A inclusão financeira tem estado na agenda do BNA. Várias iniciativas foram lançadas, mas nenhuma delas deverá ser tão impactante quanto esta: atribuição de uma licença de Prestador de Serviços de Pagamentos à Unitel Serviços Financeiros Móveis (SU).
No dia 14 de Setembro podia-se encontrar no Diário da República, IIIª série, nº 105, o anúncio oficial da Unitel Serviços Financeiros Móveis (SU). Praticamente um mês depois, o BNA anuncia que foi concedida a licença para esta divisão da Unitel.
No dia 16 de Outubro, por despacho do Senhor Governador do Banco Nacional de Angola, José de Lima Massano, o Banco Nacional de Angola atribuiu uma licença de Prestador de Serviços de Pagamentos à Unitel Serviços Financeiros Móveis (SU), S.A., a pedido desta. A atribuição desta licença vai ao encontro de uma das acções prioritárias do Plano Nacional de Inclusão Financeira, que passa por garantir à população, um maior acesso à rede de serviços financeiros.
Com a atribuição de uma licença de Prestador de Serviços de Pagamentos à UNITEL Serviços Financeiros Móveis (SU), S.A., pretende o Banco Nacional de Angola massificar a inclusão financeira, através das transferências móveis e instantâneas, vulgarmente conhecidas como pagamentos móveis ou mobile Money.
Depois do lançamento das contas Bankita assim como das contas simplificadas, o Banco Nacional de Angola dá mais um passo visando incrementar o número de cidadãos com acesso a serviços financeiros básicos para o equivalente a 50% da população adulta, até finais de 2022.
Para além disso, tendo presente que a inclusão financeira é uma condição fundamental para o desenvolvimento económico sustentável, o Banco Nacional de Angola tem participado em acções conducentes à criação de um ecossistema de pagamentos moderno e inclusivo. A nova lei do sistema de pagamentos, cujo conteúdo propiciará a entrada de novos tipos de instituições financeiras (fintechs) assim como o Laboratório de Inovação do Sistema de Pagamentos (www.lispa.ao) são algumas dessas acções.
Em vários eventos vimos a Unitel a falar sobre a abertura ao “Mobile Money”, agora parece que é um facto consumado. Será que a(s) outra(s) operadoradora(s) de telefonia móvel seguirão o mesmo caminho?
O WhatsApp tornou-se nos últimos anos num aplicativo essencial. Não importa a plataforma, a forma mais prática de interagir com os contactos, tem sido o Whatsapp. Com essa responsabilidade, começam a surgir “exigências” dos utilizadores. A versão Web da aplicação foi uma das “exigências” atendida há algum tempo pela equipe do Facebook. Mas, as funcionalidades da versão web não são as mesmas da versão mobile. A capacidade de fazer chaamdas de vídeo e voz na versão web é, decerto, um dos pontos fracos.
Com a pandemia, a luta entre os aplicativos de comunicação está feroz! O Facebook (empresa detentora do Whatsapp), tem estado a fazer mudanças em todas outras plataformas, para acomodar os utilizadores ávidos por interações mais simples com os seus contactos.
Pelo que tudo indica, nas próximas semanas teremos as chamadas de vídeo e voz na versão web do Whatsapp. A função já havia sido descoberta em setembro, mas não existia nas versões de testes.
A equipe do WABetaInfo (site conhecido por mostrar várias funcionalidades do Whatsapp, mesmo antes do anúncio oficial), publicou uma imagem de uma chamada no WhatsApp Web, a aplicação exibe uma pequena janela, em que podemos atender ou recusar a ligação.
Créditos: wabetainfo
A aplicação também exibe uma janela quando é você quem faz a ligação. Nela, é possível observar o status da chamada, encerrá-la, além de ligar a câmera e o microfone.
Estes detalhes foram encontradas na versão 2.2043.7 do WhatsApp Web, e ainda não estão disponíveis para os usuários da versão estável. Além das chamadas de voz e vídeo individuais, o recurso também funcionará em grupos do mensageiro.
Africell a operadora de rede móvel com mais de 12 milhões de clientes em quatro países africanos, aderiu a solução de proteção de negação de serviço distribuída (DDoS) líder da indústria StormWall para melhorar a segurança nas suas redes.
A tecnologia anti-DDoS fornece proteção em toda a infraestrutura de TI da Africell em Uganda, República Democrática do Congo, Gâmbia e Serra Leoa, onde a empresa já fornece o acesso à Internet via 3G, LTE e 5G e é classificada como a empresa número um em termos de qualidade de serviço pelos reguladores.
A solução de segurança de rede BGP da StormWall garante proteção automática às redes e detecta ataques DDoS num estágio inicial e muda o tráfego para filtros DDoS antes que o ataque cause a indisponibilidade do serviço.
