digitais dos serviços financeiros com confiança e segurança. Para as empresas e os fornecedores de serviços, a resolução destes desafios fundamentais de infra-estruturas e educação é essencial para desbloquear todo o potencial da inclusão financeira através de dispositivos móveis.

Dados alternativos e o défice de crédito

Outro obstáculo persistente é a falta de historial de crédito formal, que continua a impedir muitas pessoas de obterem empréstimos ou assistência financeira. A adoção de modelos inovadores de pontuação de crédito, como a utilização de fontes de dados alternativas de históricos de pagamentos móveis e registos de facturas de serviços públicos, oferece uma solução promissora para avaliar a capacidade de crédito de forma mais inclusiva.

Ao tirar partido da análise de dados, da inteligência artificial e da aprendizagem automática, tanto os bancos tradicionais como as FinTechs estão a encontrar novas formas de avaliar a solvabilidade e de alargar os serviços a populações anteriormente mal servidas.

Ambiente regulamentar e segurança

O panorama regulamentar em África está a evoluir, com alguns países a adoptarem as finanças digitais com mais entusiasmo do que outros. A falta de harmonização transfronteiriça pode complicar os esforços para aumentar os serviços ou introduzir soluções transfronteiriças, especialmente para as Pequenas, Micro e Médias Empresas (PME).

Igualmente importante é a necessidade permanente de criar e garantir a confiança nos serviços financeiros digitais. Medidas sólidas de deteção de fraude e verificação de identidade são essenciais para salvaguardar as transacções e promover a confiança dos consumidores. A pesquisa da TransUnion revela que, no primeiro semestre de 2024, 4,9% de todas as tentativas de transacções digitais com origem na África do Sul eram suspeitas de serem fraudulentas, com o destaque nos riscos no ecossistema financeiro em evolução.

Oportunidades e recomendações

Olhando para o futuro, o sector financeiro africano deve continuar a abraçar a inovação tecnológica, ao mesmo tempo que aborda os desafios em torno da literacia digital, acessibilidade e harmonização regulamentar. A colaboração de vários intervenientes e o investimento na educação do consumidor serão vitais para desbloquear todo o potencial dos serviços financeiros móveis. As tendências emergentes, como a banca aberta, as moedas digitais e as finanças integradas, apresentam novos desafios e oportunidades para as empresas preparadas para inovar.

Ao trabalharem em conjunto, os participantes do sector podem criar um ambiente em que as finanças digitais proporcionem oportunidades económicas significativas e duradouras em todo o continente. O futuro das finanças móveis em África é inegavelmente brilhante. Com inovação contínua, parceria e foco na inclusão, os jovens do continente não só beneficiarão como também liderarão uma transformação que promete crescimento económico sustentável e prosperidade.