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Sexta-feira, Outubro 24, 2025
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Gabriel Calado, Senior Manager da EY Angola, alerta que o País precisa acelerar o desenvolvimento digital

Angola tem registado progressos relevantes nos sectores de Tecnologia, Media, Telecomunicações (TMT) e Serviços Digitais, mas esses avanços ainda não acompanham as exigências do futuro. A avaliação é de Gabriel Calado, Senior Manager da EY Angola, que participou no VIII Fórum Telecom, realizado recentemente sob o tema “O Triângulo da Digitalização – Serviços Digitais, IA e as Telecomunicações”.

Na apresentação “Inteligência Artificial e novos Serviços Digitais: Do hype ao impacto real”, o especialista defendeu que a Inteligência Artificial já não é uma opção, mas uma corrida por vantagem competitiva. Citou ainda que 83% dos executivos globais consideram a IA uma prioridade estratégica.

Para Gabriel Calado, os serviços digitais têm hoje um papel determinante no desenvolvimento económico e social do País, tanto pela dinamização da economia como pela promoção da inclusão, acessibilidade, inovação, competitividade, integração tecnológica e resiliência.

Em matéria de conectividade, destacou que em 2024 Angola ultrapassou os 14 milhões de utilizadores de internet e chegou perto de 30 milhões de ligações móveis. Referiu igualmente a modernização da rede da Unitel, os cabos submarinos em operação e o uso crescente de soluções cloud por operadores como a Africell. Ainda assim, fez questão de sublinhar que estes avanços não chegam para responder às necessidades futuras.

Ao abordar os obstáculos ao crescimento da Inteligência Artificial em Angola, identificou quatro grandes desafios: a qualidade e estruturação dos dados, a falta de talento especializado, as limitações de infra-estrutura tecnológica e as barreiras culturais e estratégicas.

Sobre a questão dos dados, explicou que muitas organizações ainda trabalham com informação desactualizada ou mal estruturada, o que compromete o desenvolvimento de modelos fiáveis de IA. Como solução, defende a implementação de uma governança leve, com definição clara de responsáveis, catálogos simples, rotinas de limpeza e auditorias periódicas.

A escassez de competências em IA é outro entrave relevante. Para mitigar esse défice, o gestor sugere programas de capacitação rápida, parcerias locais e recurso a modelos pré-treinados, enquanto se forma talento nacional. Neste contexto, apresentou o EY.ai Framework, uma abordagem centrada no ser humano que promove a adopção responsável da tecnologia, com supervisão ética e desenvolvimento contínuo de competências.

Em relação à infra-estrutura, alertou para a instabilidade da conectividade, as limitações de energia e o hardware desactualizado, que dificultam a integração e o processamento de soluções de IA em larga escala. A utilização de pilotos baseados em cloud regional ou híbrida surge como alternativa para avançar de forma gradual.

As barreiras culturais e estratégicas também travam a evolução. Sem liderança clara, visão integrada e políticas de ética e compliance, muitos projectos acabam por não sair da fase piloto ou enfrentam resistência interna. Para ultrapassar esse bloqueio, apontou a importância de pilotos de baixo risco e alto impacto, acompanhados de comités sénior dedicados à ética e conformidade.

Ao analisar o cenário actual, Gabriel Calado afirmou que a IA em Angola está hoje sobretudo orientada para ganhos de eficiência, com exemplos no Mobile Money, nas plataformas OTT e em iniciativas iniciais de e-governo. Segundo o gestor, as oportunidades futuras dependem da capacidade de investimento, da formação de quadros, da estabilidade energética e do fortalecimento das infra-estruturas digitais.

 

Chat Control: o que é e porque gera preocupações de privacidade na Europa

Sob o argumento da prevenção e combate ao abuso sexual infantil online, a União Europeia (UE) prepara-se para adoptar o chamado Chat Control (ou Chat Control 2.0), que prevê que as plataformas de mensagens e e-mail, por exemplo, façam um scan a todas as comunicações dos utilizadores. A proposta está em discussão desde maio de 2022 e será votada este ano.

A proposta prevê a criação de um algoritmo de análise, desenvolvido pelas próprias empresas responsáveis pelas aplicações. Esse sistema teria como função inspecionar todo o conteúdo partilhado, desde mensagens a fotografias e vídeos, sem exceção para materiais encriptados. A informação seria transformada em códigos no dispositivo do utilizador e, em seguida, confrontada com códigos provenientes de um servidor centralizado (Análise CSS), de modo a avaliar se cumpre ou não a legislação em vigor.