A solução ajuda a garantir a operação estável da infraestrutura e redes de TI, protege-as de todos os ataques DDoS conhecidos nos níveis de OSI L3-L5. Este método de proteção é destinado a operadoras de telecomunicações, ISPs, centros de dados e empresas de hospedagem, bem como clientes corporativos com os seus próprios sistemas autônomos.
“A segurança dos nossos clientes é uma das principais prioridades da Africell, e é por isso que estamos a trabalhar com a StormWall para aproveitar os sistemas de proteção mais avançados disponíveis actualmente. A experiência da empresa é fornecer a solução perfeita para proteger as nossas redes de ataques DDoS. SormWall está a ajudar a Africell a garantir que possamos continuar a expandir nossos negócios sem medo de ser vítima de um ataque cibernético”, disse Younes Chaaban, CTO do Grupo da Africell.
Ramil Khantimirov, CEO e cofundador da StormWall, acrescentou que, o volume de tráfego processado pela Africell é enorme, portanto, a proteção contra ataques DDoS é uma das principais tarefas da empresa. “Foi muito importante para nós ganhar a confiança da Africell e disponibilizar a nossa solução garantindo um elevado nível de protecção dos recursos da empresa. As nossas soluções profissionais fornecem medidas eficazes contra os cibercriminosos e estamos felizes em saber que as empresas em África estão cientes da necessidade de usar esses métodos de proteção.”
Africell prepara-se para começar a operar no mercado nacional a partir de 2021.
Se está atento ao MenosFios, deve ter acompanhado a primeira edição do Crypto Angola , que aconteceu em Agosto de 2019, um evento presencial que levou várias pessoas à Mediateca de Luanda para saber mais sobre criptmoedas.
Há algum tempo foi anunciada a 2ª edição do evento e, hoje, 17 de Outubro, o evento será realizado online a partir do Canal Comunidade Bitcoin, numa parceria com a Tech21 África.
O tema principal desta edição é “Criptomoedas e o futuro do sistema financeiro”. Acompanhe abaixo o programa do evento:
15:00 – Entrada dos Convidados 15:30 – Sessão de Abertura | Euclides Manuel – Bitcoin Angola
15:35 – Boas Vindas | Kiesse Canito – Representante da Tech21 África e Mário Faria da Cruz
15:40 – Sessão I: Desmitificando as Criptomoedas – origem e conceitos | Yuri Pereira e Paulo Aragão. Moderador – Edilson Almeida – Tech21 África
16:10 – Sessão II: Mineração de Criptomoedas e os desafios ambientais | Bruno Freitas, Cláudio dos Santos e Sérgio Fragão Moderador – Edilson Almeida – Tech21 África
16:40 – Sessão III: ICOs e trading como forma de investir em criptomoedas | Lucas Magno Cardeal, Piedade Júnior e Valdick Faria Moderador – Mário Faria da Cruz – Empreendedor
17:10 – Sessão IV – Expansão das criptomoedas e o posicionamento dos reguladores | Daniel Sapateiro, Ana Godinho e Morato Custódio Moderador – Kiesse Canito – Tech21 África
17: 40 – Sessão V – Panorama actual do mercado de criptomoedas em África e no mundo | Valdick Faria, Euclides Manuel e Fernando Lobo Moderador – Mário Faria da Cruz – Empreendedor
18: 10 – Sessão de Perguntas e respostas 18:30 – Discurso de encerramento | Tech21 África – Mário Faria da Cruz
Segundo a organização, o evento tem como público alvo Estudantes Universitários, Profissionais do sistema financeiro e demais interessados no tema.
O evento é gratuito, mas para confirmação, preencha o formulário clicando aqui.
Em uma grande entrevista, prestada ao órgão de imprensa, Valor Económico, o Director Geral da ITA, Francisco Pinto Leite, apresentou a sua opinião com relação à taxação da Angola Cables.
Director Geral da ITA, Francisco Pinto Leite
Com mais de 30 anos de experiência nas telecomunicações, Francisco Pinto Leite acredita que, apesar das adversidades e de a economia nacional ainda ser incipiente, a curva vá mudar para o positivo. Critica o monopólio da Angola Cables. Culpa-a por ter preços, sempre indexados ao dólar, que determinam o preço alto das telecomunicações em Angola. E admite entender a subida de preços da Movicel.
“Angola Cables taxa em dólares e nós, operadores, não podemos” – Francisco Pinto Leite.
Que caminhos é que as empresas tecnológicas têm trilhado com a economia e crise?
