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Domingo, Agosto 3, 2025
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Crédito 100% Online: O Salto Tecnológico que estávamos à espera

Por: Sebastião Jorge, Especialista em Tecnologia

A transformação digital no sector bancário já não é uma opção, é uma necessidade estratégica. Mais do que automatizar processos, o desafio hoje é reinventar a forma como os cidadãos interagem com o sistema financeiro. Em Angola, este movimento ganha um novo impulso com o lançamento de soluções de crédito totalmente digital, como o Crédito Pessoal Online, recentemente disponibilizado no mercado pelo Banco Angolano de Investimento.

Pela primeira vez, torna-se possível aceder a crédito de forma 100% online, do pedido à aprovação, utilizando apenas um smartphone ou computador. Trata-se de uma mudança de paradigma: o banco vem até ao cliente, e não o contrário. Esta abordagem coloca Angola em sintonia com tendências já consolidadas em outras geografias, como o Brasil, a Índia ou o Quénia, onde o crédito digital tem sido uma ferramenta-chave para promover a inclusão financeira e reduzir barreiras geográficas e burocráticas.

A tecnologia por trás deste tipo de solução permite não apenas maior conveniência, mas também ganhos reais em segurança e eficiência. Processos de autenticação digital, validações automatizadas e gestão de consentimento são apenas algumas das camadas tecnológicas que asseguram a integridade e rastreabilidade da operação. Além disso, a conformidade com as normas regulatórias do Banco Nacional de Angola reforça a solidez da iniciativa.

O verdadeiro impacto desta inovação não está apenas nos algoritmos ou nas plataformas. Está na sua capacidade de incluir. Jovens empreendedores, trabalhadores informais e famílias em zonas remotas podem agora ter acesso a crédito formal de forma simplificada e segura. É uma oportunidade de reduzir a exclusão financeira, tão presente no nosso contexto, e de activar o potencial económico de segmentos historicamente marginalizados.

A comparar com outras realidades, observa-se que países com desafios semelhantes, têm conseguido alavancar este tipo de soluções para transformar as suas economias locais. No Quénia, por exemplo, o crédito digital via plataformas móveis é hoje uma das principais vias de financiamento para pequenos negócios. No Brasil, fintechs especializadas em crédito online têm revolucionado o acesso a financiamento pessoal, mesmo em regiões com baixa presença bancária.

Claro que persistem desafios: o acesso à internet, a literacia digital e a confiança nas plataformas digitais ainda são barreiras significativas. Mas a existência de um produto com este grau de maturidade tecnológica é um sinal claro de que é possível construir soluções à altura das necessidades e aspirações dos angolanos.

Iniciativas como esta ajudam a tornar concreta a ideia de uma Angola digital, uma economia onde a tecnologia serve as pessoas, cria oportunidades e reduz desigualdades. Mais do que um avanço tecnológico, o crédito 100% online representa uma mudança de mentalidade no sector financeiro. Esperemos que seja apenas o primeiro de muitos passos rumo a uma banca mais acessível, mais ágil e mais centrada no cidadão.

ZAP Fibra anuncia campanha de instalação gratuita na FILDA

A distribuidora de serviços de internet e televisão por fibra óptica, ZAP Fibra, anunciou, por ocasião da 40ª edição da Feira Internacional de Luanda (FILDA), que decorre no município de Icolo e Bengo, uma campanha promocional de instalação gratuita, válida entre os dias 22 e 27 de Julho.

Assim, todos quantos se dirigirem à FILDA e manifestarem interesse pelos serviços da ZAP Fibra beneficiarão da isenção da habitual taxa de instalação. O cliente apenas desembolsará o valor de 27.990 kwanzas, caso efectue a subscrição directamente no recinto da feira.

Esta campanha especial, dirigida ao público visitante da FILDA, permanecerá em vigor até ao derradeiro dia do certame, a 27 de Julho, proporcionando aos interessados uma oportunidade singular de aderir ao serviço com vantagens acrescidas.

[FILDA 2025] É-Kwanza revela solução de abertura de contas totalmente digital

A 40ª edição da FILDA está a ser marcada por diversas inovações tecnológicas, e uma das grandes novidades vem do é-Kwanza, que passou a disponibilizar uma máquina de abertura de contas totalmente digital.

A nova solução permite aos utilizadores criar uma conta na carteira digital é-Kwanza de forma autónoma, rápida e segura, sem necessidade de intervenção humana, representando um passo importante rumo à modernização dos serviços financeiros no país.

Outra novidade apresentada foi o anúncio do lançamento iminente de cartões pré-pagos do e-Kwanza, que poderão ser utilizados para carregamentos, transferências e outras transações financeiras. A medida visa ampliar o acesso aos serviços bancários e promover maior inclusão financeira, especialmente para quem ainda não possui conta bancária tradicional.