Se o sistema, com recurso a inteligência artificial e reconhecimento de padrões, classificar determinado conteúdo como ilegal, por exemplo material de abuso sexual infantil ou suspeita de actividades terroristas, seria automaticamente gerado um relatório e enviado para um novo organismo europeu. Este encaminharia depois a informação para as autoridades judiciais competentes, a fim de dar início à investigação. Todo o processo ocorreria de forma totalmente automatizada, sem qualquer intervenção humana prévia.

Para os defensores da privacidade, as implicações mais amplas do Chat Control são preocupantes. Afinal, a obrigatoriedade do scan de mensagens, mesmo as encriptadas, ameaça a proteção da privacidade dos utilizadores.

Além disso, há quem tema que a aprovação deste projecto de lei, em Outubro deste ano, abra um precedente perigoso. A proposta levanta preocupações sobre privacidade e liberdade de expressão, pois trata todos os cidadãos como suspeitos, enfraquece a presunção de inocência e abre caminho para práticas de vigilância em massa semelhantes às de regimes criticados no passado.

Trump exige demissão de executiva da Microsoft e volta a atacar nomes ligados a Obama e Biden

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, declarou na sexta-feira (26) que a Microsoft deve demitir Lisa Monaco, actual presidente de Assuntos Globais da empresa, usando a sua conta na Truth Social para criticar o histórico dela em administrações democratas, Trump afirmou que Monaco foi “uma assessora sénior de Segurança Nacional sob Barack Hussein Obama e uma vice-procuradora-geral obcecada por lawfare e armamento sob o comando de Crooked Joe Biden e do procurador-geral chefe de marionetes de Lisa, Merrick Garland”, acrescentando que o papel actual dela na Microsoft lhe dá acesso a “informações altamente sensíveis”, algo que considerou “inaceitável”.

Trump escreveu que “na sua opinião a Microsoft deveria rescindir imediatamente o emprego de Lisa Monaco”, lembrando que já tinha retirado a autorização de segurança dela no início deste ano, numa ordem que também incluiu Joe Biden, Kamala Harris, Hillary Clinton e membros da família Biden.

A Microsoft recusou comentar, Monaco ingressou na empresa em Maio e assumiu funções de supervisão da política de cibersegurança e das relações com governos internacionais.

Laura Loomer, ativista de extrema-direita e aliada de Trump, tem criticado abertamente a presença de Monaco na empresa, e noutras publicações atacou também o CEO da Microsoft, Satya Nadella, sublinhando que “nasceu na Índia” e acusando-o de comportamento “vergonhoso e golpista”, após o post de Trump, Loomer voltou a pedir que “todos os contratos governamentais da Microsoft sejam cancelados”.

Trump tem feito declarações semelhantes contra outros executivos do sector tecnológico, anteriormente disse que o presidente da Intel, Lip-Bu Tan, deveria “renunciar imediatamente” por alegados conflitos de interesse, mais tarde, depois de a Intel ter concedido ao governo uma participação de 10% em troca de financiamento previamente garantido pela administração Biden, Trump descreveu Tan como um “diretor executivo altamente respeitado”.

CEO da New Cognito alerta que investimento em Inteligência Artificial e digitalização é “praticamente inexistente” em Angola

O director-executivo da New Cognito, Sérgio Lopes, afirmou que o investimento em Inteligência Artificial (IA) e digitalização em Angola ainda é “praticamente inexistente”. A declaração foi feita durante a sua intervenção no VIII Fórum Telecom do Jornal Expansão, que decorreu em Luanda.

De acordo com o responsável, muitas empresas angolanas continuam a tratar a transformação digital como um luxo ou tendência futura, quando deveria ser vista como uma necessidade imediata e estratégica. “Estamos a viver uma nova era tecnológica, mas Angola ainda não está a investir de forma consistente para acompanhar este ritmo”, alertou.

Sérgio Lopes apontou a ausência de políticas públicas fortes, falta de financiamento e escassez de quadros especializados como factores que travam a implementação de soluções baseadas em IA. Para ele, este atraso pode comprometer a competitividade do país face a outras economias africanas.

O CEO sublinhou que a adopção de tecnologia inteligente pode trazer ganhos significativos em produtividade, segurança digital e redução de custos, especialmente nos sectores da banca, telecomunicações, saúde, educação e administração pública.

Apesar do cenário actual, Sérgio Lopes mostrou-se optimista quanto ao potencial de crescimento, desde que haja maior abertura do sector privado e apoio institucional. “Não se trata apenas de comprar tecnologia, mas de criar um ecossistema que permita ao país inovar e competir”, reforçou.

A New Cognito, empresa que lidera, é especializada em cibersegurança, gestão de dados, inteligência artificial e transformação digital, e prevê alcançar 26 milhões de euros de volume de negócios este ano, com ambição de atingir os 50 milhões em 2027.