As empresas de tecnologias requerem alguma intensidade de importação de tecnologias, porque não somos produtores de tecnologias. Estamos a falar não só de produtos, mas também de serviços, como os operadores de televisão. Grande parte dos conteúdos de televisão hoje é importada. E entra no grupo de serviços. Isso é um grande desafio porque o actual cenário de desvalorização do sector regulador tributário, com as novas leis tributárias, não ajuda muito. Nas telecomunicações, o imposto industrial passou para 35%, enquanto nos outros sectores passou de 30% para 25%. A taxa de retenção na fonte para invisíveis, serviços como segmento espacial, satélite, conteúdos de televisão, consultoria e etc., passou de 6,5% para os 15%.
Quais são as vossas estratégias, com esta pandemia?
A nossa estratégia continua a ser a construção de uma infraestrutura capaz, com qualidade e de preços acessíveis. A semana passada foi pródiga em algumas questões relacionados com os preços das telecomunicações em que um dos operadores, a Movicel, foi publicamente quase apedrejado. Mas quem está no sector percebe as razões. Há um comunicado da Movicel que refere que 70% dos custos operacionais e de investimentos são em divisas. É verdade. Os custos operacionais têm que ver com as saídas internacionais que são basicamente definidas por dois operadores. Um é a Angola Cables, que detém o SAT-3, o cabo de fibra óptica. É um cabo com alguns anos e com alguns condicionalismos em capacidade adquirida pelo mercado interno. O outro operador é da Angola Cables, que detém o segundo cabo submarino que sai da Cidade do Cabo até Portugal. O terceiro cabo também é da Angola Cables. Sai de Angola ao Brasil. Quase todos os operadores estão muito condicionados pela Angola Cables. Paradoxalmente, a Angola Cables é uma empresa nacional e taxa em dólares e nós, operadores, não podemos indexar os nossos preços ao dólar. Os preços praticados pela Angola Cables são exageradamente caros. Estamos a falar em proporções de oito a dez vezes mais caros do que o mercado internacional. E esses preços só são feitos para Angola. Posso dar um dado sem qualquer problema. Uma ligação de 10 gigabytes, de Luanda para Portugal, de qualquer operador internacional posto em Sangano custa 14 mil ou, no máximo, 20 mil dólares. A Angola Cables cobra 200 mil dólares indexados ao dólar e estão todos os operadores a pagar e a população a pagar. E é isso que não se fala nas telecomunicações. Não tenho qualquer problema em falar, porque é a realidade do sector.
Eisso impacta até na qualidade?
Isso impacta grandemente nos custos operacionais e até na qualidade de serviços que nós, os operadores, damos aqui. Isso impacta em toda a estratégia de inclusão digital. Este é um facto. Compreendo muito bem o que acontece com a Movicel. São custos operacionais indexados ao dólar. E isso faz com que as empresas tenham uma rentabilidade cada vez menor, porque os preços são dez vezes mais do que no mercado internacional. E isso não é justificável, de maneira nenhuma, pelos custos operacionais em Angola, pela falta de energia, pela segurança nos sites ou por geradores. Se estivermos a falar de uma diferença de 20% ou 30%, ok. Mas estamos a falar em diferenças de 600% ou 800%. Temos falado com o regulador e com outros órgãos do sector. A situação mantém-se e é extremamente visível.
O que é que o regulador diz?
O regulador promete um estudo. Mas não há mudanças deste paradigma. E entendemos que isso só é possível devido ao monopólio que a Angola Cables detém sobre os acessos internacionais. Apesar da regulação das telecomunicações permitir que outros operadores tenham acesso à narração directa dos cabos internacionais, há aqui alguma relutância e algum factor que é incompreensível pelo facto de não haver uma tomada de posição.
A população normalmente olha para aumento de preços. O poder de compra tem baixado. Como se pode salvaguardar a manutenção de serviços neste cenário?
Estamos num mercado em que as reclamações não são tão expostas. E podemos também perder alguns clientes. As reclamações são absolutamente legítimas. Os preços nas telecomunicações têm um componente percentual muito grande ligado à moeda estrangeira. E isso passa por serviços, que incluem conteúdos e tecnologias. Este é um sector de permanente investimento. Aqui podemos olhar mais holisticamente para o sector. Primeiro, com os serviços a passar a retenção na fonte de 6.5% para 15% só aí põe 8.5% de aumento de custos para as empresas. O segundo é que tem de haver uma posição mais clara do regulador relativamente aos preços indexados ao dólar. Todos os meses, as facturas dos operadores sobem. E são indexados ao dólar por uma empresa local. Há uma extrapolação daquilo que são as próprias leis do país, em relação ao comércio, o que devemos fazer em kwanzas. Isso é um facto. Não há como fugir objectivamente. A indexação ao dólar das saídas internacionais e a revisão dos preços praticados pela Angola Cables ou a abertura para outros operadores trazerem o seu tráfego internacional directamente dos cabos submarinos. E abrir assim o tal aspecto da partilha de infra-estruturas e da concorrência. Nas saídas internacionais, não existe um mercado aberto e de concorrência efectiva.