Feira Internacional de Negócios arranca com mais de 2 mil participantes e representantes de 18 países


Foi oficialmente inaugurada, nesta terça-feira, a 40.ª edição da Feira Internacional de Luanda (FILDA), que decorre de 22 a 27 de Julho, na Zona Económica Especial (ZEE), localizada na província do Icolo e Bengo.

A cerimónia de abertura foi presidida pelo Ministro de Estado para a Coordenação Económica, José de Lima Massano, e contou com a presença de distintas entidades governamentais, entre as quais o Ministro da Indústria e Comércio, Rui Miguêns de Oliveira, e a vice-presidente do MPLA, Mara Quiosa.

Com 2.144 participantes, entre nacionais e estrangeiros, e a representação de 18 países, esta edição da FILDA reforça-se como uma plataforma estratégica para a promoção da cooperação internacional e para o fortalecimento do tecido empresarial angolano.

A feira tornou-se num verdadeiro centro de oportunidades de negócios, onde empresários nacionais e internacionais encontram um ambiente propício para investimentos, parcerias e troca de experiências. A programação inclui conferências, colóquios, debates, apresentações de produtos, entre outras actividades que promovem a inovação, competitividade e o empreendedorismo.

40.ª Edição da FILDA Oficialmente Aberta ao Público

A 40.ª edição da Feira Internacional de Luanda (FILDA) foi oficialmente aberta ao público esta terça-feira (22), numa altura em que o país assinala os 50 anos da sua Independência Económica, sob o lema “50 anos a consolidar a Independência Económica e a Integração de Angola no Mundo

O evento decorre na Zona Económica Especial de Luanda, no Parque de Exposições de Ícolo e Bengo, reunindo centenas de expositores nacionais e internacionais e oferecendo ao público uma programação diversificada que inclui mostra de produtos, palestras, conferências, workshops, espaços de restauração e actividades culturais

Esta edição apresenta como uma das principais novidades o lançamento do Salão da Cultura Angolana, um espaço dedicado à celebração das identidades regionais, onde estarão expostas obras de pintura, poesia, literatura, música, dança e outras manifestações culturais oriundas das 21 províncias do país

Outro destaque vai para o novo Pavilhão Automóvel, criado para dar visibilidade ao sector e promover a inovação, o investimento e as oportunidades de negócio nesta área estratégica, de acordo com a organização do evento, a empresa Eventos Arena

Angola: WiConnect garante fundos para alargar cobertura de Wi-Fi gratuito

 

Com este financiamento, a empresa projecta aumentar, nos próximos dois anos, mais 500 pontos de acesso de internet livre nos 326 municípios para aumentar o acesso à internet e fomentar a digitalização no País.

A empresa fundada em 2015 por Paulo Araújo e por Francisco Caculo, recebeu um financiamento de Investidores Individuais de Elevado Património Líquido (HNWI, na sigla inglesa) dos Estados Unidos da América, Inglaterra e Portugal. A startup está presente em todas as províncias de Angola e conta, nesta altura, com mais de 800 pontos em todo o País, instalados com parcerias de instituições privadas e também com a iniciativa do Governo denominada AngolaOnline, que visa garantir sinal gratuito de internet em pontos estratégicos através da captação do Angosat II. Com a expansão que está projectada até 2027, poderá chegar a mais de 1.300 pontos de acesso à internet gratuita.

Em termos de parceiros, já trabalhamos com o BAI, a Unitel, e também com o Instituto Nacional de Fomento da Sociedade de Informação (INFOSI) do projecto AngolaOnline, com o INAPEM e outros tantos parceiros privados e entidades governamentais. Já são mais de 800 pontos, mas ainda não é suficiente para o nosso País, que é enorme“, explicou Paulo Araújo que largou a banca para “mergulhar” na WiConnect.

UNITEL Apresenta experiências tecnológicas interactivas na FILDA 2025

Angola tem actualmente uma taxa de cobertura de internet de 36%, abaixo da média africana que anda à volta dos 40%, segundo a Statista, plataforma alemã de análise de dados. Esta baixa taxa deve-se à infraestrutura subdesenvolvida e também ao fraco poder aquisitivo da população.

Em 2015, quando a WiConnect surgiu, a taxa de penetração era ainda mais baixa. Assim, a startup criou um modelo de negócio que consiste na implementação de pontos de internet gratuita. Para usar a internet, o utilizador precisa assistir a um anúncio publicitário primeiro.

“As publicidades podem ser de bancos, seguradoras ou até mesmo anúncios do Governo. Após assistir ao anúncio, a pessoa consegue usar a internet por 30 minutos. Quando esse tempo acaba, o acesso é barrado e uma nova publicidade é exibida, o que permite outro acesso à internet por mais 30 minutos”, explicou o empreendedor.