PlayStation 5 é a geração mais rentável da Sony

A Sony aproveitou o Tokyo Game Show para anunciar que a PlayStation 5 é a geração de consolas mais rentável da história da sua divisão de videojogos.

A informação foi partilhada durante a conferência da empresa japonesa onde esteve presente o CEO da Sony Interactive Entertainment, Hideaki Nishino, com o executivo a adiantar que a divisão de videojogos já gerou 136 mil milhões de dólares (116 mil milhões de euros) em vendas desde 2020 – quando a PlayStation 5 foi lançada.

Dado que a geração da PlayStation 4 (2013-2019) gerou 107 mil milhões de dólares (91,3 mil milhões de euros) em vendas, a Sony aponta a PlayStation 5 como “a mais bem-sucedida geração até à data”.

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Para efeitos comparativos, a PlayStation 3 gerou 71 mil milhões dólares (60,5 mil milhões de euros), a PlayStation 2 alcançou os 44 mil milhões de dólares (37,5 mil milhões de euros) e a PlayStation original chegou aos 24 mil milhões de dólares (20,4 mil milhões de euros).

Consideramos que a PlayStation não é apenas o hardware ou os jogos, mas sim a experiência completa, notou Nishino de acordo com o site IGN.

“Com a evolução da [PlayStation] Store, continuamos a expandir as fronteiras dos videojogos. Esforçamo-nos para ser o melhor lugar para os jogadores jogarem e para os criadores lançarem [os seus jogos]”.

[Angola] Segurança cibernética deve ser prioridade para o sector público

O sector público angolano está a avançar na transformação digital para prestar serviços de forma mais eficiente e criar novas formas de ligação com os cidadãos. No entanto, à medida que os sistemas governamentais migram para o online, os cibercriminosos acompanham de perto cada passo.

Seguem-se algumas dicas que demonstram porque a segurança cibernética deve ocupar um lugar central no sector público angolano.

1. Ameaças cibernéticas em crescimento

  • Desde ataques de ransomware e esquemas de phishing até invasões sofisticadas patrocinadas por governos, a escala e a complexidade dos incidentes continuam a aumentar. O relatório da Unidade 42 da Palo Alto Networks identificou mais de 500 ataques a nível global em 2024, tendo governos e instituições públicas entre os principais alvos.

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2. Sistemas legados criam alvos fáceis

  • Muitos organismos governamentais ainda dependem de tecnologias ultrapassadas. Estes sistemas antigos são difíceis de actualizar, carecem de mecanismos de segurança modernos e representam uma porta de entrada vulnerável para atacantes. O resultado é um risco acrescido de interrupção de serviços e de exposição de dados sensíveis.

3. A escassez de competências e de orçamento limita a resposta

  • Mesmo quando as ameaças são detectadas, muitos departamentos do sector público não dispõem de profissionais qualificados nem de recursos suficientes para lhes dar resposta eficaz. A falta de especialistas em segurança cibernética, aliada a restrições orçamentais, compromete o investimento em defesas proactivas, na resposta a incidentes e em estratégias de recuperação.

Bancos angolanos sofrem mais de 4.409 tentativas de ataques cibernéticos por dia

4. A confiança pública está em risco

  • No essencial, a segurança cibernética no sector governamental deve ter como objectivo proteger as pessoas. Quando os cidadãos deixam de confiar na capacidade das instituições para salvaguardar dados sensíveis e garantir serviços fiáveis, a própria base da confiança na administração pública fica fragilizada.

A implementação de uma metodologia de resiliência é indispensável.

A resiliência cibernética é mais do que uma defesa. Consiste em antecipar ataques, reduzir os danos e recuperar rapidamente, assegurar que os serviços continuem a funcionar sem interrupções significativas.

  • Fortalecer a resposta a incidentes e o planeamento de recuperação de desastres.
  • Garantir que sistemas robustos de backup e recuperação de dados estejam em vigor.
  • Actualizar ou substituir regularmente sistemas legados vulneráveis.
  • Capacitação humana: formação de pessoal, contratação de especialistas em cibersegurança.
  • Colaboração entre departamentos e com parceiros externos de cibersegurança.

Estas não são apenas boas práticas, são elementos essenciais para serviços públicos confiáveis e seguros nos quais as pessoas podem confiar.

Parlamento Pan-Africano defende regulação da inteligência artificial em África

Durante dois dias, deputados e peritos africanos debateram desafios e oportunidades da tecnologia, defendendo a criação de políticas e leis que assegurem o seu uso responsável. A delegação angolana participou de forma activa nos trabalhos.