Existe algum operador disposto a investir neste segmento e assim permitir a concorrência?
O Wacs é um consórcio em que participam vários operadores de vários países. E o próprio acordo do consórcio permite que qualquer membro tenha possibilidade de usar uma estação terminal de outro país. Assim como a própria Angola Cables tem terminais, se não estou em erro, na Nigéria e na África do Sul. Porém o que acontece aqui é que a Angola Cables não permite que outros operadores entreguem serviços a terceiros a partir da sua estação terminal aqui em Luanda, em Cabo Ledo. E isso condiciona obviamente os preços. Indo até um pouco com aquilo que são as próprias regras do consórcio do Wacs. É uma situação ‘sui generis’, mas é a realidade.
A AGT tem feito muitos contactos e encontros com associações empresariais e empresários. Alguma vez foi dada a oportunidade de as empresas de tecnologias exporem as suas questões em relação às reformas?
Já. E inclusive por via do próprio Ministério das Telecomunicações e Comunicação Social. As empresas já mandaram o seu ponto de vista, inclusive apresentaram algumas propostas. Mas não houve qualquer mudança.
Com tantos desafios, que caminhos?
Além do que vem no ABC de gestão em crise, é acreditar no país. A economia em Angola ainda é muito incipiente. Mas acreditamos que a curva em algum momento vai mudar de sentido. Angola tem um potencial económico muito grande e ainda há bastante espaço, na área de telecomunicações e particularmente nas infra-estruturas de telecomunicações e transmissão terrestre, para crescer, há mercado. O que oferecemos ainda é muito pouco para aquilo que poderão ser as necessidades do país. Angola não pode crescer se não tiver tecnologias. As tecnologias trazem eficiência e eficácia. E isso são factores diferenciadores na competição e na concorrência. Hoje, quando estamos a falar em concorrência, não estamos a falar apenas em Angola. Para relançarmos a economia, temos de falar em mercados não só interiores, mas também exteriores. Em mercados globais. O mundo é globalizado. E a economia angolana relançada também terá de o ser. O agricultor de tomate, lá na minha terra, em Kalandula, terá de competir nas mesmas circunstâncias que um agricultor na Namíbia, África do Sul, ou, eventualmente, no Brasil, que utilize tecnologias na produção.
É a hora de as empresas angolanas começarem a pensar global e não apenas internamente?
Não vejo alternativa. Angola, por mais que queira, não conseguirá bloquear as fronteiras aos produtos e serviços do exterior. Obviamente, que poderá aumentar as taxas alfandegárias e dar incentivos fiscais aos produtores nacionais. Isso é correcto. Mas agora, como aconteceu com alguns produtos da cesta básica, bloquear por decreto a importação de produtos, não conseguiremos fazê-lo por muito tempo, por causa dos acordos bilaterais e multilaterais na troca de produtos e serviços. Só nos resta um caminho, que é jogar com as mesmas armas dos outros: entrar na revolução 4.0.
Não pensa que, apesar das pressões de alguns gigantes da OMC, o Governo está a agir muito bem e deve arriscar e proteger a sua produção?
Qualquer Estado deve proteger e catalisar a produção interna. Mas isso não deve ser feito por via do bloqueio absoluto da importação. Há outros métodos para nos tornarmos mais competitivos. Um deles é o método das taxas alfandegárias. O outro é o crédito aos produtores nacionais e incentivos fiscais. Há uma série de métodos que fazem com que os nossos produtos se tornem realmente mais baratos e com qualidade suficiente para competirem com produtores internacionais. Porém, percebo um bocadinho o que terá acontecido com esta medida do Governo de bloquear alguns produtos de importação. Provavelmente, foi para quebrar alguns cartéis que condicionam a produção interna e, com interesse na importação, tomam conta de todo o ecossistema. Por exemplo, em cereais como a farinha de trigo ou alguns outros produtos. Parece haver aí alguns interesses um pouco até obscuros e talvez tenha sido isso que levou o Governo a tomar esta medida mais drástica.
Como olha para estratégia nacional de banda larga?
Abstenho-me de comentar directamente a estratégia do Governo. Eu próprio fico confuso de saber qual essa estratégia de banda larga. Não conheço nenhum documento mais concreto sobre essa estratégia a não ser o que vem no livro branco das telecomunicações. Há demasiadas críticas de alguns operadores em relação ao estado da rede nacional de fibra óptica. O que pode ser feito para melhorar a rede?