No entanto, o modelo de negócio é mais do que passar publicidade, foi arquitetado também para fazer inquéritos e compor bases de dados sobre hábitos dos consumidores, para analisar o nível de satisfação dos serviços ou mesmo passar uma mensagem governamental ou de empresa. Ou seja, o negócio da WiConnect é passar dados trabalhados para os parceiros.

Colocar publicidades nos acessos era, no início, a receita da start-up, como conta Paulo Araújo: “Até fomos forçados a ir por esse modelo, porque na altura (2015 – 2016) ainda não existia soluções de pagamentos online como hoje. E depois vimos que seria necessário ter uma pessoa em cada ponto de internet a vender vouchers de acesso, o que não era viável. Então, vimos a proporção do mercado, as empresas têm necessidade também de comunicar com potenciais clientes. E as pessoas, em Angola, os cidadãos, têm necessidade de ter internet. Foi daí que juntámos os dois problemas e criámos, no fundo, uma solução, que hoje é a WiConnect”.

UNITEL Apresenta experiências tecnológicas interactivas na FILDA 2025

A UNITEL marca presença na 40.ª edição da Feira Internacional de Luanda (FILDA), que decorre de 22 a 27 de Julho na Zona Económica Especial, como Patrocinadora Platinum, reafirmando o seu compromisso com a inovação, a inclusão digital e o desenvolvimento tecnológico em Angola.

Sob o lema «O FUTURO É PARA TODOS», a operadora apresenta um stand de 273 m², onde exibe as suas principais soluções e serviços, com destaque para a UNITEL TV, NetCasa 5G, NetCasa Fibra, UNITEL Empresas, UNITEL MONEY e UNICANDA.

Durante a feira, a UNITEL irá demonstrar a expansão da sua cobertura de fibra óptica, reforçando o compromisso com uma conectividade de alta qualidade em todo o país.

O stand será também palco de talks temáticas com especialistas nacionais, abordando temas como finanças digitais, serviços empresariais, inovação tecnológica, cibersegurança, responsabilidade corporativa e o impacto do projeto 2África, uma iniciativa global de conectividade submarina em parceria com a Meta, que visa conectar África ao mundo.

Os visitantes terão ainda a oportunidade de vivenciar experiências tecnológicas interactivas, como uma prancha de surf virtual, uma sala imersiva e outras atracções inéditas, pensadas para proporcionar momentos únicos.

Cloudflare começa a restringir acesso a sites ilegais de IPTV

A Cloudflare alterou a sua abordagem no Reino Unido, passando a bloquear o acesso a diversos sites associados à pirataria. A medida incide sobretudo sobre plataformas que oferecem IPTV ilegal e outros serviços que violam os direitos de autor. Esta mudança representa um ponto de viragem significativo, dado que a empresa de CDN sempre evitou assumir esse tipo de responsabilidade.

Durante anos, a Cloudflare manteve uma posição clara: o seu papel era facilitar a transmissão e garantir a segurança dos dados na Internet, não censurar conteúdos nem limitar o acesso a sites. Por essa razão, recusava-se a bloquear plataformas piratas, alegando que tais medidas implicavam riscos sérios. Entre os argumentos, destacavam-se preocupações com a neutralidade da rede e a complexidade técnica de aplicar bloqueios eficazes sem prejudicar serviços legítimos.

Desta vez, o cenário mudou. Uma ordem judicial no Reino Unido, presumivelmente emitida pela Motion Picture Association (MPA), obrigou a Cloudflare a implementar bloqueios dirigidos a cerca de 200 domínios. Entre os visados estão alguns dos sites mais conhecidos no universo da pirataria.

Reinicie o telemóvel uma vez por semana para evitar custos

Importa salientar que os bloqueios estão a ser aplicados directamente sobre a infraestrutura da Cloudflare, afectando a sua rede de distribuição de conteúdos (CDN) e os serviços de segurança associados.

Isto significa que o site não é carregado nem redirecionado, surge apenas a mensagem de erro 451, reservada para casos em que uma autoridade legal determina o bloqueio do acesso a um domínio. Esta mensagem inclui uma ligação para a base de dados da Lumen, onde, teoricamente, seria possível consultar os detalhes da ordem judicial. Contudo, na prática, nem o nome do juiz responsável, nem a entidade requerente são revelados. Apenas consta uma lista de domínios e algumas referências vagas.

A maioria destes bloqueios assenta em processos desconhecidos do público, apesar de afectarem milhões de utilizadores. O mais surpreendente é que essa falta de transparência não impediu a Cloudflare de agir. Ao contrário de ocasiões anteriores em que se recusava a cooperar com pedidos semelhantes, desta vez a empresa aceitou implementar os bloqueios.