O presidente do órgão, Fortune Charumbira, sublinhou que “a liderança parlamentar deve traduzir-se em acções práticas, mensuráveis e sustentáveis”, defendendo a produção de um comunicado conjunto dos presidentes e a introdução de mecanismos de avaliação por pares.

ONU celebra o primeiro Dia da Cooperação Digital com foco em África

Agenda 2063

Sob o lema “Transformação digital e ecossistemas de inovação: aproveitar a inteligência artificial para acelerar o desenvolvimento integrado”, o encontro reforçou a ligação entre a governação da IA e os objectivos estratégicos da União Africana, em particular a Agenda 2063.

UNITEL marca presença na Expo Huambo 2025

A UNITEL, marca presença na 2ª edição da Expo Huambo 2025, consolidando seu papel como agente de transformação digital no país.

Realizada de 25 a 28 de setembro no Centro de Convenções do Huambo, a feira ocorre sob o lema “Crescer Juntos: Inovação para o Desenvolvimento”, alinhando-se às celebrações dos 50 anos da Independência de Angola.

Com foco na promoção do comércio, indústria e inovação tecnológica, a Expo Huambo atrai empreendedores, investidores e autoridades, destacando o potencial económico da província.

No stand da UNITEL, que abriu as portas no primeiro dia, os visitantes podem explorar um portfólio vibrante de soluções tecnológicas. O UNITEL Money oferece pagamentos e transferências móveis com praticidade, enquanto o Net Casa assegura conectividade de alta velocidade para lares e empresas. Um espaço de vendas apresenta produtos e serviços diversos, aproximando a inovação dos cidadãos e empresários locais.

A cerimónia de abertura contou com a presença de ilustres figuras, incluindo o Ministro de Estado para Coordenação Económica, José Massano, que inaugurou a feira, e o Ministro da Agricultura e Florestas, Isaac dos Anjos. A visita destes líderes sublinha a importância da Expo Huambo para o sector produtivo e tecnológico de Angola, especialmente numa província estratégica como o Huambo, conhecida por sua agricultura e crescente mercado interno.

A UNITEL aproveitou o momento para dialogar com as autoridades, destacando parcerias que impulsionam o desenvolvimento regional. Com mais de 250 expositores e expectativa de milhares de visitantes, a feira promove workshops, demonstrações e networking. A UNITEL, com seu stand dinâmico, destaca-se como motor de conectividade, oferecendo soluções que apoiam pequenos negócios e a modernização da economia local.

Bancos angolanos sofrem mais de 4.409 tentativas de ataques cibernéticos por dia

As instituições financeiras em Angola registam, em média, 4.409 ataques e ameaças cibernéticas diariamente, revelou Hélder João, director de Segurança da Informação (CISO) do Banco Yetu, durante o 8º Fórum Telecom, organizado pelo Jornal Expansão.

Na sua intervenção com o tema “A Importância da Cibersegurança na Digitalização da Economia”, o especialista alertou que as ameaças mais recorrentes são o phishing e a engenharia social, o malware e ransomware, os ataques a infra-estruturas críticas, as fraudes bancárias e, mais recentemente, o uso de inteligência artificial generativa para actividades maliciosas.

De acordo com Hélder João, a cibersegurança é hoje indispensável para o sistema financeiro angolano, pois assegura a protecção de dados sensíveis, a integridade das transacções e a confiança dos clientes, num contexto em que a digitalização acelera a transformação do sector bancário.

[Angola] Mais de metade da população excluída do mundo digital

Sílvio Almada, que fez o discurso de abertura, afirmou que hoje, falar de digitalização não é falar de futuro, já que os números actuais refletem progresso significativo, mas também revelam um grande desafio: “mais de metade da população continua excluída do mundo digital”, disse.

Tal como aponta o responsável, em 2024, segundo a DataReportal, 39,3% da população em Angola tinha acesso à Internet. O número de utilizadores activos de Internet foi estimado em 14,63 milhões, enquanto as assinaturas móveis activas atingiram 29,20 milhões (cerca de 78,4% da população). O INACOM registava, no mesmo período, 26,5 milhões de assinaturas de telefonia (fixa e móvel) e 12,8 milhões de utilizadores de Internet.

ZEE e MSTelecom firmam parceria para modernizar sector industrial

Assim, em termos de desenvolvimento de aplicações locais, Sílvio Almada entende que existe ainda um défice no ecossistema de inovação digital.

“A maioria das aplicações utilizadas em Angola é importada, o que limita a criação de soluções adaptadas ao contexto social, económico e cultural do país Incentivar startups, hubs tecnológicos e parcerias com universidades é fundamental para fomentar aplicações que resolvam problemas concretos, desde a educação e saúde até ao comércio e finanças”, apontou.