A rede nacional de fibra óptica foi construída alinhada com a construção das estradas. Os dois factores tiveram influência. O primeiro foi não se ter partilhado infra-estruturas de telecomunicações. Se for até Benguela, vai perceber que todos os operadores estão do mesmo lado da estrada, todos levam fibra óptica. Se houver um desabamento de terra, rompe com a fibra óptica de todos os operadores. Se tivesse havido uma visão mais global, na construção desta infra-estrutura nacional, poder-se-ia ter um operador de um lado da estrada e outro ter-se-ia consignado outra trajectória de modo a formarmos autênticas redes no país. Não foi feito. Agora começa-se a falar mais incisivamente da partilha de infra-estruturas e isso vai provocar duas coisas: vai fazer com que mais rapidamente os operadores expandam as redes e que essas redes se tornem complementares umas das outras. Formando redes redundantes. Já está legislado em decreto presidencial, mas ainda faltam alguns aspectos do ponto de vista regulamentar. Essa lei tem de ser melhor regulamentada para que a efectivação prática tenha os resultados que todos esperam.
Esse decreto da partilha de infra-estruturas já existe há algum tempo. Que caminhos concretos é que deviam ser trilhados para que isso se efective?
Espero que as coisas andem neste quesito e comecem a fluir. Agora fala-se mais e existem mais intenções. Existem algumas acções muito incipientes. Mas provavelmente o passado recente de monopólios nas telecomunicações tenha levado a que o decreto presidencial, de 2014, não tenha avançado. Há avanços e recuos. Em algumas áreas, há a abertura de partilha, mas, em outras, há um sentido inverso, de tornarem menos partilhadas algumas infra-estruturas.
A que se refere quando fala de avanços e recuos?
Alguns avanços, e que já se começa a ver por parte do regulador, são um acompanhamento mais de perto dos novos projectos e a possibilidade desses novos projectos, independentemente do investidor, serem partilhados. Hoje, o operador já requer que estes projectos passem pelo INACOM e seja feita uma consulta a outros operadores para a partilha. O próprio Inacom incentiva a partilha de infra-estruturas. Mas estamos a falar das nacionais. Nas saídas internacionais, ainda existe bastante relutância. Como está a relação da ITA com o regulado.
A nossa relação é óptima. Não podia ser deutra forma. Cumprimos integralmente o estipulado. Participamos em eventos realizados pelo operador. Damos o nosso parecer em diferentes temas. Pode não ser 100% consensual, mas é boa.
A pandemia trouxe muitos desafios para as empresas. O que é que mudou na estratégia da ITA?
A pandemia afectou a economia no seu todo. No nosso portfólio, como aviação, turismo e mesmo do óleo e gás, os nossos clientes cancelaram ou reduziram substancialmente os serviços de telecomunicações devido à redução drástica das actividades. O efeito da pandemia sobre a economia teve um efeito muito particular no negócio em que a ITA está inserida, que é o segmento empresarial. Também é verdade que a pandemia trouxe outras oportunidades devido à necessidade de algumas organizações e empresas ficarem ligadas. Porém, entre ganhos e perdas, tivemos um impacto negativo. Tivemos aproximadamente 10% de perdas de receitas por efeito directo da pandemia. Os desafios não se cingem apenas ao negócio, mas também a operação das empresas. Apesar de os serviços das telecomunicações estarem no grupo de serviços essenciais, o confinamento também condicionou a circulação das equipas pelo país, a vinda de especialistas e a importação de equipamentos o que resultou em alguns problemas operacionais em alguns projectos.
Eram planos de contingência?
Sim. Fizemos planos de contingência e de continuidade do negócio. Tivemos de garantir na operação de empresas e distribuição de ‘stocks’. Por exemplo, tivemos de rever o portfólio de projectos nesta fase e renegociar contratos para acomodar a continuidade de serviços dos nossos clientes. É um momento desafiante e continua ainda a ser.
“Angola Cables taxa em dólares e nós, operadores, não podemos”
Diz-se que as empresas de tecnologias são as que mais lucram com a pandemia. No caso da ITA, é o contrário?
Se olharmos pelo contexto geral, talvez não tenhamos sido o sector com maior afectação negativa. Mas no geral houve. Temos contactado outras empresas do sector e houve redução de receitas. No caso da ITA, temos um segmento de mercado que é o empresarial e apesar de as empresas terem passado a fazer muito trabalho remoto, o negócio diminuiu. Na banca, o facto de ter muito pessoal a trabalhar remotamente tirou-nos grande parte de tráfego naquilo que é o ‘core’ da rede. É aí onde está o nosso negócio. Dei uma primeira estimativa de 10%, mas poderá chegar aos 12% de perda de receitas até ao final do ano.
Quais são os vossos planos daquilo que foi a estratégia inicial até ao final do ano?