Não há confirmação oficial de que a Motion Picture Association (MPA) esteja por trás desta ação, mas a associação já liderou campanhas semelhantes no passado contra domínios como 123movies, Fmovies e Soap2Day.

Esta decisão pode abrir um precedente perigoso: se outros países seguirem o exemplo, empresas que até aqui mantinham uma postura de neutralidade poderão ser pressionadas a colaborar com a censura legal, sob o argumento da protecção dos direitos de autor.

O mais preocupante é que os bloqueios não se limitam a sites de pirataria de filmes e televisão, também estão a ser restringidas páginas assinaladas por conter malware. Ou seja, não está a ser feita uma distinção clara entre questões de segurança digital e infrações de direitos de autor, colocando tudo sob o mesmo guarda-chuva regulatório.

Singapura sofre ciberataque grave contra infraestruturas críticas

Este tipo de ataque enquadra-se na categoria de Ameaça Persistente Avançada (APT), sendo caracterizado por um elevado nível de sofisticação, com o objectivo de roubar dados sensíveis e provocar interrupções em serviços essenciais.

A situação gerou sérias preocupações em torno da segurança nacional de Singapura, levou as autoridades a reforçar os esforços para mitigar os danos e conter a crise. O Ministro do Interior, K. Shanmugam, sublinhou a gravidade do incidente e a necessidade de uma resposta célere e eficaz.

“Posso dizer que o ataque é grave e que está em curso. Foi atribuído ao grupo UNC3886”, afirmou o governante na sexta-feira passada.

Os ataques classificados como Ameaça Persistente Avançada (APT) distinguem-se pela sua elevada complexidade e pela capacidade de infiltração prolongada em sistemas críticos, com o intuito não apenas de roubar informações sensíveis, mas também de desestabilizar serviços fundamentais à população.

“Há também consequências económicas. Os nossos bancos, aeroportos e indústrias podem deixar de funcionar. A nossa economia pode ser duramente afectada”, acrescentou o governante.

Perante este cenário, as autoridades de Singapura estão a mobilizar recursos estratégicos para enfrentar a ameaça e proteger a integridade das operações vitais do país. A resposta do governo inclui a implementação de medidas de cibersegurança mais rigorosas e a colaboração com peritos em tecnologia, com vista à identificação e neutralização eficaz das ameaças.

O governo chinês rejeitou qualquer envolvimento no incidente, afirmou que também tem sido vítima de ciberataques.

LibreOffice acusa a Microsoft de práticas anticompetitivas

Num artigo publicado no seu blogue, a The Document Foundation (TDF) denunciou uma alegada estratégia da Microsoft para manter os utilizadores presos ao Office. Segundo o LibreOffice, o Microsoft 365 recorre a esquemas XML “desnecessariamente complexos” como forma de criar um bloqueio tecnológico e dificultar a interoperabilidade.

A crítica centra-se no formato Office Open XML (OOXML), utilizado pelo Word, Excel e PowerPoint desde 2006. De acordo com o LibreOffice, os documentos nos formatos .docx, .xlsx e .pptx são, na verdade, ficheiros ZIP compostos por várias camadas de XML, estruturadas com etiquetas (tags) difíceis de interpretar.

O LibreOffice descreve esta complexidade como artificial, assente numa estrutura de tags profundamente aninhada, com abstrações excessivas, dezenas (ou mesmo centenas) de elementos opcionais ou redundantes, convenções de nomenclatura pouco intuitivas, uso extensivo de pontos de extensão e wildcards, múltiplas importações de namespaces e hierarquias de tipos, além de documentação escassa ou de difícil compreensão.

Segundo o LibreOffice, a utilização do formato OOXML faz parte de uma estratégia deliberada de lock-in (dependência tecnológica), concebida para manter o controlo do mercado. A situação é comparada a um sistema ferroviário onde os carris são públicos e acessíveis, mas o fabricante dos comboios impõe um sistema de controlo proprietário e exclusivo.

Importa referir que as críticas ao formato OOXML não são novas. Ao longo dos anos, tanto programadores como defensores do software livre têm denunciado as dificuldades impostas pela Microsoft. Um exemplo notável é o de Richard Stallman, que publicou um ensaio a condenar o carácter fechado dos ficheiros Word, destacando os riscos para a segurança, a privacidade e a interoperabilidade com outras aplicações.

As acusações do LibreOffice ganham relevância num momento crítico, em que vários países começam a afastar-se da Microsoft. A soberania tecnológica tornou-se um argumento de peso para cidades na Alemanha, Dinamarca e Suécia, que optaram por migrar para sistemas baseados em Linux. Estes governos procuram reduzir a dependência de soluções proprietárias e adoptam alternativas de código aberto para garantir maior controlo sobre os seus dados.