A ITA tem uma estratégia muito clara. Estamos no mercado há 15 anos. Começámos com ‘internet service provider’ e hoje somos um operador de multisserviços que nos permite fazer de tudo, com excepção da telefonia móvel. O grande salto da nossa empresa foi justamente em 2014, quando passámos ‘ISP’ para operador. Foi quando começámos a investir na rede nacional. O ‘ADN’ da ITA é de contínuo reinvestimento mesmo em situações não muito favoráveis do ponto de vista da economia. O alarme da crise foi dado em 2014 e foi justamente aí que começámos e continuamos a apostar. Isso levou a alguma experiência em lidar com situações adversas. E é isso que estamos a fazer. Ajustámos o nosso ‘portfolio’ de projectos. Este ano, gostaríamos de ter a cobertura do país inteiro em transmissão terrestre e ainda não a temos. Eventualmente, se não tivéssemos tido alguns condicionalismos da pandemia, estaríamos a completar a cobertura total em transmissão terrestre.
Não vamos conseguir, porque a pandemia trouxe atrasos na importação de equipamentos. O próprio sistema bancário também se tornou mais lento nos pagamentos para o exterior. Faremos mais uma província eventualmente este ano. Que poderá ser Kuando-Kubango. Mas as do Leste ficarão para o próximo ano.
Como é continuar a investir com uma economia em recessão, quando muitas empresas fecharam e continuam a fechar portas?
É um exercício de alguma arte. Mas acreditamos em Angola. Somos uma empresa de capital 100% privado. Os investimentos têm sido de constantes reinvestimentos. Adoptámos uma estratégia de contenção de custos, de investimentos assertivos. Temos conseguido investir com bastante eficiência e eficácia. Conseguimos fazer com pouco e atingir os nossos objectivos. Investimos, por exemplo, na expansão da nossa rede pelas províncias, em transmissão nacional tanto em micro-onda como em fibra óptica. Hoje, temos uma cobertura do país desde Massabi até ao Namibe, no interior, apenas com excepção do Leste. E isso fez com que hoje sejamos uma referência no mercado e até tivéssemos aberto outro segmento que é do transporte de tráfego de outros operadores. Isso tem feito suportar o nosso negócio num momento de bastante retracção da economia.
Quanto é que já foi investido até agora pela ITA principalmente na expansão da rede?
Grosso modo temos vindo a investir anualmente acima dos 15 milhões de dólares. O ano passado, investimos na construção de um data center que é seguramente o maior de Angola e um dos maiores da África Austral. Os nossos investimentos anuais oscilam entre os 15 e 20 milhões de dólares.
Como estão os planos de internacionalização?
Prestamos alguns serviços a alguns clientes fora do país por satélite. Mas também somos parte integrante de um grupo de telecomunicações em África que é a Paratus, parte integrante e fundadora deste grupo, que tem presença, além de Angola, na Namíbia, Zâmbia, Botsuana, África do Sul e Moçambique.
Artigo originalmente publicado no Jornal Valor Económico e publicado no MenosFios com autorização da acessoria de imprensa da ITA.
Muito se especula acerca do aparecimento da indústria de iGaming em certos países africanos, e Angola é um deles. Sabendo que este país deseja tornar-se um destino turístico ao estilo de Macau, este aspeto é algo que não poderá faltar.
Ainda pouco há a adiantar relativamente a regulações de apostas online ou outros aspetos ligados ao iGaming, neste país. No entanto, espera-se que em breve isto venha a mudar. A construção ou elaboração destes procedimentos, leis, e implementação das mesmas é algo que deveria ser foco do governo angolano.
Um investimento neste setor, poderá ser bastante benéfico para o estado, visto que iriam ser cobrados muitos impostos a estas casas de apostas ou casinos, aquando da legalização das mesmas.
A indústria das apostas online está em grande crescimento, a nível mundial. Logo, Angola terá de trabalhar neste sentido se quiser beneficiar das regalias que a existência desta indústria, no seu terreno, lhe trará. Sendo assim, o aparecimento das apostas online e jogos de fortuna ou azar, será apenas uma questão de tempo. O problema é que ninguém sabe quanto irá demorar.
Perspetiva-se que, desde o início da elaboração de regulamentos e leis, se precise de mais ou menos 1 ano para dar o pontapé de saída nesta indústria revolucionária. Assim sendo, as perspetivas mais otimistas relativas a este mesmo assunto, apontam para o aparecimento das casas de apostas legais no ano de 2021.
Já realçámos a importância que a legalização desta indústria poderá ter para a economia do país. De facto, cada vez mais, os valores absorvidos pelos estados governantes dos países com casas de apostas legalizadas é maior. Quanto mais tempo se demorar a legalizar as casas de apostas online, mais dinheiro o estado estará a perder.
As apostas desportivas também são importantes para o estilo de vida dos jogadores. É uma forma de entretenimento, enquanto se observa e vibra também com eventos desportivos. Algo que certamente é e será apreciado por todos aqueles que gostam deste estilo de vida, ou hábito.
Ficando ainda assim, muito por dizer relativamente a este assunto, ninguém poderá negar que a legalização das casas de apostas online é extremamente benéfica para o estado de qualquer país. Só nos resta aguardar e ver quando irá este assunto ser analisado e implementado.
A multinacional de telecomunicações Angola Cables apresentou um produto de segurança para prevenir ataques na rede, denominado Anti-DDoS, com uma capacidade de mitigação global de 5Tbps, 100% automatizada disponível em todas as geografias onde a Angola Cables desenvolve operações (África, Europa e Américas).
DDoS (distributed denial-of-service), são ataques mal-intencionados com objectivo de interromper o tráfego normal de um servidor ou provocar o congestionamento dos recursos da rede. Ataques por protocolo e volumétrico são os mais comuns (representam até 98% de ataques DDoS) e causam impactos profundos ao nível de infraestrutura, interrupção de serviços, perda de receitas e afetação negativa ao nível da reputação da entidade atacada.
A Angola Cables disponibiliza agora uma solução 360º capaz de atender até a camada de transporte de dados em tempo real (real time) (layer 4) e a camada de aplicação sob solicitação (layer 7) de clientes B2B.
Os benefícios directos do produto são:
Monitoramento 24/7, detecção, reporting e mitigação automática
Protecção contra a sobrecarga da largura de banda;
Desvio de solicitações e tráfego malicioso;
Protecção contra o esgotamento dos recursos de sistema;
Segundo Eng. Ângelo Gama (Administrador Técnico da Angola Cables), esta solução é ideal para Provedores de Internet que pretendam assegurar camadas complementares de segurança nos seus serviços e níveis adicionais de protecção contra os ataques DDoS, utilizando uma plataforma Web inteligente, granular e automatizada, adaptada às ameaças emergentes no ambiente online.
Os ataques de DDoS são cada vez mais frequentes, complexos e em maior escala e podem atingir potencialmente qualquer entidade conectada na Internet independentemente do tamanho da sua rede, localização geográfica ou sector de actividade. Segundo a Kaspersky, uma das mais referenciadas entidades de security a nível mundial, o número de ataques DDoS detectados e bloqueados na sua plataforma no segundo trimestre de 2020 é 217% maior do que período homólogo 2019.
Além da apresentação do novo iPhone 12 e iPhone 12 Minia Apple apresentou também o novo iPhone 12 Pro e iPhone 12 Pro Max. os aparelhos prometem oferecer até 50% maior desempenho em CPU e GPU, acompanhados de um gigantesco salto de 80% em Inteligência Artificial, graças ao novo Neural Engine.
Os iPhones 12 Pro e Pro Max têm design reminiscente dos antigos iPhones 5 e 5S e do iPad Pro, com laterais e traseira mais retas. Os materiais são os mesmos, com vidro fosco na parte de trás e aço inoxidável com acabamento brilhante nas laterais.
Comparativamente ao novo iPhone 12, as versões Pro e Pro Max destacam-se especialmente ao nível das câmaras. O sistema de câmaras Pro eleva ainda mais a qualidade das fotografias em ambientes pouco iluminados e o Ceramic Shield é quatro vezes mais resistente a quedas. Relativamente ao sistema de câmaras principais, estes novos modelos chegam com três sensores de 12MP angular, ultra-angular e telefoto e também o sensor LIDAR.
A grande novidade fica por conta do software, cujos modos Smart HDR 3 e Noturno ficam agora disponíveis nas três câmeras, tendo sido exclusivos do sensor principal na geração anterior. Além disso, temos a chegada com Modo Noturno em Time-Lapse para vídeos e a adição do Deep Fusion, para aprimoramento geral da qualidade da imagem nas três lentes.
Os dois aparelhos ganharam um pequeno incremento nos seus tamanhos de ecrã: o iPhone 12 Pro tem um painel de 6,1 polegadas, enquanto que o 12 Pro Max pula para 6,7 polegadas. Como as bordas ao redor dos ecrãs foram reduzidas, isso permitiu que a Apple ampliasse os painéis sem alterar significativamente o tamanho físico dos aparelhos.
Quanto a durabilidade da bateria, a Apple não revela os números exatos dos componentes energéticos dos seus smartphones, mas as estimativas de uso são quase idênticas entre os novos iPhones e seus antecessores. A opção de entrada do iPhones 12 Pro e 12 Pro Max dobrou de capacidade, agora com 128GB. Os demais permanecem inalterados, com 256GB e 512GB.
O iPhone 12 Pro alcança velocidades LTE até 2 Gbps, para fazer download de ficheiros grandes, carregar fotografias e ver vídeos de alta qualidade em streaming, com uma rapidez inédita. É o único smartphone com 32 bandas LTE.
O iPhone 12 Pro será vendido ao preço de US$1.000, enquanto o iPhone Pro Max começa em US$1.100. E estarão disponíveis 4 cores: cinzento, dourado, prateado e também no novo azul.
A Apple oficializou na tarde desta terça-feira (13), quatro modelos do do seu novo topo de gama- iPhone 12 num evento transmitido online. A linha de novos smartphones da empresa americana traz suporte ao 5G como uma das maiores novidades.
Os quatro modelos anunciados são : o iPhone 12, o iPhone 12 mini, o iPhone 12 Pro e o iPhone 12 Pro Max. Como seria de esperar, há algumas diferenças entre eles mas, olhando para as semelhanças, fica clara qual é a ambição da Apple com esta nova série.
iPhone 12
O iPhone 12 foi o primeiro a ter os seus detalhes revelados. O aparelho tem bordas mais quadradas, que traz lembranças do visual do iPhone 4. Ele é 11% mais fino, 15% menor e 16% mais leve do que a versão anterior, mas o ecrã permaneceu com o mesmo tamanho- 6,1 polegadas.
A grande novidade é a chegada do 5G ao iPhone em todos os modelos, uma nova geração que permite maior velocidade e menor latência na ligação, além de menos complicações com zonas mais densas como estádios desportivos ou aeroportos. A Apple acredita que a adoção do 5G permitirá chegar a novas inovações, uma tendência que a empresa pretende aplicar nos novos iPhones.
O iPhone 12 possui duas câmaras: uma lente grande angular e outra ultra angular, que permite imagens mais abertas, com campo de visão maior. Ambas possuem 12 megapixels. As tecnologias do processador permitem optimizar a qualidade das fotos com ajustes de contraste, cores mais precisas e modo noturno.
Já no que diz respeito ao desempenho, a Apple adiantou que o iPhone 12 inclui o A14 Bionic. A empresa diz que o processador em questão é “o mais poderoso alguma vez integrado num smartphone“, apontando para os 11.8 mil milhões de transístores. Neste ponto, a tecnológica de Cupertino refere que o CPU e o GPU são 50% mais rápidos do que o antecessor.
A tecnologia do painel mudou, a Apple abandou o LCD e adotou o OLED, que a empresa chama de “Super Retina XDR”. O contraste do ecrã aumentou e a quantidade de pixels também: o iPhone 12 tem o dobro da resolução do iPhone 11.
A Apple removeu os auriculares e o plugue de tomada que costumavam acompanhar o aparelho na caixa por questões ambientais. A empresa avança que há 700 milhões de fones compactíveis com o padrão Lightning no mundo. A partir de agora, a caixa do iPhone inclui um cabo USB-C para Lightning. Consumidores que não tiverem plugue UBS-C deverão comprar à parte.
Quanto ao iPhone 12 mini. Ele tem as mesmas características do iPhone 12, mas com um ecrã de 5,4 polegadas. o iPhone 12 mini será vendido por US$ 699 e o iPhone 12 por US$ 799.
Mais a Apple não quis ficar por aqui no que diz respeito ao iPhone 12. A empresa anunciou também o iPhone 12 Pro e o iPhone 12 Pro Max, modelos ‘premium’ que incluem algumas das melhores funcionalidades da Apple. Além dos referidos Ceramic Shield, MagSafe, Super Retina XDR, o iPhone 12 Pro tem um ecrã com 6.1 polegadas e o iPhone 12 Pro Max vai até 6.7 polegadas.
O Menos Fios trará mais detalhes sobre os iPhones 12 Pro e o iPhone 12 Pro Max no seu próximo artigo.
O Project Management Institute (PMI) é uma instituição internacional sem fins lucrativos que associa a maior comunidade de Gestores de Projectos, e o PMI Angola Chapter é o capítulo local que tem como objectivo a promoção da carreira e melhoria do sucesso organizacional e amadurecimento da profissão de Gestor de Projectos.
A Conferência anual do PMI Angola, Para este ano de 2020 sobre o tema “Angola na era da Economia de Projectos” tem como proposta a apresentação e discussão de temas voltados especificamente a Gestão de Projectos. Este evento reunirá renomados profissionais de diversos segmentos para intercâmbio de experiências, melhores práticas e lições aprendidas.
ESTE ANO A CONFERÊNCIA SERÁ́ REALIZADA NOS DIAS 03, 04 & 5 DE NOVEMBRO NO FORMATO ONLINE PELA PLATAFORMA ZOOM.
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